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[25/12/2009 = 20:45 Pm]

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Era uma noite chuvosa na Coréia. Não havia ninguém na rua, a tempestade estava forte e o vento chacoalhava as árvores do pequeno quintal daquela bela casa. Lá dentro havia um pequena menino e seus pais. Eles brincavam em torno da árvore de natal e ele corria sorridente para os braços de sua mãe enquanto dizia que a amava. O pai do pequeno se juntou aos dois e deram um abraço caloroso.

- Senhor & Senhora Park, a seia de natal está pronta sobre a mesa! - se aproximou a empregada do casal que logo a dispensou.

- Appa, Omma! Porque nossa família não vai participar da seia com a gente? - perguntou o pequeno curioso.

- Porque eles moram em outro país meu filho, e lhes faltam condições para viajar até aqui, mas todos lhe mandaram um imenso abraço! - Se pronunciou a senhora Park. Os três se direcionaram até a mesa e começaram a comer e refeição.

O telefone da casa toca e o Senhor Park rapidamente se levantou para atendê-lo. O olhar do menino junto ao da senhora Park se mantinham no mesmo. Ele logo desligou o telefone e se virou para ambos. A mãe do menino logo se levantou fechando a cara.

- Quem era? - ela perguntou sem delongas

- Era do trabalho bae. - ele se aproximou dos dois e deu um beijo na testa de cada um. - Tenho que ir senão irei perder o emprego. - ele disse enquanto pegava uma jaqueta e sua bolsa.

- Não Appa! - o pequeno agarrou a perna dele enquanto começava a chorar. - Você prometeu que ia passar esse Natal com a gente...

- Jimin... - ele o pegou no colo. - Eu prometo que volto amanhã cedo. - colocou o menino no chão e a senhora Park o segurou enquanto o pai do pequeno saia de casa em meio a tempestade.

- Omma - Jimin olhou para a senhora Park. - O Appa volta logo?

- Sim meu filho. Sim! - a moça alta e bonita sorriu - Agora é hora de ir para a cama.

- Mas já? - Jimin cruzou os braços bufando.

- Sim Jimin. Já está tarde, e amanhã você tem que estar bem dispostopara brincar com o papai. - Na mesma hora Jimin subiu as escadas correndo e foi para o seu quarto. A mulher foi logo atrás e deitou o menino sobre a cama o cubrindo.

- Boa Noite meu pequeno, Omma ama muito você! - deu um beijo na testa de seu filho e apagou as luzes saindo do quarto em seguida.

[22/12/2009 |1:23 ]

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Eu estava deitada sobre minha cama, a tempestade continuava no mesmo estado, bem forte. Confesso que eu me preocupei muito com a saída do meu marido para o trabalho, mas não podia demonstrar isso a Jimin. Vimos o jornal hoje e foi recomendado que ninguém saisse de casa essa noite,  mas ele é teimoso e por mais que eu implorasse para ele ficar, seria em vão.

Sou casada com o pai de Jimin a quatro anos, e nesse relacionamento nós dois ganhamos um presente, Park Jimin, meu bebê que já não tão bebê assim por ter 8 aninhos e achar que está grande de mais para ser chamado de bebê. Larguei toda minha família e meus amigos em Seoul para me mudar para a Busan com meu marido.

Minha família não tem muito dinheiro, mas o suficiente para sobreviver, e sempre que meu marido tem uma folga no trabalho nós tiramos um tempo para viajar pra lá. Sungjae tem 31 anos, é advogado e se dedica 100% ao trabalho, ele não é um marido ruim e muito menos um pai ruim, porém, não sabe diferenciar a vida pessoal da profissional. A qualquer hora do dia o ligam, e ele tem que correr para o trabalho sem hesitar.

Me levantei da cama e fui até a janela abrindo as cortinas. Algo dentro de mim me alertava que alguma coisa de ruim estava acontecendo, decidi sair do quarto, passei no de Jimin e o vi dormindo serenamente, sorri e desci até a cozinha. Peguei um copo de água e bebi enquanto minha mão tremia incansávelmente, o telefone toca e eu paraliso imediantamente. Me aproximo aos poucos e o atendo com a voz trêmula.

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Senhora Park : Annyeonghaseyo?

Polícia : Annyeonghaseyo, é da residência do casal Park?

Senhora Park : Si...sim. Quem é?

Policial : Aqui é o agente da Pm Nakamura. Ocorreu um acidente de carro na via Dutra, e o indivíduo que sofreu o acidente tinha esse número em sua carteira. Por acaso você conhece Park Sungjae?

Senhora Park : Si...sim! É meu ma...ma...marido

Policial : Eu lamento muito senhora Park, mas seu Marido não sobrevi...

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Eu tentei segurar o choro, mas foi inevitável. Antes mesmo de terminar a conversa com o polícial eu deixei o telefone cair no chão, me sentei e me afoguei em lágrimas. Eu sabia que havia acontecido algo, aquela dor era insuportável. Eu perdi o amor da minha vida e não saberia como seguir em frente.

Never Gonna Be Alone - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora