We Are Sinners

Causa

2010 - Colégio Bang-gu, Ansan- Coréia do Sul

  Ten corria pelos corredores como uma criança, com um sorriso brilhante no rosto,  enquanto atropelava as poucas pessoas ao seu caminho

  Após virar à direita, parou naquela misteriosa porta da sala do zelador. Realmente, como estava escrito no bilhete, o corredor estara vazio naquele horário. Como pedia o papel branco que segurava, deu três batidas na porta, observando a mesma se abrir devagar

   Deu um passo e entrou na pequena sala, se estremeceu quando as luzes rapidamente se apagaram, e percebeu que não estava alí sozinho, obviamente

 
-Ten. - uma voz chamou seu nome

-Quem é? - Perguntou um pouco assustado

-Adivinhe. - A criatura falou e puxou sua mão, segurando-as em seguida  e trazendo Ten mais para perto de sí.

   Ten aproveitou para passar a mão pelos pulsos da pessoa, sentindo uma pulseira conhecida

   -Johnny?

  -Aish, pulseira maldita, não achei que você advinharia. - Riu.- Ainda bem que você leu o bilhete, estava achando que não viria.

-Eu te conheço dos pés a cabeça, John. 

-Acho que não. - Johnny falou e um silêncio invadiu o local.- Você não conhece meu coração.

 
   Mais um silêncio profundo, que Ten achava desconfortável, principalmente por estar com Johnny, o garoto por quem nutria um sentimento que todos julgariam ser errado, mas ele sabia da inocência do seu amor, e sabia que o mais velho gostava dele também, qual era o problema dos dois ficarem juntos? Eram apenas dois adolescentes descobrindo o amor.

  -Eu acho que você já imagina o motivo de eu ter te chamado aqui...- Johnny falou, se embaralhando em suas palavras. - Sabe Ten, é que eu acho que eu gosto bastante de você...- Corou, mesmo Ten não percebendo isso por causa do escuro.- Eu estava procurando alguma coisa para te dar, nos filmes os homens apaixonados dão uma flor para as garotas, mas você não é uma garota, então eu realmente não sabia o que dar... mas eu peguei uma flor mesmo assim.- Falou acendendo a luz, fazendo Ten finalmente ver seu rosto vermelho e ver que o menor estava corado também, o que o deu muito vontade de morde-lo. Para Johnny, Ten era a coisa mais fofa que ia havia visto.

Entregou a rosa amarela que estava atrás de sí. Era uma das flores favoritas de Ten, que adorava ir ao jardim e ver a jardineira cuidando das rosas, para Ten, aquele era o único lugar delicado e bonito daquele colégio. 

   -Eu roubei do jardim... E me espetei com os espinhos também.- os dois riram.- Então, você quer namorar, mesmo que secretamente, comigo?

  O menor deu um sorriso de orelha a orelha, e apenas abraçou o mais velho, que também sorria como se tivesse visto o paraíso.

- Será que deveríamos nos beijar?- Ten perguntou, corando novamente.- Sabe...nos filmes... As pessoas fazem isso.

  -Você vem primeiro.- Johnny falou, sorrindo 

   Ten se aproximou, ficou na ponta dos pés e deixou um selar delicado em seus lábios. Quando foi se afastar, foi segurado pela cintura pelo maior, que juntou seus lábios novamente, dando um beijo mais intenso

Mas, para dar início ao inferno de suas vidas, a porta se abriu, revelando o zelador e o diretor. Apenas foram ouvidos gritos, puxões nas orelhas e nas golas de suas camisas.

A partir de então, Ten foi transferido para sua antiga escola na Tailândia e Johnny sofreu castigos naquela escola, e nunca mais se viram