Capítulo 3: part.- II

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D. Maria

O sol invadia meu quarto por uma pequena brecha me fazendo despertar de meu sono glorioso. Me sinto tonta e enjoada, isso não era nenhuma novidade, já que só acordo me sentindo assim, mas não era só por causa do bebê, talvez tivesse outros motivos que me faziam mal, principalmente o fato de ter engravidado de Christopher.

Como de rotina saiu correndo para o banheiro e coloco tudo que ingerir para fora de meu até não sobrar nada em meu estômago para ser expelido. Tudo era culpa do meu deslize, devia ter sido mais racional, porém não fui e foi nisso que deu uma gravidez não planejada.

Estou muito confusa e sinto-me tão sozinha, não sei o que fazer com aquele bebê que crescia dentro de mim e muito menos como seria nosso futuro. Pretendo arrumar logo um emprego e arrumar uma casa para mim e para o bebê ficarmos.

Não queria dar mais despesas a Emma e Alfonso, ainda mais com o bebê, já fizeram muito por mim e seria sempre grata a eles, mas preciso me virar sozinha agora e cuidar do meu filho sozinha.

Não sabia como iria contar a Christopher sobre minha gravidez e não me sinto preparada para enfrentar mais uma viagem, tudo que não posso fazer é omiti a existência do bebê a ele sendo ele o pai, precisava saber, só que ainda não me sentia preparada o bastante.

Mesmo já não tendo sobrado nada no estômago ainda sinto ânsia e quero vomitar, mas tudo que sai e água e água. Já não aguentava mais vomitar e essa fraqueza em mim e os enjôo não me deixavam em paz, pior de tudo são os hormônios que me fazem pirar dia e noite, nunca me senti tão inconstante como agora.

Deixo meu corpo tomba para trás e sinto o chão gelado em minhas costas. Meu corpo parece formiga e tudo gira a minha volta e as lágrimas inundam meus olhos - não que tivesse motivos para chorar -, escorrem pelo meu rosto, as seco, criando coragem de ir engatinhando até a pia do banheiro lavar o rosto e escovar meus dentes, faço tudo isso com bastante esforço, mas logo volta a deitar na cama ainda com a sensação estranha em meu estômago.

Me dá uma trégua!

- Bom dia.

Ouço a porta ranger ao ser aberta. Tia Emma entra no quarto com um sorriso no rosto e uma bandeja em suas mãos, essa visão foi capaz de fazer meu estômago piorar, então respiro fundo fitando o teto, tento dizer ao meus estômago que preciso ingerir algo se não irei ficar anêmica e até abortar, mas ele parece surdo a isso.

- Como está? Acordou bem?- pergunta tia Emma.

Não queria deixá-la mais preocupada comigo ainda mais pelos motivos no qual me sinto, era natural e se tinha alguém que me entendia essa pessoa era ela. Digo que sim a todas suas perguntas, mesmo assim ela sabe que não está tudo bem.

Nunca está.

- Trouxe umas bolachas de água e sal e um chá, presumo que esteja enjoada e essas bolachas e o chá ajudam a melhor os enjoo, mas não exagere muito. 

Pego o pequeno prato de porcelana e o coloco sobre o colo e pego a xícara o cheiro do chá não me incomodava como certos odores que sinto. Peguei raiva de vários cheiros, até mesmo do meu perfume predileto agora seu cheiro se tornou doce demais para mim.

- Obrigado - agradeço.

Emma sorrir e apanha minha mão livre e a acaricia com carinho.

- Não precisa agradecer minha doce, faço isso para seu bem - diz emocionada.

- Claro que preciso agradecer, agradecer por tudo que fez e faz por mim, não sei o que seria de mim sem você e Poncho para cuidarem de mim. Prometo que irei retribuir tudo que fizeram por mim todos esses anos - o choro fica preso em minha garganta.

- Não. Não precisa retribuir nada, só o fato de está feliz serve como recompensa - diz docemente - estou feliz em ter você aqui.

- Eu também.

Beija a palma de minha mão com carinho e logo olha em meu rosto com carinho e emoção.

- Tudo que quero é sua felicidade, sua mãe me pediu para cuidar de você e só estou cumprindo o que prometi - uma lágrima rola por seu rosto, seus lábios tremem -, sua mão ficaria muito feliz em saber que irá se avó.

- C-claro.- suspiro e seco uma lágrima em meu rosto.

- Preciso ir.

Emma levanta da cama de forma rápida, secando suas lágrimas com a manga de sua camiseta e respira profundamente antes de olhar para mim novamente.

- Beba o chá e coma as bolachas - indicando ao prato e a xícara -, mas não exagere, pois pode piorar - acinto em concordância.

Nos despedimos com beijos e abraços e logo me vejo sozinha novamente, bom não totalmente. Olho para minha barriga pela primeira vez, levanto minha blusa e começo a tocar meu umbigo com as pontas dos dedos, não estava muito diferente, só um pouco inchada e redonda, não daria para perceber se não prestassem a atenção. Era estranho saber que alguém estava crescendo dentro de você e ao mesmo tempo era legal.

- Como será que é você, hein? - afino a voz instantaneamente - você nem me escuta eu sei.
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C. Uckermann

Não pensava em outra coisa ao não ser aquelas cartas e o fato de Dulce não ser minha irmã, eu a queria de volta e agora a quero mais ainda. Não havia mais nada além de Elizabeth para nos impedir de ficarmos juntos, só que agora não sei se devo ir atrás dela, talvez fosse melhor que ficássemos separados, mas eu a amava e sentia que precisava dela e ela de mim.

A campainha toca novamente e espero que não seja mais uma surpresa e até tenho receio de abrir a porta, mas é só Elizabeth que me espera do lado de fora sorridente. Parece diferente desde a última vez que a vi, seus cabelos estão na altura dos ombros e mais loiros a deixando mais angelical.

- Gostou do meu novo visual?- pergunta.

- Ahn...claro!

Ela fecha a cara instantáneamente e cruza os braços intrigada.

- O que houve?

- Nada.- tendo esquivar, mas Beth é persistente.

- Chris...houve alguma coisa? Foi a Dulce?- sua testa está cheia de rugas.

- Não a nada.

- Eu te conheço.

Senta-se na poltrona e cruza os braços e me encara. Ela não ia desistir até que resolvesse lhe contar a verdade. Essa era Elizabeth.

- Aff...Beth. Não quero magoar você - trinco os dentes.

Beth se remexe inquieta, morde o lábio inferior de nervoso.

- Já está me magoando escondendo de mim - dou um logo suspiro.

Ela tinha razão, não devia esconder isso dela e da última vez esconder dela coisas dela não foi algo fácil e era a vida dela então precisava saber de tudo.

- Ok.

Conto tudo a ela, desde o dia em quem Fernando me trouxe as cartas e sobre meu pai e a paternidade de Fernando. Elizabeth parecia em choque a cada revelação que fazia e parecia incoformada com que lhes dizia.

- Isso...não pode ser verdade - gagueja.

- Infelizmente não, Beth.- fito o chão.

Elizabeth balança a cabeça várias vezes sem crer no que disse a ela, odeio vê-la daquela forma.

- Não! Não! - berra com as mãos na cabeça indo em direção a porta desesperada.

- Elizabeth!- grito assim que a vejo sair correndo...
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        O Limite de tê-la comigo (Vondy) [Livro Dois]Onde histórias criam vida. Descubra agora