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:- Bacon e ovos para mim, e fruta fresca para a senhorita. – Sorrio para Camila, que está do outro lado da pequena mesa, e ela arqueia a sobrancelha.

:- Você acha que eu não como bacon só porque sou saudável? – Ela pergunta, como se eu tivesse estereotipado a comida.

:- Não, eu penso isso porque você não quer bacon. Você gosta apenas de fruta fresca pela manhã. – Eu digo e observo sua expressão chocada. – É, eu notei.

Adiciono, e Camila fecha a boca, envergonhada.
Aposto que isso a pegou de maneira desprevenida. Ela acha que não noto nessas pequenas coisas sobre ela, porém eu noto. Eu a conheço tempo o bastante para saber o que ela gosta e o que não gosta. Eu definitivamente sei que ela fica irritada quando flerto com ela. Eu falo apenas da boca para fora, mas adoro suas reações enquanto jogo meu charme. Ela não suporta nem um minuto das minhas besteiras, o que acho divertido, já que qualquer outra garota cai de cabeça na chance de eu trazê-la para casa. Não que eu reclame.

:- Então, o que você vai fazer nesse fim de semana? – Pergunto, mesmo já tendo quase certeza da resposta.

Ou ela vai visitar sua mãe no centro da cidade, ou vai ficar em seu apartamento, trabalhando. São as duas únicas coisas que ela faz em seu tempo livre.

:- Vou visitar minha mãe. – Ela diz, furando o morango com seu garfo e levando à boca.

:- Novidades. – Provoco, mordendo a torrada com bacon.

Melhor café da manhã de todos. Eu particularmente preciso de energia depois de ficar acordada a noite toda ouvindo Tatiana falar sobre seu maldito Chihuahua.

:- O que você quer dizer com isso? – Camila pergunta, mastigando a fruta lentamente enquanto espera por uma resposta.

:- Bem, não é exatamente uma surpresa que você vai visitar sua mãe. Essa é uma das únicas duas coisas que você faz em seu tempo livre. – Eu digo e posso ver que ela está levemente ofendida.

:- E?

:- E, talvez, você devesse sair qualquer dia desses. – Sugiro, e posso imaginar que seu sangue está fervendo por ser eu a ter lhe dado um conselho.

Ela franze os lábios em uma linha reta enquanto tenta manter a calma, embora eu saiba que ela quer me dizer alguma coisa sobre julgar suas escolhas.

Eu não posso deixar de sorrir enquanto ela limpa os cantos de sua boca com o guardanapo branco que eu cuidadosamente dobrei para ela. Eu não peguei um para mim, mas eu sabia que ela iria querer. Eu sempre a vi usá-los quando íamos a restaurantes com meu pai para diferentes reuniões.

:- Deixe-me adivinhar seus planos. – Ela me direciona um falso sorriso antes de enfiar seu garfo de maneira um pouco agressiva em um pedaço de kiwi, me causando um sorriso. Ela deixa a fruta no fim do garfo e aponta para mim enquanto fala. – Vendo que hoje é sexta-feira, suponho que você vai sair com seus amigos, ficar absurdamente bêbada, voltar para casa com Deus sabe quem para fazer Deus sabe o que. Dispensá-la de manhã, prometendo manter contato, embora nós duas saibamos que você não vai fazer isso. E aí vai passar o fim de semana inteiro fazendo nada até que chegue segunda e eu vá te acordar para que você vá para a faculdade, já que você sempre se atrasa. – Ela termina com outro falso sorriso de boca fechada, antes de pôr a fruta em sua boca.

Uau, ela sabe de maneira precisa. Lembrando que não é tão difícil de adivinhar.

:- Você está errada. – Eu suspiro, olhando em seus olhos castanhos, que não parecem nem um pouco divertidos com minha afirmação.

:- É? Por quê? – Ela pergunta.

