Silêncio

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Eu imploro a ti, não vá embora
Estou cansada de ouvir
meus próprios gritos
ecoando por essa escuridão
vazia e sem fim.

Eu o odeio por ter partido.
O odeio desde o segundo em que
não vi mais o seu rosto.
O odeio por me fazer te amar inexplicavelmente, ao ponto de segurar a mão da própria morte
só para que, com a outra,
eu pudesse segurar a sua.

Nunca, em minha
curta e medíocre existência,
o silêncio me pareceu tão
sufocante quanto agora.
Bem no fundo, eu consigo sentir
meu coração batendo;
enquanto o seu, permanece quieto.

Eu realmente não sei
onde viemos parar.
Onde eu vim parar.
Sinto o aperto familiar
em meu pescoço.
Sinto o nosso sangue
em minhas mãos.
Sinto uma dor dilacerante, como uma lembrança constante, de que o que aconteceu foi muito mais que um mero pesadelo.

Antes de partir,
enterrei meu coração
nos fundos da casa azul,
abaixo da árvore onde tudo começou.
Onde dois corações pararam de bater.

Em algumas noites frias e solitárias, dentro da escuridão de minha mente perturbada, consigo ver as nossas sombras de mãos dadas.
Abaixo da macieira amaldiçoada, com cordas entrelaçadas no pescoço e os corações em silêncio.

Abençoados com a morte.

— Niina

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