auribus teneo lupum × {jjk + pjm}

Único

           • AURIBUS TENEO LUPUM •

(1) Ao pé da letra, segurando um lobo pelas orelhas.

(2) Uma expressão usada quando existe uma situação insustentável; quando, fazer algo ou fazer nada para resolver, era igualmente arriscado.

⊷ ⊶

         Eu estava presente quando Jimin foi notificado para fazer uma apresentação simples, mas acredito que de grande importância, já que também fui capaz de presenciar, assim que Namjoon - nosso amigo - saiu do quarto, ele chorar feito um bebê.

           Me permiti deitar ao seu lado e abraçar seu corpo, que se encontrava em posição fetal. Quis questionar e tentar entender o motivo de tantas lágrimas, se eram por motivos bons ou ruins, mas optei por deixar para outro momento.

           Ele chorou até pegar no sono. E eu quis gritar.

           Mas não gritei. Ele tinha demorado tanto para pegar no sono e já fazia bastante tempo que sua dificuldade para dormir era presente, que não quis ser egoísta. Não tive a coragem de acordar e perguntar o porquê daquilo tudo e por que estava acontecendo  isso com nós dois, com ele e comigo. Porque, com frequência, eu era ignorado por ele. Minhas investidas pareciam não existir e, principalmente, porque eu sentia que estava sumindo. Adicionando o fato que a gente não conversava como antes. Embora eu me sentisse da mesma forma, já não estava em condições em manter nada. Tudo que estava ao meu alcance, eu fiz.

          E é exatamente esse ponto que acaba comigo. Ter feito muito, querer continuar fazendo mais, mas não ter um possível controle sobre qualquer situação que nos relacionasse.

          Só queria respostas, se esse fosse nosso fim. Mas, toda vez que o via chorar, o que se tornara normal - igual sua insônia - eu abaixava minha guarda. Eu não gritava, batia o pé no chão ou forçava uma conversa séria, eu sempre fui, e sempre serei, indefeso em relação a Park Jimin.

          Eu só não aguentava mais ter me tornado um total nada para quem era o tudo para mim.

          Foi pensando nisso que o abracei naquela posição mesmo, cheirei seus cabelos e deixei bem gravado para mim mesmo que quando ele acordasse, tudo se resolveria. Sendo de uma forma boa ou ruim para mim e doeu pensar daquela forma e concluir que o bom para ele, seja o meu ruim.

          Não consigo entender como deixamos chegar até aqui. Esse era o ponto que dizemos nunca chegar. Park Jimin, qual foi meu erro?

⊷ ⊶

          Já me sentia entediado por estar quase um dia completo dentro daquela sala. Jimin parecia ter recuperado todas suas energias depois daquele sono e, desde então, ele vinha treinando todo dia, toda hora.

          As coisas se mantinham da mesma forma, mesmo eu tendo me intimado para não empurrar aquilo para mais além do que podia aguentar. Eu continuava sem respostas e sem saber o motivo de tantos treinos. Minhas duas incógnitas.

          Em busca de tantas respostas e de uma saída para meu sufoco, que aquilo já completaria um mês em poucos dias. Um mês de um completo nada no meu peito e só aumentava quando o escutava chorar escondido depois dos treinos e ouvir suas lamúrias sobre não entender como fazer aquilo e terem dado logo à ele aquele papel, aquela apresentação.