:- Você esqueceu que me traz chá nas segundas de manhã. – Abro um sorriso de canto e ela tenta conter o sorriso, porém consigo vê-lo no canto de seus lábios.

:- Certo, e o chá. – Ela adiciona, finalmente mostrando um sorriso tímido.

Ela é muito prestativa por fazer pequenas coisas como me trazer chá pela manhã. Ela pode ter uma casca dura por fora, mas ela sempre deixa deslizar quando mostra pequenos gestos como esses. Não faz parte do seu trabalho, e meu pai já lhe disse várias vezes para não me mimar dessa maneira, mas ela continua a fazê-lo no dia-a-dia, mesmo que eu a aborreça o tempo inteiro. A única vez que ela não vem é se eu tiver uma garota comigo.

:- Enfim, eu tenho que voltar para o trabalho. Obrigada pelo café da manhã, Lauren. – Ela sorri de maneira polida e eu pisco em sua direção.

:- Eu sei exatamente como você gosta. – Eu digo, e posso ver que ela notou o duplo sentido que eu quis implicar na frase quando ela me olha e rola os olhos.

Camila POV.

Típico de Lauren deixar um comentário ofensivo sobre minhas opções de atividade de fim de semana durante o café da manhã. Ela não consegue entender o fato de que eu sou 'chata'. Ela me disse isso na primeira semana que comecei a trabalhar para seu pai, quando a rejeitei depois que ela tentou algo comigo. Ela não se abalou com a rejeição, pois ela tinha uma garota consigo naquela noite. Essa foi a primeira vez que eu soube que Lauren realmente não se importava com os sentimentos de uma garota e só as queria para uma determinada coisa. A única coisa sobre ela que realmente mexe comigo, porém, é sua menção da minha vida entediante. Eu não acho que é ruim, mas aparentemente é. Então, e se eu gostar de ficar sem fazer nada nos fins de semana? Não é da sua conta.

Assim que passo pela enorme porta do escritório, o telefone toca.

:- Escritório do Sr. Jauregui, Camila Cabello falando.

:- Camila! Como você está, querida? – Ouço a voz do Sr. Jauregui pelos alto-falantes.

:- Muito bem, obrigada, Sr. Jauregui. Você não deveria estar em um avião voltando para Nova York nesse momento? – Pergunto, um pouco confusa pela ligação.

Ele ainda deveria estar em seu vôo, voltando da França. Espero que ele não tenha ficado por mais uma noite, ele tem uma importante reunião para comparecer no dia seguinte e não me agrada falar em sua ausência.

:- Não. Na verdade, eu já estou aqui. Eu peguei um vôo antecipado ontem de manhã e estou me dirigindo para o escritório principal nesse momento. – Ele diz, me deixando surpresa por ter voltado mais cedo. – Tem como você me encontrar lá?

:- Claro, eu vou agora. – Digo enquanto pego os documentos da mesa com a mão livre.

:- Oh, e traga a Lauren. – Ele adiciona, fazendo-me rolar os olhos pela sugestão.

Sério? Eu tenho que levá-la? Da última vez que fui até o escritório com Lauren, ela não parava de mexer no carro por um segundo sequer e estava constantemente tentando me distrair.

:- Okay. – Tento soar animada, antes de desligar a chamada.

Arrumo os documentos com cuidado para que não se misturem, enquanto volto para a sala de jantar. Lauren está sentada com os pés descansando em outra cadeira de maneira relaxada enquanto mexe em seu celular.

:- Seu pai quer que nós encontremos com ele no escritório. – Anuncio e Lauren me olha ao ouvir minha voz.

:- Nós? – Ela pergunta, colocando os pés no chão, virando-se junto com a cadeira.

:- Sim. Ele pediu para você vir comigo. – Digo.
Ela fica de pé e passa ao meu lado devagar, um sorriso de lado em seus lábios.

:- Isso vai ser interessante... – Lauren fala baixo em meu ouvido.

My Boss' Daughter - (g!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora