3. Sobrevivência forçada

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No dia do nascimento de seu último filho, Manoel conseguiu voltar antes das últimas contrações, das últimas dores e antes da criança ser lançada para fora da barriga da mãe.

A chuva caía forte sobre eles quando, finalmente, o cordão umbilical foi cortado e o pai cobriu a mãe e o filho recém-nascido com grandes folhas de uma planta que usavam para cobrir seus barracos. As meninas ainda ficaram bastante tempo sentadas sob a chuva, tremendo de frio, e assustadas com todo o ocorrido. Mas... com o estômago, pelo menos, forrado. Não cheio. O pai conseguira matar um tatu e encontrar frutas do cerrado.

Nos meses seguintes a família foi testemunha muda e escondida, do extermínio dos últimos do seu povo, que ainda se mantinham escondidos nos emaranhados de espinhos, samambaias e cipós, na margem do rio. Definitivamente expulsos do campo, seu território tradicional, agora totalmente invado pelos criadores de gado.

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Os últimos de seu povoOnde histórias criam vida. Descubra agora