Eu e Nina nos aproximamos durante essa última semana. Eu gostei disso, porque foi de uma maneira diferente. Ela se esforçou para proferir algumas palavras e nós passamos todo o nosso tempo livre, juntos, mesmo que, a maioria, em casa. Ela está conseguindo falar comigo mais facilmente e só Deus sabe o quão feliz e excitado isso me deixa. Ela treinou dança para causar uma melhor impressão no corpo de ballet da academia e, bem, não deixou que eu assistisse, mas eu a assisti tocar piano. E eu confesso que podia passar todo o meu tempo assistindo-a. Tão serena e doce. Parecia nascer para isso.
Agora, estou esperando-a para irmos ao nosso encontro. Eu decidi que seria ótimo fazer um piquenique. Conheço um lugar aberto longe da cidade, à uma hora, mas que vale à pena quando se chega lá. Sempre quis levar uma pessoa especial até lá, assim como a pessoa que me levou, dizia fazer. E não há ninguém mais especial que Nina Davis, para levar a um lugar tão lindo. E aliás, hoje é sábado: Temos o dia todo para passarmos nos conhecendo mais. Estou mais ansioso que jamais estive em toda a minha vida. Como é que ela tem esse efeito em mim? Eu mal sei o que sinto quando estou perto dela, porque é um turbilhão de sentimentos e sensações. Eu poderia sentir isso durante todo o tempo, mesmo sem saber o que é. Ainda sim, é fascinante. Não me surpreende eu ter sentimentos estranhamente bons que se desenrolam de forma fascinante por Nina, quando ela é fascinante. Talvez eu esteja fascinado, deslumbrado. Não sei ao certo, só sei que é bom o que sinto perto dela e acho que é por isso que anseio por estar sempre próximo à ela a todo o instante. Eu posso só estar ficando insano, também. Mas de quê a sanidade serve mesmo?Ainda é cedo, o que significa que vamos passar o dia juntos no paraíso e eu não acho que devia estar tão animado e ansioso quanto estou.
Esfrego as mãos e respiro fundo. Eu estou suando, de tanto nervosismo. Tem um buquê de margaridas incríveis ao meu lado, no sofá. Comprei-as hoje de manhã. Espero que ela goste. Eu mal consigo respirar ou ficar parado.
"Oi, Adam." Eu ouço a voz doce de Nina perto de mim.
Eu viro meu rosto para olhar para ela. Ela está tão linda, como sempre está. Seu cabelo está caindo sobre os seus ombros e ela está sorrindo. Seus óculos estão sobre a sua cabeça, puxando seu cabelo para trás. Consigo ver seus olhos mais claramente e seu rosto está mais rosado que o normal. Ela está sorrindo. Um lindo sorriso. Ela está com um vestido colorido um pouco acima dos seus joelhos e um casaco sobretudo amarelo que está aberto. Suas meias são as mesmas que ela está habituada a usar, listradas e tem seu tênis usuais em seus pés. Ela parece uma coisinha colorida e adorável. Quero desesperadamente apertá-la.Está estupidamente linda.
Engulo a seco e arregalo os olhos. Parece que à cada vez que eu olho para Nina, ela fica mais bonita. Como isso é sequer possível? Alguém pode me explicar?
"Hum, wow!" Eu exclamo, piscando os olhos freneticamente. Estou, sinceramente, ofuscado."Sem-sempre vis...visto isso." Ela gagueja e eu me levanto para parar à sua frente.
Aprecio infinitamente o seu esforço para tentar ao máximo falar comigo. Entendo que deve ser mais difícil que aparenta arrancar as palavras de da sua própria garganta e eu não quero que ela faça isso; que se sinta forçada a falar com isso. Quero que ela se sinta confortável em estar perto de mim e conversar comigo. Assim como aparenta estar agora e nada me deixa mais feliz.
"Não parece menos linda por isso. Todos os dias está." Eu sorrio. Pego as flores no sofá e as entrego à Nina. "São para você. Não sei se gosta de margaridas; são brancas. Mas eu acho que combinam com você."Obrigada." Ela sorri. "Por... por quê?"
"São simples, mas cheirosas e atraentes. São delicadas e adoráveis. Todo mundo ama margaridas. São flores ricas em beleza." Eu digo.
"Vamos à....?" Ela tenta mudar o rumo disso. Eu só rio e assinto.
"É uma surpresa. Só aviso que talvez venha a demorar um pouco até chegarmos lá, mas você vai amar." Eu digo, sorridente. "Você parece feliz, Nina."
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O Silêncio Entre Nós
Roman d'amourHISTÓRIA EM EDIÇÃO | LEIA A INTRODUÇÃO Após a morte do pai de Nina Davis, ela desenvolve uma fobia social que a impossibilita de se comunicar com as pessoas de maneira direta, além de uma depressão severa que a mantém à margem do mundo, sempre tranc...