VII - Descubro a verdade de como os meus amigos morreram.

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Notas Iniciais:

Espero que gostem, não irá deixar tudo muito claro, mas essa é a graça, deixá-los com suas teorias e duvidas. 😉

***

  Estavam todos lá, nós só tínhamos duas horas até o "teste". Eu podia ver nos olhos dos demais que a ansiedade os deixava nervosos, já tinha todo o plano em minha mente, mas para finalizá-lo faltava apenas uma única coisa.

 -Muito bem, agora que os dois estão aqui e Júlio já se certificou de que não irá aparecer ninguém, preciso de um favor.

Como eles permaneceram em silêncio, prossegui:

 -Quero saber como foi à morte de vocês.

Ambos me encaram surpresos e assustados ao mesmo tempo, e Tainara tomou a frente.

 -Por que isso importa agora?

 -Porque vocês sabem como foi a minha, nós nos conhecemos há mais de um ano e tudo o que sei é que vocês provocaram a ira dos deuses e acabaram nos campos de punição, já no meu caso vocês podem ir contar para todo mundo quem eu sou. Fora que quero que confiem em mim.

  Eles se encaram por um tempo e achei que iriam virar as costas e sair. Até que Júlio respirou fundo e finalmente cedeu.

 -Eu tinha 13 anos quando a Segunda Guerra Mundial começou, o Brasil permaneceu neutro durante os três primeiros anos, mas em 1942, após um navio brasileiro ser atacado o presidente resolveu firmar suas alianças com os Estado Unidos.

  Essas simples palavras me fizeram encará-lo surpreso. Júlio era muito mais velho do que eu pensava...

 -Meu pai era um dos melhores soldados daquela época e por isso teve a oportunidade de escolher se gostaria de receber o treinamento no Brasil ou na América Do Norte, e é claro que ele ficou com a segunda opção.

  Júlio ficou com um olhar sombrio por alguns segundos, mas então sua expressão voltou ao normal quase tão rápido quanto antes.

 -Um tempo depois que ele partiu chegou uma carta em nossa casa dizendo que meu pai havia desaparecido.... Minha mãe não derramou uma única lagrima e quase fez uma festa alegando que ele tinha tido o que merecia e que por ela, não deveria voltar nunca mais. –Sua mandíbula travou. -É claro que isso apenas contribuiu para que meu ódio por ela aumentasse....

  Os meses se passaram e meu aniversário de 17 anos tinha finalmente chegado e de comemoração, a irmã da minha mãe e sua filha foram em casa fazer os planejamentos e terminar o acordo que meu pai e meu tio haviam começado um pouco antes de partirem...

Tainara o encarou confusa. -Que acordo?

 -Naquela época era comum ter casamento arranjado entre primos, pois para eles o que importava era o dinheiro que aquilo iria gerar.

  Ela iria dizer mais alguma coisa, mas resolveu deixar que ele prosseguisse.

 -Enquanto elas decidiam o que fazer, minha mãe me mandou levar a minha prima dar uma volta, eu no mesmo instante concordei, já que fazia de tudo para escapar de ficar horas ouvindo sobre como tudo seria. Enquanto caminhávamos e conversávamos um grupo de quatro garotos nos parou e disse que era para entregarmos tudo que tínhamos. O problema é que por mais que nossas famílias fossem muito ricas nós dois não saiamos com absolutamente nada de valor, justamente pelo fato de chamar atenção. –Júlio enfiou as mãos no bolso da calça indiferente. -Tentei argumentar, mas três deles me cercaram e bateram enquanto o líder agarrava minha prima, pedi para que parassem e deixassem-na em paz, mas tudo que faziam era rir da minha cara e me bater mais... –Ele fez uma pausa como se tentasse manter a expressão neutra. - Quando ela estava quase sem roupa, não aguentei e gritei...

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