Meu primeiro Amor era uma farsa

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Meu nome é Tamara, como qualquer outra garota lembro muito bem do meu primeiro beijo na boca. Foi no final do último semestre do ensino médio, era verão. Eu sonhava com alguém pra namorar, casar e depois ter filhos.

Numa bela tarde, nas últimas semanas de aulas, estava com as minhas amigas, sentadas conversando, quando o Elton chegou e pediu que eu me afastasse um pouco do grupo pra falar com ele. Éramos apenas colegas de catequese, nunca tinha olhado pra ele assim, tipo com outras intenções que não fosse somente partilhar informações sobre a igreja ou da escola mesmo. Ele disse pra mim " preciso falar contigo, e deves imaginar o que é." Eu fiquei interrogada, mas foi algo instantâneo, na hora não liguei.

Já quase na hora da saída pra casa, quase final da tarde já, o calor já não se fazia sentir muito. A Chaida, amiga minha e também amiga do Elton, me levou pra fora da escola e disse que o Elton queria conversar comigo. Eu toda ingénua sem desconfiar de nada, fui, e lá estava o Homem a nossa espera. Caminhando pra casa, a Chaida falou assim:
- "vamos chegar em casa do Elton, pra tomar um copo de água, depois tomamos o rumo pra casa".
Lá fomos, Elton todo tímido, não conseguia tirar uma palavra direcionada pra mim, então eu já toda preocupada com a Hora de voltar pra casa, reclamava que ele não me dizia o que queria dizer, já me sentia nervosa, começava a tranpirar as mãos. Então a Chaida tomou a palavra e disse:
- " olha Tamara, o Elton quer namorar contigo " .
Eu não respondi, já começava a ficar trémula, sem reação. Tomei dois copos de água e sem reação, não conseguia mais olhar directo nos olhos dele.

A Chaida retirou-se e ficámos só nós, na cozinha. Ele chegou perto, meu coração acelerou, esqueci de tudo a minha volta, esqueci-me até da hora, e Ele já se soltava, e disse:
- " Posso não te ter como namorada hoje, mas me dá só um beijo? "
Eu: - Sabe Elton, eu não....
E puuuf, sentia seus lábios carnudos colarem os meus, sua língua enfiando-se na minha boca, foi sinistro, nunca tinha sentido algo do género! Eu lembro que eu não correspondi àquele beijo, apenas sentia seus lábios carnudos, seu beijo foi doce e estranho ao mesmo tempo, era a primeira vez que sentia aquilo. Minhas pernas ficaram bambas, não sentia mais o movimento das mãos, apenas o coração acelerado.

Segundos depois me afastei, e disse pra ele:

Eu: - Eu vou pensar! Saí apressada, pra casa. Eu não dormi direito naquela noite, fiquei pensando em como poderia ter sido corresponder áquele beijo.
Um dia se passou depois daquele episódio, e nenhum sinal dele. Depois uma semana, e sempre com aquelas imagens na minha mente, cada vez que eu lembrasse daquilo, era como se voltasse a vivê-lo. Eu passei a fugir dele, sempre que ele chegava perto meu coração acelerava, eu mal falava. Passei então, a ser tímida com ele, e era uma timidez que não tinha fim. Nas catequeses eu não lhe dirigia mais a palavra, eu não conseguia mais lhe encarrar.

De férias Já, o que eu mais queria todos os dias era me encontrar com ele, pra lhe dizer o quanto eu tinha gostado do beijo e que sim, eu aceitava ele como namorado, a minha timidez não tinha fim, pensei em ligar pra ele umas vezes, mas passava logo a vontade.
Passados um ano e alguns meses, pra minha surpresa ele voltou a me procurar, com a mesma proposta, e dessa vez eu aceitei, estava gostando dele de verdade, mas era um namorado inocente, era o meu primeiro namorado, eu não sabia muito dessas coisas de nomoricos, namoramos um mês e logo começaram os conflitos, ele queria coisas demais pra o meu gosto, o tempo e espaço que tinhamos juntos era limitado, namorávamos depois das aulas e eu sempre querendo chegar em casa cedo, pra não ter que contar historias para minha mãe. Na altura eu achava ele o maior gato da escola, eu só tinha olhos pra ele, mas chegou uma altura em que ele começou a demostrar querer coisas a mais. Quando Elton me tocava, já não se limitava a tocar meu rosto, a passar a mão na bunda de levinho, ele queria apertar meus seios, e meter seus dedos em outras partes do meu corpo, tudo era estranho pra mim. Aquilo me deixava chateada.
- Elton: " você não pode se limitar assim, nós somos namorados e devemos deixar a intimidade se aprofundar entre nós, eu quero sentir teus seios, teu corpo todo, eu te quero pra mim"
- Eu : Eu não consigo.
Ele disse que ia me esperar até eu me sentir preparada, e deixamos esse assunto.
Três meses se passaram, e o conflito continuara, mas ele já não era o mesmo, andava distante, preferia passar o tempo com os seus amigos do que comigo, eu ficava na minha, mas sentia muito por aquela situação, e aquilo só nos afastava cada vez mais. Então depois comecei a notar que no grupo dos amigos dele tinham umas meninas, filhinhas da mamãe, patricinhas e que não iam muito com a minha cara, quando ele estava na companhia deles eu não chegava mais perto. Ouvi depois que ele andava com a Catarina, eu não quis acreditar. Mas eu ví, eu ví ele com Ela, mas eram só conversas, achava eu que eram só conversas, Elton não me esperava mais na saída da escola, saída cedo com a Catarina, e eu tola que era nem dava por mim, agia naturalmente como se tudo estivesse bem. Mas as minhas amigas falaram comigo, diziam que eu tinha que perguntar pra ele o que estava acontecendo, mas eu não tinha coragem. De noite eu chorava e me escondia com o cobertor pra não deixar minha irmã notar meu sofrimento. Pois aquele Homem que jurara me querer mais que tudo, não era mais o mesmo, eu comecei a me culpar por tudo aquilo e queria lhe procurar, não para perguntar se ele ainda sentia algo por mim, mas pra pedir perdão por não conseguir lhe fazer feliz, eu me culpei de toda aquela dor.

