Cap. 64: A Compra (Parte I: Prisão)

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Imagens maravilhosas das multimídias, a partir de agora, fornecidas pela linda laris_H.

Bjsss, aproveitem o mega cap!!! :D



Dois monstrengos agarraram meus braços, arrastando-me dali. Mal tive tempo de ver Ônix ser capturado também, pois os funcionários foram rápidos.

- Me soltem! - gritei, começando a me debater - me deixem em paz!!!

Berrei e passei a socá-los, debatendo-me como louca. Datha andava à nossa frente e, quando consegui dar uma cotovelada em um dos guardas e fazê-lo se curvar, retornou. Ela pegou meu queixo com as unhas, ferindo a pele e me fazendo encará-la.

- Me deixa em paz! - gritei, antes que apertasse ainda mais.

- Quem dita as regras sou eu. E, caso continue sendo desobediente assim, minuscolo... - quando ela pausou sua frase, foi que ouvi Ônix gritar pela primeira vez - Eu juro que arrasarei seu bichinho de estimação.

Minha boca fechou-se automaticamente, e parei de me debater. Meu coração se apertou tanto, que provavelmente parou por alguns segundos. Se eu gritasse, como desejava, a situação de meu artista pioraria.

Não podia correr o risco de machucar Ônix, mas, antes que conseguisse me controlar, dei uma cabeçada em Datha. Provavelmente doeu, pois ela trincou os dentes com força e se afastou. Assim que abriu os olhos, quase pude ler a frase "morte certa" neles estampada.

- Segurem essa criatura. - ela grunhiu, fazendo com que os seguranças me apertassem mais.

Sem chances de me debater, gritar ou fazer qualquer coisa, precisei aguentar o silêncio sufocante que foi entrar na Sociedade e descer todos os andares do poço. A cada nível desconhecido que descíamos, a umidade e o frio aumentavam, fazendo-me suar. Obviamente, o suor também devia-se ao nervosismo, mas eu preferia ignorar esse fator.

Enquanto tentava travar meus pés no chão, como uma última tentativa de luta, acabamos por chegar ao fundo de tudo. O andar logo abaixo da cozinha. E então, eu soube porque aquela área era proibida a todos.

O cheiro de abandono, mofo e sangue se misturava, aumentando a ânsia de vômito em organismos já bagunçados. Quando tropecei, sem conseguir acompanhar os passos dos funcionários, eles continuaram me empurrando, fazendo com que ralasse os joelhos no chão de concreto puro. Até tentei virar para trás, à procura de Ônix, mas me forçaram a olhar para frente.

- Rápido! Estou cansada dessa brincadeirinha. - disse Datha, apontando para uma solitária porta em meio às paredes cinzentas - coloquem-na ali, e chamem a criatura irritante da Sociedade.

Parecendo entender quem era a "criatura irritante", os homens de preto abriram a porta enferrujada e me levaram até tal cômodo. Lá, as condições precárias não eram diferentes. Havia apenas uma cadeira de dentista, com fivelas no lugar dos braços e pernas. Senti meu interior se espremer, assim que me dei conta de que aquela era a mesma cadeira na qual deitara para a cerimônia de marcas. Datha, de maneira escancarada, estava determinada a me fazer sofrer.

Confusa entre a vontade de proteger Ônix e o desejo de matar aqueles torturadores, contorci-me como uma minhoca, o que não os impediu de me prender na cadeira. Comecei a berrar, o que ocasionou uma mordaça chechelenta entalada em minha boca.

- Muito bem, já perdemos tempo demais. - disse Datha, ajeitando seu vestido verde e entrando na sala deserta - É hora de iniciarmos.

Ela sentou ao meu lado, em um banquinho de metal baixo. Arrastou-o para perto do lugar onde estava deitada, e então, me fez entender o que havia lá embaixo. O último andar do poço, sem dúvidas, era o calabouço da Sociedade. Era o buraco no qual os bambolottos e bambolas desobedientes sofriam e mofavam.

Porcelana - A Sociedade Secreta (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora