Capítulo 1

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A porta de correr se abriu, e Dahyun soube que era hora de morrer.

Seus olhos se fixaram nas botas do guarda, e ela se preparou para a descarga de medo, a inundação de pânico desesperado. Mas, enquanto se apoiava sobre o cotovelo, desgrudando sua camisa da cama encharcada de suor, tudo o que sentiu foi alivio.

Ela tinha sido tirada a força de sua casa, de sua família. Estava confinada em uma espécie de cadeia para menores de idade. Parecia que estava em Askaban, a única diferença era que não poderia se comunicar com nenhuma outra pessoa confinada. Já ouvira os gritos das pessoas que quebraram essa ordem, era bem comum, para ela, escutar os mesmos gritos, berros, pedindo para acabar logo com aquilo.

O guarda limpou a garganta enquanto transferia o peso de um pé para o outro:

- Prisioneira número 412,por favor,levante-se .

Ele era mais novo do que ela tinha esperado, seu uniforme ficava folgado em seu corpo magro, entregando seu status de recruta recente.

Dahyun respirou fundo e se colocou de pé.

- estique seus braços – disse ele, tirando um par de algemas do bolso de seu uniforme azul. Dahyun tremeu quando a pele dele roçou na sua. Ela não via outra pessoa desde que a tinham trazido para a nova cela, muito menos tocado uma.

- venha. – o guarda disse. A porta se abriu novamente e Dahyun o seguiu, mantendo uma distancia considerável do guarda.

Ela finalmente direcionou seu olhar para o local. As diversas celas que ali haviam estavam consideravelmente vazias. Um homem olhou para Dahyun e deu um sorriso de escárnio na direção da garota. O local era feito de cimento puro e era totalmente isolado de qualquer parte do mundo. As poucas janelas que tinham traziam a tona a luz pálida e forte do sol.

O guarda parou na frente de uma enorme porta, que possuía mais um guarda de vigia. Dahyun sentiu o guarda pegar em seu braço e então tudo se apagou.

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O comandante havia envelhecido. Apesar de fazer menos de seis semanas que Naeyeon tinha visto o pai, ele parecia mais velho. Havia novos fios brancos em suas têmporas, e as rugas em volta dos olhos estavam mais profundas.

- você finalmente vai me contar por que fez aquilo? – perguntou o comandante com um suspiro cansado.

Naeyeon se moveu em sua cadeira. Ela podia sentir a verdade tentando se arrastar para fora. Ela daria qualquer coisa para apagar a decepção no rosto de seu pai, mas não podia arriscar – não antes de saber se seu plano imprudente havia realmente funcionado.

Naeyeon evitou o olhar de seu pai ao examinar a sala ao redor , tentando memorizar as relíquias que poderia estar vendo pela ultima vez: o esqueleto de águia empoleirado num mostrador de vidro, as poucas pinturas que tinham na parede e as fotoas das lindas cidades mortas cujo nomes nunca para de causar calafrios em Naeyeon.

- foi um desafio? Você estava tentando se exibir para suas amigas? – O comandante continuou no mesmo tom grave e constante que ele usava em audições do conselho, então levantouy a sobrancelha para indicar que era a vez de Naeyeon falar.

- Não,senhor.

- você foi acometida por um caso temporário de insanidade? Você estava drogada?- Havia um leve toque de esperança em sua voz que, em outra situação, Naeyeon poderia ter achado divertido. Mas não havia nada engraçado na expressão nos olhos de seu pai, uma combinação de fadiga e confusão que Naeyeon não via desde o funeral de sua mãe.

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⏰ Last updated: Jul 18, 2017 ⏰

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