Oi, eu sou o Cadu, nunca fui o tipo de cara de balada, também nunca fui do tipo que ficava em casa, eu era mais o tipo que tava sempre no culto da igreja aos sábados de manhã. Aquele menino certinho, que buscava ter as melhores notas, que não reclamava de nada em casa e tudo que meus pais diziam, pra mim era palavra final , e creio que poderia dizer que minha vida era perfeita, até quê...
-Filho, precisamos conversar-
Meu pai falou com um tom nervoso, e ao mesmo tempo objetivo ao celular- Filho, tem uma mala que me pertence ao lado do guarda-roupa, preciso que você a pegue e coloque todas as minhas roupas, e entregue na casa da sua avó, pois não pretendo retornar para casa!Por um período de tempo, entrei em choque e não conseguia entender o que meu próprio pai estava falando, minha mãe disse na época que o nome daquilo era negação. Foi complicado de entender aos 13 anos, que meu Pai não queria mais voltar para minha casa.
Passaram-se dois anos do ocorrido, e eu estava no último dia do fundamental, e minha mãe resolveu me presentear com um novo celular, e na compra dele ela me informou que não seria mais possível que eu permanecesse no colégio particular, pois as mensalidades estavam caras e como eu já estava grande, já não era algo tão prioritário. Então ela resolveu me colocar no colégio estadual, e naquela noite após saber disso, eu chorei, e chorei muito, não porque eu era minado e me recusava a estudar na escola pública. Eu estudei em colégios ou públicos até o 3°ano do ensino fundamental, porém fui forçado a sair da escola. Eu nunca fui o tipo de menino que aparentava ser bruto ou de aspecto rude, bem ao contrário eu sempre fui uma criança meiga e gentil, e para um menino isso não é bom...meus colegas de classe da escola pública me batiam, prendiam meus dedos entre bancas, me chutavam e etc, até que um dia minha mãe resolveu me tirar do colégio pra uma escola privada pra que eu pudesse estar mais seguro, o que não é tão verdade, mas que é história a ser contada em outro momento.
A ideia de voltar pra escola onde eu passaria por tudo isso de novo era assustadora, mas era uma escola diferente da que estudava quando garoto, essa era estadual e minha mãe trabalhava na mesma. Dito tudo, concordei com a minha mãe, e busquei fazer minha matrícula.Os meses se passaram, e faltavam apenas 24 horas para o primeiro dia na escola nova e estava ansioso e ao mesmo tempo com receios. Perguntas passavam pela minha mente, mas a mais frequente era "O que acharam de mim?". Essa pergunta me assombrava todas as madrugadas, sempre me importei muito com o que pensavam, falavam ou achavam de mim, graças a isso me tornei um pouco paranóico, isso não me fazia nada bem, porém convivia com isso, até que as crises de ansiedade começaram. No começo, era só uma tontura ou uma falta de ar boba, mas que sempre orava e sentia que assim passava, por mais que eu estivesse me enganando, era o que tinha encontrado com solução. Minha mãe costumava me falar que não havia problema meu para que Deus não tivesse uma solução, mas eu olhava ao redor é meu grande o Ele nunca foi capaz de resolver. Já passavam das 5:30 AM já estava praticamente na hora de me levantar pra ir a escola, levantei, me arrumei, mas esse arrumar era por o tênis, calça jeans e camisa polo e já era z nunca tive preocupação em me arrumar porque ninguém nunca me notou, inclusive não esperava que notassem eu era bastante gordo, e sejamos francos isso não atrai em nada as garotas.
Como minha mãe era funcionária da escola onde eu iria estudar, resolvi ir com ela no primeiro dia, pra pegar um lugar na frente, encontrar minha sala, saber como a escola era e entre outras coisas que só conseguiria fazer, sendo o primeiro a chegar. Eu já estava pronto, minha mãe também no relógio marcava 6:50 AM, era a hora de ir. A escola é próxima a minha casa é uns 10 minutos a pé, então da pra ir caminhando tranquilo por voltas das 7:00 AM eu estava no portão com a minha mãe, ela abriu o cadeado e entramos e sai dali do portão, procurando meu nome em uma das listas nas portas das salas, pra minha sorte eu tinha ficado na primeira sala o 1 "A". Coloquei minha mochila na fila do canto uma carteira atrás da primeira carteira, e depois de deixar meu lugar marcado fui para o pátio esperar da 7:30 AM para que todos entrassem, quando de repente minha mãe me chamou, e fui até a cozinha onde ela estava.
-Cadu, é um novo começo. É uma nova escola, com novas pessoas e novas oportunidades de amizades, se envolva em projetos, se envolva com pessoas. Faça do seu ensino médio os melhores anos da sua vida, porque você pode!-Ela me falou cada uma dessas palavras, com tanta sinceridade que por um momento achei que tudo aquilo fosse realmente possível. Mas eu tava esperando vários babacas tirando sarro de mim, e me batendo!O sinal tocou alertando sobre a entrada dos alunos está liberada, nesse momento gritei internamente "SOCORRO PRECISO IR EMBORA DAQUI", mas eu sabia que o que eu tinha que fazer, era me direcionar a sala e esperar um professor ir até lá! De repente rostos familiares começam a entrar na sala, e quando vou olhando um por um, me choco ao perceber que eu estou na turma exata a que eu estava no 3°ano do fundamental, estão todos aqui!
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Hello Darkners, My Name Is Cadu.
RomanceCadu é um jovem de 15 anos que acaba de chegar ao ensino médio. Ele teve uma infância complicada, bem fechada, reclusa a família e bastante em volto a religião de seus pais. Por ser tão recluso, sempre foi o tipo de pessoa criticada e motivo de piad...