Tomei coragem e chamei ele para uma conversa, era sexta-feira. Naquele calor intenso de Dezembro, ficamos sentados numa das salas de aulas, busquei sentar na última carteira da última fila, para não ter acesso à imagem de fora. Sentei alí, sozinha a espera dele, com o coração acelerado imaginando qual seria a reação dele logo que eu lhe fizesse a primeira pergunta. Me questionava... "Será que ele vai me pedir desculpas e me abraçar forte, pedindo pra que eu não saia da vida dele!? " . Misturei pensamentos e sentimentos, quanto mais ele demorava mais tensa eu ficava. Aí ele chegou, todo risonho, quando eu ví ele entrar por aquela porta, senti um calor descendo da cabeça aos pés, mas eu não podia mais me deixar levar pelo seu charme. Tomei a concentração muito rápido.

- Eu: olá.
- Elton: Olá, está tudo bem contigo?
- Eu: Não Elton, deves imaginar que não.
Toda trémula outra vez, perguntei : Quem é a Catarina para ti?
- Elton: .... Catarina... Minha amiga.
- Eu: Eu ainda sou sua namorada?
- Elton: Claro, é sim.
- Eu: Eu ouvi que você tem um caso com ela, é verdade?
- Elton: Quem disse isso?
- Eu: É sim ou não?
- Elton: Não Tamara, eu não tenho nada com ela. É só uma amiga.
- Eu: Você ainda gosta de mim Elton, porque eu duvido. Ultimamente você tem se afastado de mim, mal fala comigo. Eu vejo você com Catarina juntos, quase sempre. Isso dói, porque eu não sei o que se passa pela sua cabeça, eu estou confusa.
-Elton: Tu queres terminar essa relação?
-Eu: Tu queres?
- Elton: Não, eu gosto muito de ti.
- Eu: Eu também não quero terminar.

Ele me deu um beijo, e um abraço forte. Levantou-se e foi pra fora. Eu fiquei alí, já aliviada e pensado que já estávamos bem, cinco minutos depois ele voltou Com um ar estranho. E disse: Eu acho melhor terminamos, não dá pra continuar.
- Eu: Porquê? Ha poucos minutos você disse que gostava de mim, e que não queria terminar... O que se passou?
- Elton: Eu não sei mais se gosto como gostava quando te procurei a um ano atrás, eu te queria de verdade e você não deu bola, me desculpe. E sim, eu ando com a Catarina.
- Eu: ... Está bem.

Pedi que ele saísse daquela sala e me deixasse sozinha, eu precisa chorar, ele atendeu meu pedido sem receio, e foi correndo pra os braços da Catarina. Logo que ele passou aquela porta afora , minhas lágrimas cairam feito um rio não deu para as conter. Meu coração apertou, perdi o chão e fiquei sem saber o que fazer.
Passando-se já meses desde a nossa separação, minha rotina era ver eles juntos, na saída da escola, nos corredores, eles pareciam tão felizes, e não dizia mal daquela felicidade, mas doía por dentro, doía sempre que eu visse ele, mesmo que sozinho. Meu sofrimento vinha mais pela noite, eu chorava, quase sempre.
Era domingo, quando eu recebi três mensagens seguidas, do mesmo número, um número desconhecido. Mensagens insultuosas, de alguém que deboxava de mim, dizendo que eu era fraca e inútil, por não ter conseguido segurar o Elton pra mim. Ela jogou na minha cara que eles transaram e que eles iam viver juntos pra sempre. Foi aí que eu notei que eram mensagens da Catarina. Eu perdi o chão, meu coração que se curava aos poucos daquela dor caiu aos pedaços outra vez, eu não me dei o trabalho e o desgosto de responder as mensagens, apenas tomei o silêncio como minha única arma. Desejei nunca mais olhar Pra cara dele, desejei nunca ter conhecido ele, mas meu coração era bondoso demais para guardar rancor.

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⏰ Última atualização: Feb 04, 2019 ⏰

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