| A d a m |
Eu dormi antes de ver Nina chegar e não sei se perguntar à ela sobre o que houve, venha a ser discreto. Por isso, estou indo até Chris para saber como foi. Espero que tudo tenha saído bem, ou eu, obviamente, o matarei. O que é isso? É tipo um instinto protetor de irmão?
"Fala aí." Chris diz. Nunca o vi tão sorridente."Sem essa. O que aconteceu?" Cruzo os braços. Ele fecha seu armário e bate em meu braço com seu livro de história, na brincadeira.
""Sim" e "Não" foram as únicas coisas que ouvi saírem da boca dela, mas ela não precisou falar nada; ela me ouviu e nunca pensei que alguém pudesse se importar tanto com o que eu dizia." Ele suspira, alegre.
"É isso?"
"Comemos em uma lanchonete e ela fez graça com ketchup e colher no nariz. Ri de verdade. Ela riu a noite toda e voltamos para casa tarde. Não sei se a mãe dela se importou, mas espero que não." Ele balança a cabeça, animado.
"Tudo correu bem, então? Nada mais?" Eu digo aliviado.
"Tem mais, mas não vai querer saber." Ele gargalha alto.
"Eu peguei. Ela não beija tão bem e é engraçado, mas eu peguei." Ele se gaba. "E aliás, sério que você anda falando com Anna James? Ela parece um cadáver. Só um cachorro gostaria dela... só osso."
"Como...?" Eu digo. "E não fale assim de Anna."
"Eu disse. Vai ficar puto, agora." Ele revira os olhos. "Eu peguei e acho que ela gostou. Depois saiu do carro e acenou. E ninguém liga para Anna."
"Eu disse que ela não é a porra de um objeto para ser pega, Chris. E pare de falar essas merdas da Anna James." Eu o empurro contra o armário.
"Mas que porra é essa?" Seu rosto se converte em confusão. "Você não parece com ciúmes porque peguei algum tipo de irmãzinha sua, e sim porque peguei um tipo de novo peixe na rede. E ninguém liga para Anna James. Já disse. Ela é insignificante." Ele goza e meu sangue ferve.
"Pare de falar dela como se Nina fosse um objeto e como se Anna fosse lixo. Isso é escroto." Eu o imprenso ainda mais contra o metal do armário e as pessoas estão olhando.
"Ah, entendi. Entendi tudo. Seu término com a Natalie, as brigas, se importanto tanto com ela e ainda conversando com o patinho feio? Como não notei? Gosta dela. É isso."
"Vá se foder. Não pode falar assim da Anna e nem da Nina. Qual o seu problema, Christian?" Eu grito e todo mundo fica em silêncio. "Se falar assim delas de novo, eu esqueço que sou seu amigo e te acerto um soco." Eu digo, com os olhos raiados de sangue.
"Você é idiota, as vezes." Ele revira os olhos.
"Pare de tratar as pessoas como lixo. O que tem na cabeça? Qual é a dificuldade de falar que você a beijou ou dizer o nome de Anna e parar com isso; é bullying e é crime." Eu digo, com meu punho cerrado a centímetros do seu rosto.
"O que foi? Eu só estou dizendo a verdade. A pequenina é legal e mesmo que não seja padrão, é gostosa. E você querendo, ou não, eu peguei. Não lembra que foi que pediu para eu sair com ela? Pena." Ele diz, divertindo-se. "Aliás, acho que agora ela sabe." Ele ri, olhando para trás de mim. É claro que Nina tem que estar ali. Eu sei que ela está e sei que tudo está perdido. O corredor abarrotado de gente está tenso e ninguém diz nada. Eu olho para Nina, que depois de olhar para mim, abaixa a cabeça e corre entre as pessoas. Eles riem dela e meu sangue ferve ainda mais.
"Você é um idiota. Qual o problema de todos vocês que tratam as pessoas assim?" Eu grito pra todo mundo e esmurro a cara de Chris. "Seus babacas." Eu cuspo e olho para o sangue que escorre da boca dele, pelo soco na bochecha.
"Está arranjando briga por nada." Ele diz.
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O Silêncio Entre Nós
RomanceHISTÓRIA EM EDIÇÃO | LEIA A INTRODUÇÃO Após a morte do pai de Nina Davis, ela desenvolve uma fobia social que a impossibilita de se comunicar com as pessoas de maneira direta, além de uma depressão severa que a mantém à margem do mundo, sempre tranc...