Desde que tava em sampa, eu tava querendo fazer algo diferente quando eu chegasse em Araguaína, algo que tivesse muita gente, muito riso, muita luz, muita paz e alegria
Pensei em um sarau, o meu sarau
Chegamo em Araguaína eu e Ninha dia 8, o sarau era dia 16
Queria que Ninha tivesse presente em tudo, mas ela num podia, então minha mãe, sabra e aninha me ajudaram
Quando chegou dia 16, dava gosto de ver, casa cheia, aquele povo todo rindo, cantando, partilhando de uma alegria que dava gosto de vêEu e Ninha cantamos algumas músicas, mas ela tava distante, num mundo que não era o nosso, toda avoada, mas deixei pra falar com ela sobre isso, no fim
Aninha, minha irmã, tocou bastante, eu cantei junto a ela, foi uma bagunça tão boa
Acabou cedo até o sarau, quando dei por mim, os parente, os amigos tavam tudo indo embora já
Mas quem eu queria, ainda tava ali, quieta, com aquele celular maior que ela na mão
Me aproximei de Ana Clara e perguntei
Que foi com tu? Tá cum cara fechada desde que chegou
Nada, Vi
Te conheço até do avesso Ana Clara, fale
Ah Vi, é tão complicado ter que fingir algo que não existe entre a gente, na frente da tua família, pra todo lado é um falando que a gente é feito irmã, que a gente é só amiga e que tudo que os nossos fãs dizem, é bobeira, tu age de uma maneira tão tranquila, eu não entendo
Ei, num pense assim não, Ninha, o que a gente sente, é tão nosso, é tão único, é até bom esse povo todin não saber, o que eu sinto por tu, tá estampado no meu rosto só de olhar pra ti, e o que tu sente, também, uma hora esse negócio de esconder as coisas, vão mudar, basta tu ter calma, amô
Vi, é uma tortura olhar pra essa tua boca um pedaço da noite e não poder beijar ela todinha...
Ô meu Deus, é tortura pra eu também, mas olha só, tu não pôde beijar ela até agora pouco, mas tu vai poder beijar ela todo o restin dessa noite...