Nunca vi tanto carro entrando num estacionamento de hospital, mas foi exatamente o que aconteceu quando chagamos na maternidade.
Em um carro estava minha mãe, tia Sam e tio Magrin, minha mãe estava lhe orientando já que a tia Sam é inexperiente. Eu e o meu pai estamos em outro. Tia Ágda, tio Jack e a Yasmim estão em outro. Tio Bruno, tia Geovana, Rafa, Emy e tia Ana estão em outro carro.
Meu pai para o carro e eu saio apressada, assim como todos os outros, tio Magrin pega a tia Sam no braço e entra na maternidade com todos nós seguindo.
- ALGUÉM POR FAVOR.- ele grita.
Duas enfermeiras vêem correndo com uma maca, elas saem tirando a tia Sam e o tio Magrin vai atrás.
- eu também quero entrar.- meu pai reclamou.
- eu também quero.- tio Jack falou emburrado.
- só pode entrar uma pessoa, lá não é festa.- tia Ágda explicou.
- ah, nada a ver, isso é injusto.- tio Jack continuou reclamando.
Começou um falatório, imaginem dez pessoas falando ao mesmo tempo e alto, então, essa era a cena. Uma enfermeira veio até nós.
- silêncio, isso é uma maternidade não uma festa, se não se calarem serei obrigada a chamar os seguranças para tirarem vocês.- ela falou ríspida.
- desculpa moça, eles irão ficar quietos.- falei calma.
...
Depois de algumas horas tio Magrin veio com um pacotinho no braço sorrindo largamente, ele ainda estava com aquelas roupas de hospitais e a máscara pendurada no pescoço.
- ei gente, venham dá um "oi" para Bea.- sorriu abertamente.
Todos se levantamos e fomos até ele. No meio da manta rosa tinha uma linda garotinha dormindo com um bico muito fofo, meu Deus e essas bochechas, que vontade de morder.
- oi Bea.- falei pegando na sua mãozinha pequena.- ela é tão linda.
- claro, eu sou o tio dela.- tio Jack falou convencido.
- cadê a Sam?- mamãe perguntou.
- está descansando, essa garotinha aqui não queria vim ao mundo.- alisou o rosto da Bea.
- mãe, eu posso pegar ela?- Yasmim pediu.
- garota, do jeito que você é desastrada é capaz de derrubar a coitadinha.- Rafa falou.
- cala a boca Rafael.- ela falou emburrada.
- parem os dois.- tia Ágda falou severa.
- oi garotinha, aqui é o titio.- o papai falou perto do seu rosto.- o tio de verdade, os outros são genéricos, você é a cara da sua mãe, que azar né?
- cala a boca Felipe, ela é linda que nem a Sam.- tio Magrin olhou admirado a menininha.
- a Beatrice é realmente linda, mas a Samantha né...- papai falou.
...
Depois de um tempo resolvemos voltar para casa, a gente não ia ajudar em nada ficando no hospital mesmo, como diz o ditado: muito ajuda quem pouco atrapalha.
Quando a Beatrice tiver maior eu vou jogar na cara dela que foi eu que escolhi o nome dela porque eu sou dessas.
Com isso tudo eu até me esqueci da morte do André, da pequena depressão do Luan e da minha própria tristeza, agora aqui deitada na minha cama tudo volta, a dor, a tristeza e a preocupação.
Vou fazer uma chamada de vídeo com o Luan só para garantir que ele está bem. Pego o meu notebook que eu quase nunca uso e ligo para ele, enquanto ele não atende eu vou arrumando o cabelo para parecer apresentável.
Luan: Isa?- paro de me arrumar e olho para a tela envergonhada.
Eu: oi amor.- sorrio sem graça.
Luan: tudo bem?
Eu: sim, acabei de voltar da maternidade...- ele me interrompe.
Luan: como assim? Você está grávida? Quem é o pai?- me bombardeou de perguntas.
Eu: calma Luan, eu não tô grávida.- revirei os olhos.- a Beatrice nasceu, ela é tão linda, você tem que vê-la.- falei sorrindo.
Luan: Beatrice é a filha da Sam né?
Eu: sim, ela é tão fofinha, as bochechas delas são enormes dá vontade de morder.- falei com aquelas vozes estranhas que as pessoas usam para falar com crianças e cachorros.
Luan: deve ser mesmo, a prima dela também é bochechuda.- falou rindo. Fiquei feliz por ter conseguido lhe arrancar um sorriso.
Eu: ei, eu não sou bochechuda.- tentei fingir que estava irritada mas logo abri um sorriso também.
Luan: é sim, dá vontade de apertar até arrancar.
Eu: nossa, que carinhoso você é não é mesmo?- falei irônica.
Luan: carinhoso máster.
- LUAN, DESÇA, TEMOS VISITA.- escutei uma voz estridente gritar, deve ser a sra. Lúcifer conhecida também como minha sogra.
Luan: eu não tô afim de ver ninguém hoje.- Luan falou triste para mim.- ela é tão sem noção que em apenas um dia depois que meu melhor amigo morreu ela chama visitas.- sorriu debochado.
Eu: é só não ir ué, você já é de maior, não é obrigado a nada.
Luan: enquanto eu morar embaixo do teto deles serei obrigado a lhe respeitar.- sorriu triste.- te amo, nunca se esqueça disso.- tocou com o dedo indicador na tela.
Eu: te amo mais.- coloquei o meu dedo indicador em cima do seu.
Encerrei a ligação me sentindo bem melhor, é incrível como o Luan tem o poder de me acalmar, tudo pode está difícil mas ele sempre estará lá ao meu lado, me apoiando e acalmando o meu coração.
- quer pizza?- meu pai pergunta colocando a cabeça para o lado de dentro do quarto.
- frango com catupiry?- perguntei animada.
- sim.- sorriu.
- ok, tô descendo.- me levantei da cama.
Saí do quarto e desci a escada junto com o meu pai, chego lá embaixo e encontro minha mãe com uma fatia já na mão comendo.
- eu falei que era para esperar a gente.- meu pai reclamou.
- desculpa amor, estava com fome.- ela fez um biquinho adorável.
- é só fazer assim, já que ela comeu um pedaço só poderá comer mais um, eu e o papai ficamos com o resto da pizza.- falei simples.
- ei, isso é injusto.- ela reclamou.
- injusto foi a senhora ter comido sem nos esperar.- rebato.
- a Isa está certa Manu, você só pode comer mais uma agora.- meu pai concordou.
Mesmo com os protestos da minha mãe a gente só deixou ela comer mais uma fatia, fazendo eu e o papai comer o resto da pizza sozinhos, somos tão espertos.
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Oi coalas, capítulo mais leve para aliviar a tensão dos outros capítulos, acho que vocês já sabem que eu não gosto quando as coisas ficam muito sérias.
Até amanhã, bjundas para vocês ;*
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A Princesinha do Morro
Novela JuvenilEla é doce Ele é arrogante Ela faz de tudo pelos os amigos Ele é calculista Ela espera o seu príncipe encantado Ele já não crê mais no amor Ela é divertida Ele é frio Ela mora no morro Ele mora no Leblon Duas pessoas completamente diferentes, e qu...