Capítulo Trinta e Oito

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Não consegui dar boa noite para os meninos, eu estava arrasada, dilacerada por dentro, meu braço pulsava da dor do puxão que ele me deu. Com certeza ficaria roxo. Depois do que pareceram horas consegui pegar no sono, mesmo com fome.

Acordei sobressaltada pelo pesadelo que tive, na verdade não foi pesadelo, mas algo que teria acontecido comigo, voltei no tempo, na noite triste que engravidei das gêmeas. Só que no sonho eu vi no vinho quando bebi um pó que no dia não percebi, ficou no meu subconsciente, porém na época não dei a devida atenção, será mesmo que ele me drogou? Não posso acreditar nisso.

Levantei e fui tomar um banho, estava suada pelo pesadelo, quando cheguei no banheiro, vi meu reflexo no espelho eu estava com uma camisola de alcinha e vi que meu braço estava roxo no formato da mão dele. Me deu uma vontade enorme de chorar, mas olhei o relógio estava atrasada para levar os meninos para o colégio, peguei o celular tirei uma foto minha no espelho, tomei banho correndo, coloquei uma calça jeans e uma camisa de manga comprida, mesmo no calor e desci.

–Mãe, tudo bem? – Helena já estava pronta me esperando na cozinha.

–Tudo sim filha.

–Ouvi a senhora e o papai brigando ontem.

–Nada sério, filha.

–Jura?

–Juro! E essa blusa aí?

–Foi a primeira que peguei.

–Tá quente mamãe – Heloise falou quando me viu.

–Acho que eu estou começando a ficar com dor de garganta, é melhor prevenir. – coloquei a mão na garganta e elas se entreolharam.

–Mãe, não quero ir para o colégio hoje. –Davi falou choroso quando a Glória o trouxe, salva pelo gongo.

–Davi, você tem que ir para o colégio, leva o Batman e o Homem Aranha hoje.

–Oba! – Pulou em festa e saiu correndo.

–Ei, tomar café!

–Ah! – fez bico.

–Glória, busca para nós os bonecos! – Davi sorriu e sentou à mesa.

–Sim, senhora.

–Kamila por favor, quero falar com você!

Me afastei com a Kamila que já estava preparando o café da manhã, vi que a Tina estava varrendo a sala, não sei onde estava nem a Susan e nem a Doris.

–Kamila faz as contas da rescisão da Susan, quando voltar a tarde quero que estejam todas a contas já feitas.

–O que houve minha filha?

–Nada. Só não quero mais olhar para a cara dela.

–Tudo bem. – amo a Kamila por isso, ela sempre me respeita, se eu tomo uma decisão ela não fica no meu pé para saber, não é um assunto que eu queira, agora, contar para ninguém.

–Marque entrevistas para amanhã, e pode entrevistar, pois não terei muito tempo, não quero ficar com desfalque aqui em casa, ainda mais agora que precisarei de toda a ajuda possível.

–Verdade, você ficará bastante ocupada lá no galpão. Quando começam as obras?

–Hoje mesmo!

–Nossa que rápido.

–Já estou com essa vontade há dezessete anos Kamila, não posso atrasar mais.

–Verdade filha! Estou gostando de ver. – eu a abracei e fomos para a cozinha tomar café.

–Foi bom ver o John ontem Ollie.

Decisões (In)corretas: segundas chances são possíveis.Onde histórias criam vida. Descubra agora