Capítulo 3

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Acordei com o despertador às 6:30 e vi que era sábado, aff nem percebi que burra. Resolvi levantar mesmo assim, coloquei uma blusa azul, uma calça moletom preta e desci na cozinha.

Preparei o café, arrumei a mesa e fui até a sala para assistir netflix, por trouxa resolvi correr e me jogar no sofá. Escutei alguém gritar "Ai caralho" e fui lindamente jogada do sofá.

Agora que eu fiz isso, aprendi duas novas lições de vida: 1- nunca acorde cedo no sábado 2- olhe antes de se jogar no sofá, porque o seu irmão mais velho pode estar dormindo lá.

- Porra, obrigada por quebrar a minha coluna. - ele diz sentando no sofá com o cabelo desarrumado.

- De nada. E bom dia para você também. - digo sorrindo.

Ele me olha feio e senta no sofá, o mimizento ainda fica passando a mão nas costas.

- Tadinho do bebezão - fiz beicinho - , a maninha te machucou é?

É... ele ficou puto. E se jogou em cima de mim, eu comecei a bater nele e quando vi ele estava puxando meu cabelo e eu meio que o estrangulando até que nosso pai apareceu.

- Ô, ô, eia. - obrigada por nos chamar de cavalos pai - . Que gritaria toda é essa?

- Foi ele/ela que começou. - falamos.

- Não interessa quem começou ou não, solta o cabelo dela, - ele soltou o meu cabelo relutante- solta o pescoço dele, - também com relutância soltei o pescoço dele - agora se abracem e digam que se adoram.

Nos olhamos, mas se não obedecêssemos papai... aí sim isso aqui iria virar uma luta de UFC. Nos abraçamos e falamos entredentes um "eu te adoro" e nos separamos.

- Pronto, viram está bem melhor. - Rick diz sorrindo - Agora vamos tomar café como uma família normal que a gente não é.

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Por mais que eu odeie o meu irmão, a gente se ama tipo do fundo dos nossos corações sombrios. Nunca ficamos brigados por muito tempo, tanto que ele quebrou o silêncio:

- Então... eu soube que é hoje que lança a versão beta do New Medieval Times...

- Ah, verdade. O Connor me falou disso ontem.

- Você saiu com o Connor ontem?- ele diz sério erguendo uma sobrancelha.

- Indiretamente sim.

Um minuto de silêncio para ele se acalmar, é... irmão coruja é assim. Desde sempre brigamos e nos protegemos ao mesmo tempo, bem loco.

- Viu, eu preciso de carona...

- Aonde você vai? - meu pai perguntou.

- Ah, o Jake disse para eu ir com ele em algum lugar na rua Visconde de Mauá.

- O Jake?-  meu irmão fala colocando a xícara  de café na mesa.

- Ah, eu gosto desse cara, figuraça.

Cara, meu pai consegue ser tão aleatório e brisado que as vezes eu acho ele parecido com um hippie doidão-ex lutador de MMA. Eu o encaro por uns segundos boquiaberta raciocinando o que ele tinha falado antes de responder meu irmão.

- Sim, ele mesmo.

- Vocês vão em um encontro?- ele ergue uma sobrancelha.

- Aff... Porque todo mundo me pergunta isso? - digo revirando os olhos. - Não, não é um encontro.

Ele suspira.

- Tá bom, eu estou indo lá mesmo. Vou me encontrar com uns amigos e te levo.

Espera... ele acabou de dizer que vai sair de casa... e encontrar amigos, tipo fora do nerve gear. Orra, se até vírus evolui porque meu irmão não pode evoluir também?

- Ah... beleza então.

Terminamos o café em silêncio, fomos para a sala assistir The Walking Dead na Netflix. Almoçamos e fomos até o local.

Meu irmão estacionou o carro, quando desci vi o afobado no começo de uma fila gigante em frente a uma loja, devia ter umas 14 pessoas em sua frente. Uns meninos acenaram no meio da fila pro meu irmão, e a criatura (Jake) fez sinal pra mim.

- Bom... até mais. - meu irmão disse indo com seus amigos.

- Até. - respondi indo até Jake.

- Ainda bem que você veio, - ele diz sorrindo - já tava achando que ia ficar aqui sozinho.

- Nossa quanta positividade. Então... - digo olhando para a fila gigante - o que a gente veio fazer aqui mesmo?

Ele fez uma cara de cu e me respondeu.

- Você tá mais perdida do que o Henry no dia da festa surpresa do aniversário dele.

Não tive argumentos para essa afronta contra minha pessoa.

- É aqui que vão distribuir os jogos para os beta testers do New Medieval Times. Por isso eu te chamei aqui, você tava louca esperando esse jogo.

Meu Deus amado. O cu dele que é isso. Olho para ele, sorrio, pulo nele abraçando-o e grito que nem uma louca:

- Louco do céu! Te adoro! Obrigada do fundo do meu coração!

Quando solto o abraço vejo as pessoas da fila nos encarando, um Jake parecendo um cosplay de pimentão e meu irmão olhando pro lado como se não me conhecesse.

Quer saber? Foda-se. Então falei para as pessoas da fila:

- Que foi? Nunca viram uma menina ter um ataque histérico com seu amigo?

Todos que estavam nos encarando pararam e voltam a conversar entre si. Passado uns minutos a porta da loja abre e os primeiros da fila entram, não leva nem 5 minutos e eles saem com uma sacola de presente felizes da vida.

Quando estávamos na porta para entrarmos adivinha quem estava saindo da loja? Juro que tentei ignorar, não pela pessoa mas por quem viria depois. Olhei pro lado, coloquei o capuz da jaqueta e esperei ele ir embora.

- E aí Jake?

- Opa Connor. Tudo bom?

- Tudo susse, você veio sozinho?

- Até que não véi, chamei a Angie para vir comigo. - ele olha para mim.

Obrigada querido. Era tudo que eu precisava, quem sabe você não invoca aqui o Gustavo pra fechar o pacote? Eu me viro olhando feio para Jake e falo relutante para Connor:

- Oi...

- Oi... ahn... é a segunda vez que nos encontramos por acaso em praticamente um dia.

- É mesmo - rio, mas olho apreensiva para dentro da loja e depois para ele e sorrio.

- Se você está achando que o Gus vai sair por essa porta relaxa, ele ficou de ressaca depois de ontem. - ele revira os olhos - É, depois da pizzaria ele me deixou em casa e foi para uma festa. Bebeu pra caralho.

- Ah, que bom... - alívio momentâneo - quer dizer poxa que pena.

Connor ri e o assistente da loja abre a porta de onde saíram mais três pessoas delirando de lá.

- Ok. - Jake disse, esse aí não tava entendendo porra nenhuma da conversa - O papo tava ótimo, mas o que nos espera lá dentro é melhor ainda. Vamos Angie.

- Bora. - E assim entramos na loja

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