Acordei com o barulho irritabte de uma máquina que fazia um bip quase frenético.
Não lembro do que aconteceu, só queria que desligassem essa luz, isso tá muito forte, não consigo abrir meus olhos direito. E enxergo apenas uma sala branca e... Que roupa é essa? Enfim.
Acho que consigo lembrar de algo como eu, e o Lucas chorando. Não lembro sobre o que ele falou, assim que tentei lembrar, sebti uma pontada na cabeça e uma dor forte. Porque eu e ele estávamos no hospit... Lotte.
Saio da cama na velocidade que me é permitida. Me sinto cansada, exausta, mas saio a procura dela.
Saí e vi um corredor enorme com portas e números nas mesmas. 612 era o número da minha sala, não sei.
Caminho até ver um mapa do hospital, isso precisa mesmo de um. É enorme.
Assim que vou descendo a primeira escadaria (eu estava no 5 andar) uma enfermeira me parou e me perguntou o que eu estava fazendo ali. Eu apenas respondi:
- Procurando alguém. - minha voz estava horrível, eu me sentia horrível.
- Você não pode fazer isso pois é de menor e precisamos saber quem são seus responsáveis para podermos lhe deixar sair de sua sala. Então por favor, volte e descanse que depois iremos pedir o número dos seus responsáveis.
- Eu tenho que achar minha amiga!
- Você precisa aguard... - enfermeira
- NÃO!
- Não me faça chamar os seguranças. - Enfermeira
Comecei a raciocinar, se eu continuasse assim, ela iria chamar os seguranças e a minha chance de saber sobre Lotte. Respirei fundo.
- Olha, eu não lembro como desmaiei, mas preciso ver minha amiga. Ela perdeu os pais e o resto da família mora em outro país. A considero uma irmã e parte da minha família. Eu prometo ficar quieta na minha sala se você deixar eu ver ela.
A enfermeira apenas respirou fundo sabendo que esse era o modo mais pacífico de me colocar de volta naquela sala.
- Ok. Como é o nome dela? - Enfermeira
- Anderson. Charlotte Anderson. (N/A: Lê-se Enderson)
Depois de irmos para a recepção e lá descobrirmos qual o quarto de Lotte, fomos (eu fui) correndo até lá.
Assim que abri a porta, lembrei... Lembrei o motivo de eu ter desmaiado.
Lucas deixava um beijo casto nos lábios de Lotte. Eu senti tudo girar e um enjoo que me fez quase colocar algo que eu não comi para fora.
Depois disso, Lotte com sua expressão cansada, olhou para a porta e me viu. Corou ao ver que alguém tinha presenciado e Lucas ao notar que eu estava na porta, deu outro selinho nela e saiu do quarto, deixando apenas eu e ela.
Respira e não pira.
- Onde você tava com a cabeça Lotte?!
- Desculpe... - Lotte
- Desculpe?! Você ainda pede desculpas?! Eu ia perdendo minha amiga e irmã, você ia perdendo a vida. Raciocina isso Lotte.
- Olha! Eu não queria mais viver okay?! Eu perdi todos, a minha família e sei que minha única amiga verdadeira é você! Não, só isso não é suficiente. Não me venha com seu egoísmo de me fazer viver pois no fundo você sabe que só me quer viva para não ficar sozinha! - Lotte
A esse ponto eu já tinha lágrimas descendo pelo meu rosto. Meu coração estava quebrado. Eu amo ela. Minha irmã.
- Gatha, desculpa eu... - Lotte
-O que foi aquilo com Lucas? - Perguntei com a cabeça baixa
- Eu.. Eu estou ficando com ele, gostando dele.
- Entendo... Vou ligar para meus pais para termos os responsáveis e podermos ter alt...
A essa altura ela ja tinha apagado...
Andei de volta a meu quarto na área B, quarto 612. Isso me lembrou O Pequeno Príncipe.
Eu me sentia quebrada, vazia, desolada. Estava tão aérea que nem notei minhas pálpebras pesando, e o sono vindo.
Vou dormir, talvez isso seja um sonho.
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Um Final Não Tão Feliz.
Short StoryNem toda história de amor termina bem. Nem todo livro é bom. E nem toda vida é feliz. Agatha uma garota jovem e problemática, assim como depressiva mas não deixa de fazer os outros sorrirem. Confia apenas em si própria e sua melhor amiga a Charlott...