A semana começou. Trabalho, trabalho, whatsapp, trabalho... Além disso, aquela tarde me fez pensar muito sobre quem eu sou, o que quero... Por que não me apaixonar... por que me apaixonar...
Como chefe, exerço muita influência em meu ambiente de trabalho. Sei como me colocar para minha equipe. Sou líder e me orgulho disso, mas sempre soube que em relacionamentos não há "o líder". Há a parceria, a união. Isso eu aprendi vendo meus pais. Sempre amigos, parceiros em tudo. Hoje os caras querem mandar ou serem mandados. Nunca gostei disso. Nunca quis ser aquela garota que recebe obrigações do namorado, mas também nunca quis ter um subordinado. Foi aí que, entre todos esses pensamentos, comecei a imaginar o Paul em um relacionamento. Ele parecia saber o que fazer, quando falar, ao mesmo tempo me ouvir e saber o que eu queria. Pensando nele, a vontade de ligar, perguntar como dormiu, se pensou em mim, começou a crescer. "Não! Eu tenho a minha lista", pensei. Mas ele me fazia ter uma vontade de riscar esse tópico e passar por cima disso e procurá-lo, abraçá-lo.
Às 14h de uma segunda-feira quente, me vi sentada no meu belo escritório, no 32o. andar com vista para a cidade de São Paulo e percebi que tudo o que queria fazer era sentir a presença dele outra vez. Um sentimento que estava me dominando. Eu nunca fui assim. Nunca senti meus pensamentos presos à alguém é isso me perturbava, incomodava. Queria ligar para ouvir sua voz e para acabar com aquela guerra que acontecia entre meu peito e minha mente. Porque entre esses dois, coração e mente, estava Paul.
Então enviei uma mensagem. Pela primeira vez eu enviei uma mensagem primeiro. Risquei da minha lista aquele tópico e me arrisquei. Apenas essa vez, prometi.
"Oi. Infelizmente não posso atender meu telefone neste momento. Por favor, deixe seu recado após o sinal. Obrigado." [Secretária Eletrônica]
Frustrada. A palavra que poderia estampar na minha testa nesse instante. Eu permaneci em uma guerra constante durante todo o dia e, quando finalmente consegui tomar coragem, cai na secretária eletrônica.
Não creio que meu dia se resumiu a pensar no porquê ele não me atendeu. Se ele desligou o telefone, se ele só quis se aproveitar de mim, se ele tem outra pessoa e eu fui inocente e não percebi ou, o pior de tudo, se o que tivemos não permaneceu na mente dele como houve comigo, se ele estava se dedicando ao trabalho, enquanto eu pensava nele.
No que eu me tornei?
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Como não ser aquela garota
RomanceManu é uma mulher bem sucedida, mas que decidiu que para ser feliz precisava ser o total oposto daquele tipo de garota que procura, se apega e se apaixona. Tudo começa mudar quando Paul surge em sua vida. Será que Manu continuará sendo fiel aos seu...