Hospital Hernandez
O ar hospitaleiro invadiu minhas narinas, minhas mãos estavam frias e os meus pés tentavam acompanhar o ritmo dos de Ally, que pareciam extremamente apressados, meus olhos rodearam cada parte daquele hospital, uma ponta de medo me atingiu quando lembrei de que em breve aquilo tudo seria meu. Eu estava conhecendo uma das propriedades dos meus pais, eles construíram e administram este hospital como se fosse parte da história e família deles, e isto só me fazia me orgulhar cada vez mais de quem são, Ally olhou para mim por um instante antes de abrir a boca e murmurar algo
— Hey, chegamos a secretaria, já acabamos nosso tour – Um sorriso simpático da parte dela, e prontamente retribui
— Sinceramente, Ally tenho um pouco de – Eu ia continuar o que dizia quando ouvi não muito longe de mim um choro que tentava ser silencioso, que tinha angustia e incredulidade em mistura, era como se cada lágrima representava sua dor, e se arrastando até mim com um silêncio de pouco tempo, me encarou em olhos com suas belas esferas azuladas e seus lábios se separaram e ele os umideceu com a ponta da língua antes de se dirigir a mim
— O lugar dela não é em uma sepultura, ela não está lá eu posso sentir – Ele me olhava com lágrimas o cercando
— Quem, quem? Quem não está no seu devido lugar? – Aquilo estava me assustando, e Ally pareceu entender porque em frações de segundos, os seguranças o retirou dali e ele simplesmente não se debateu, ele parecia sem forças, e enquanto eu encarava aquilo tudo, um papel parou diante dos meus pés, me abaixei e meus dedos cercaram o mesmo, algo que parecia um número de telefone, então eu o guardei, realmente estava interessada em saber o que o garoto sofria, talvez a dor que ele inalava me fazia me sentir atordoada.