Cheguei em casa já era noite e bem tarde, percebi que o Daniel já estava em casa, não sei que milagre. Estacionei ao lado do Jaguar dele, abri a porta que dá para a cozinha e vi que a Susan estava vermelha, com o batom apesar de clarinho, borrado e Daniel estava próxima a ela com a boca manchada de batom.
–Boa noite, atrapalho alguma coisa? – falei nervosa.
–Não atrapalha Dona Olívia. – Susan falou e foi se retirando.
–Não precisa sair Susan, quero jantar, não comi nada.
–Que horas é essa de chegar Olívia? E seus filhos? – fala se afastando da Susan.
–Meus filhos estão bem, dentro de casa, quem nunca está em casa aqui é você Daniel, não sei que milagre o fez chegar cedo hoje, aliás sei. – falei e olhei para a Susan, que mudou de cor na hora.
–No dia que chego para ficar perto de você, não te encontro em casa. – ri, ele chegou cedo porque fez burrada de manhã quando a amante atendeu minha ligação, e para pegar a Susan.
–Pensei que tivesse vindo cedo para dar uns pegas na empregada – falei sem nem pensar na Susan, ela se virou envergonhada e saiu da cozinha correndo.
–Isso é jeito de falar Olívia? Enlouqueceu?
–Como seria o melhor jeito Daniel? Chego na minha casa e vejo meu marido e a empregada, pensei que você pelo menos respeitasse a casa que estão seus filhos, mas nem isso seu cafajeste? – falei indo em direção a ele e lhe dei um tapa na cara.
–Você é burra mesmo, sempre foi burra e fria. – falou colocando a mão no local que recebeu o meu tapa.
–Eu sou o que Daniel? – elevei minha voz, mas não gritei por causa das crianças.
–Isso aí que você ouviu, burra e fria sexualmente falando – gritou e bateu na bancada da mesa, me assustando.
–Você já gostou! – falei friamente.
–Nunca, você nunca me chupou direito, não faz nada direito.
–Não quero conversar sobre isso com você Daniel, não vamos entrar nesse mérito agora.
Não queria rir, mas fui obrigada. Muito cara de pau, ele goza rapidinho comigo e eu fico sem gozar na maioria das vezes, agora vem falar que sou fria? Por que ele não me faz gozar? Fala sério. Eu iria engolir tudo o que ele me disse, mas até quando eu teria que aguentar isso tudo?
Até onde é certo permanecer em um casamento frustrado? Sem amor? Tentei amá-lo diversas vezes, e percebi que ele também não me amava do jeito que se dizia amar.
Com o tempo fui vendo as traições e ele não era de esconder, após a viagem para Cingapura que achei o embrulho de presente da Tiffany, eu comecei a investigar e ele realmente havia dado para uma mulher que ele estava se relacionando, mas percebi que ele não se prendia a uma só, ele tinha várias, me fiz de muda, cega e surda na época. Nunca tive ciúmes dele, pois nunca o amei, então na minha cabeça ele podia ficar com quem quisesse, mas uma hora eu saberia que aquilo não era o suficiente para mim.
–Sempre soube das suas amantes Daniel. – ele riu.
–Sabia, porque nunca as escondi de você.
–Eu sei que você não ligava para mim mesmo e dizia que me amava.
–No início eu fiz para ver se você se importava e implorava para que eu não fizesse mais isso, mas não você nunca ligou.
–Nunca liguei porque eu não queria me separar por causa dos meus filhos seu babaca, eles precisavam de um pai.
–Olívia, você nunca se separará de mim, independentemente de ser por causa dos meninos.
–Você não me ama por que continuar casado?
–Porque você é minha mina de ouro, não quero ter que dividir um dólar com você nesse divórcio.
–Você é doente, seu louco materialista – gritei, já tinha umas lágrimas correndo pelo meu rosto, uma tristeza profunda me assolou e eu sai correndo.
–Olívia, nunca vou me separar... – eu ainda o ouvi gritar lá da cozinha.
Entrei, me fechei no quarto e a ficha caiu, que esse tempo todo que ficamos juntos foi por causa do meu dinheiro. Ele era um louco e eu havia me casado com um cara assim, logo eu que nunca liguei para dinheiro, sempre olhava para as pessoas pelo que elas eram e não pelo que teriam. Nunca o dinheiro para mim sobrepujava aos sentimentos pelas pessoas. Que cruel.
Pouco tempo depois ele veio até o quarto, verificou que a tranca estava fechada e bateu na porta.
–Ollie, por favor, abre. – ele falou manso.
–Não, saí daqui! – falei, mas me lembrei que as crianças iriam acordar.
–Por favor. – ele falou então eu abri a porta pois não queria chamar mais atenção ainda.
–Entra!
–Obrigado.
–Olha Daniel, você pode não querer me dar o divórcio agora...
–Nunca darei.
–Enfim, mas nunca mais você me tocará, não quero suas mãos que tocam tantas outras em mim.
–Você é minha mulher tem que me dar o que eu quero, quando eu quero.
Ele veio até mim e eu o afastei, então ele me puxou pelo braço para me beijar, só que me puxou com uma força enorme e com o braço solto, dei outro tapa na cara dele.
–Não me obrigue a fazer o que eu não quero Daniel. – falei chorando, mas eu estava firme, não demonstraria medo, então ele me olhou nos olhos e recuou.
–Desculpa. – disse e saiu.
Graças a Deus ele desistiu, dois minutos depois o ouvi sair no carro. Ele não era louco, não para fazer novamente aquilo. Eu realmente tive medo dele e aquela noite veio com toda em cima de mim, hoje percebo que de certa forma fui estuprada sim por ele, e não posso deixar que acontecesse ou aconteça novamente, em mim ele não tocaria mais.
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bjs
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Decisões (In)corretas: segundas chances são possíveis.
RomansaSinopse de Decisões (in)corretas: Olívia é uma bailarina que sonha em montar seu estúdio para ensinar crianças carentes e adultos a dançar, como nem tudo são flores, seus sonhos são afastados quando várias decisões incorretas tomadas por tercei...