Capítulo 4 - Companheiros

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Vários funcionários andava de um lado para o outro sem interrupção, os jalecos brancos fazia parecer que estava num ambiente hospitalar e não numa fábrica.

Gustavo teve que piscar várias vezes para manter-se acordado. Sentia ainda a sonolência das noites de insônia, provocados pela excessiva preocupação para produzir o "micro" com seus parceiros de trabalho. Seu chefe, assim que encontrava-se, sempre esbravejava pela demora, como se a culpa fossem deles e não do "micro" que não dava efeito desejado.

Porém, naquele dia foi diferente. 

Assustou-se quando Jussara apareceu na sua frente com um largo sorriso. Comemorou com o sucesso juntos dos trabalhadores por, finalmente, o "micro" ter se fundido.

Logo seria testado num robô protótipo e será feito as anotações de cada avanço nele, se ele agirá como um humano ou como será comandado.

(...)

Uma policial terminava de mexer no computador enquanto visualizava as câmeras de seguranças monitorando as ruas da cidade "Ponto 5", fluxo tranquilo é presente entre os pedestres e automóveis circulando pelas ruas. Cada setor conferia os movimentos com precisão, assim alertava se tivesse alguma movimentação suspeita, o que é raro de acontecer nos dias de hoje.

A segurança fora bem planejada em cada ponto do Brasil. Nada faltava a cada ser humano. Assim, conviviam em plena paz longe da violência que antes era o forte ainda mais num estado muito populoso. 

Algumas coisas não mudarão como a produção de agronômicos. Apenas aperfeiçoaram a utilidades que o Brasil produzia, causando inveja nos outros países.

Samanta encostou-se na cadeira causando o único som diferente que não seja das teclas sendo rapidamente digitados pelos outros. Queria se concentrar apenas no trabalho e não preocupar com aqueles estúpidos que chamam de amigos.

É, a amizades entre eles eram um pouco estranha.

— Policial Silva?

Levantou-se para atender umas das chefes do departamento de segurança. A mulher, pele clara e olhos escuros profundos, analisou minuciosamente o rosto de Samanta como se buscasse algo que ela tenha feito o que desejava.

— Trouxe um novo relatório?

Assentiu logo apanhando a tela fina e digitando rapidamente para surgir a imagem de um homem.

— Acredito que esteja acompanhando o caso de perto. — Perguntou a chefe, analisando a figura, passando o dedo indicador para poder ver, precisamente, o restantes dos dados do sujeito.

— Sim, estou.

Recebeu umas tapinhas do ombros vinda da superior, que devolveu a tela em suas mãos. Sentiu-se mas relaxada — Nem tinha reparado que ficara tensa.

Toda as ocupações profissionais, seja simples ou não, requer atenção contínua. É umas das exigências para que todo serviço saia perfeitamente, sem algum erro sequer. Há casos de pessoas tendo problemas de estresse por conta das horas no trabalho, e está sendo desenvolvida pílulas que bloqueia esse agente que atrapalha o desempenho do trabalhador.

As regras deixam claras que ninguém deve ter ganância pelo o que tem ou deseja ter. É algo tão pecaminoso por fazer com que uma pessoa deseja roubar de outro, satisfazendo como se fosse um hobby. O Brasil está indo muito bem para cair num deslize desses, pode ser até que volte naqueles anos miseráveis que cada população deseja apagar com uma borracha.

(...)

A senhorita Silva fez uma ligação a Gustavo, convidando-o para jantar num restaurante de sua escolha. Ele aceitou sem hesitar, fazia tempo que não tinha uma boa conversa com sua querida amiga, apreciando a companhia uns com os outros nos tempos da adolescência.

— Com está indo o caso? — Gustavo foi o primeiro a puxar assunto. O silêncio entre os dois era desconcertante para ele, tendo a necessidade de querer abrir a boca para sair dessa pequena bolha que, mesmo assim, era até agradável.

— Uma maravilha. — Tentou soar irônica mas a tentativa falhou tragicamente, fazendo com que ela gargalhasse.

Gustavo acompanhou na sinfonia de pura alegria e companheirismo. O restaurante estava cheio de pessoas em suas noites de paquera. É curioso da Samanta ter escolhido esse lugar específico, e o rapaz não se atreveria a questiona-la.

Novamente a taciturnidade preenche a mesa dos dois, acompanhado por vinhos, pratos e talheres estrategicamente posicionados. 

— Sam... —Molhou os lábios ao querer tocar sobre o assunto delicado, atraindo toda atenção da amiga — sobre aquilo que me disse semana passada...

— Eu sei, Guto. — Colocou a mão sobre o dele e lançou sorriso cordial. — Não necessita ficar martirizando sobre o que falei. Saiba que eu só quero o seu bem.  

Samanta reparou que as olheiras de Gustavo se tornavam visíveis. Era o excesso de trabalho. E sabia que ele sempre focava muito, perdendo algumas noites de sono.

— Estou bem. — Beijou a palma da mão dela, retribuindo o sorriso. — Sua companhia sempre é agradável.

Não iria aprofundar no assunto pois Gustavo é fechado quanto ao seus assuntos pessoais. Desde que conhecera, algumas vezes tivera a oportunidade de saber das suas inseguranças, medos e anseios. Ele sempre foi sério, sua expressão às vezes mudava e, naquele momento, ele sorria tão belo que fazia ela se derreter.

  (...)  

— Acho que bebemos demais — Comentou Samanta após adentrar no carro, ativando-o e dizendo o destino.

— Não acho. Bebemos apenas uma garrafa e nós dois não somos fraco por bebidas.

Não demorou para que o veiculo, automaticamente, entrasse na via para ir levar Gustavo a sua casa. Não era necessário manusear o volante, ele era programado para fazer por conta própria, o condutor apenas sentasse no banco e aprecie a paisagem arquitetadas por engenheiros incríveis. 

Mas os dois não iria ficar apenas admirando o que vê todo dia.

Os olhos se encontram, fazendo o coração de Samanta bater tão rápido. Aproximaram o rosto devagar até mulher segurar a nuca dele e puxar para o beijo que, no inicio começou tímido, até ir para o ardente. Destravou o cinto de segurança para poder sentar no colo dele remexendo seu quadril causando gemido da parte de Gustavo. 

Entre algumas paradas no elevador até chegar no quarto do rapaz, Samanta pode sentir os lábios sedutores do Gustavo em seu pescoço que não perdia tempo para morder a pele macia. 

Conseguindo entrar no apartamento, não pararam de beijar até Samanta sentir a cama confortável abaixo de sua costa, e ainda ter a visão do Gustavo retirar a camisa de forma lenta e provocativa. Estremeceu no contato em sua coxa ao retirar as suas peças, e a língua que, meu deus, ele sabia muito bem o que fazer. Havia sentido tanta falta daquilo, como sentira falta de ter contato íntimo com ele.

 Os gemidos de ambos, em sincronia, chegam no orgasmo poderoso, fazendo a mulher arranhar os ombros do rapaz causando-lhe mais marcas que já teriam trocados. 

Enquanto normalizava a respiração alterada pelo ápice, acabaram tendo seus devaneio. Gustavo quebrou o silêncio, agora mais calmo, e se virou para Samanta: 

— Sam, eu...

— Não há necessidade de pronunciar algo. — Levou o dedo indicador aos lábios inchados do rapaz, e sorriu — Sabemos que nos entendemos mais que achamos.

Ergueu-se para lhe tomar o vicioso gosto de Gustavo, que não pestanejou em retribuir.

Continua...

Ponto 22Onde histórias criam vida. Descubra agora