Nunca imaginou que após seis anos, ao finalmente tomar coragem o suficiente, ao finalmente reunir forças para a maldita declaração ao amor de sua vida, Chanyeol teria o pior fim entre todos os possíveis, pior do que seria se não tivesse tido coragem de fazer aquilo, afinal, seria apenas uma decepção absurdamente dolorosa, e não duas, como foi o caso, mas a vida decide pregar peças aos corações apaixonados, decide cruelmente pisar neles e os ver sangrar e sufocar e era exatamente o que aconteceu a Park Chanyeol. Dia vinte e cinco de maio, as 17:27 de uma tarde durante a linda primavera de Seul, onde Park encontrara Baekhyun, em um lindo parque florido e afastado do centro movimentado da cidade onde os jovens residiam, e também fora lá que seu coração esperançoso foi partido ao o ouvir o que moreno mais baixo disse ao cacheado com tanto animo, e apesar do lindo sorriso que Byun mostrava ao falar, o estúpido sorriso que sempre animava seu coração e o acelerava absurdamente, o coração do coreano mais novo parecia ter sido alvo de milhares de navalhas afiadas, doía de um jeito absurdo, ardia, incomodava tanto que era quase impossível de disfarçar, e o motivo fora aquela simples frase que deslizara com toda a simplicidade e animação do mundo entre os belos lábios do seu amado.
- Eu e Sehun estamos namorando!
Ah, aquela maldita frase o destruiu, fez o coração frágil e acelerado murchar como uma triste flor, quase que de maneira automática, junto aos olhos felizes e brilhantes ao contar a "grande" noticia ao amigo, não percebendo que olhinhos repuxados perdiam o brilho e a determinação que tinham ao encarar o mais baixo quando havia chego no local, mas não podia se dar o luxo de magoar seu amado, então sorriu e o parabenizou, usando a desculpa de que não se recordava mais da noticia que iria proferir, recebendo a gargalhava que fazia o pobre coração disparar, junto a mão de dedos longos e delgados em seus cachos, os bagunçando de modo que fazia o estômago do mais novo embrulhar, e quando finalmente Baekhyun se fora, não conseguiu mais suportar o incômodo em seus pulmões, tendo de levar ambas as mãos até o rosto para lhe cobrirem a boca, enquanto tossia de maneira longa e desesperada, o gosto metálico dominando o paladar e a sensação de pequenas coisinhas macias e frágeis subindo por sua traqueia. E para seu desespero, quando as mãos se distanciaram da boca, estavam manchadas por uma quantia pequena de sangue, e surpreendentemente, haviam pétalas de flores brancas sujas pelo liquido escarlate, infelizmente conhecia aquelas pétalas até bem demais, margaridas brancas, as flores preferidas de seu amado, e então fora ai que seu pesadelo começou, fora naquela memorável data, em uma primavera fresca e bela, que Chanyeol fora sentenciado pelo pior modo de morrer; morrer sufocado com um amor unilateral, morrer tossindo flores para fora de seu corpo, até que não pudesse mais respirar.
