Capítulo 62

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P.O.V BONNIE

– Obrigada! Desculpe pelo meu surto ainda agora. Podemos conversa? - estou nervosa. Acalme - se, Bonnie.

– Claro.

Nos sentamos no banco novamente.

– Não sei nem por onde começar. Sei que dizer apenas desculpas não é o suficiente. Sei que errei e muito. Eu fui precipitada demais. Mas é que eu já fui tão iludida nessa vida, que eu não suportei a ideia de que você estava me enganado. E pior, que iria abandonar seus próprios filhos. Aqueles que você sempre diz amar com sua vida. Sei que isso não justifica o que fiz, mas realmente estou arrependida. Aquela carta era tão real que tinha até sua assinatura. E as mensagens. Tudo doeu em mim. Eu fiquei louca e a primeira coisa que pensei, foi adiantar sua escolha e sumir da sua vida.

– Eu vir, e sim, qualquer um ficaria louco. Mas você simplesmente poderia ter conversado comigo, e não agir estranha por dias e depois sumir do nada. Você me destruiu.

Meu peito se aperta ainda mais. Meus olhos se enchem de lágrimas.

– Essa culpa está me matando. Eu sinto muito.

– Se você soubesse como eu fiquei, se você sentisse o que eu sentir... Eu estava sem chão. As vezes eu queria poder te odiar, nem que fosse por uns cinco segundos, mas cada vez que desejo isso, acabo te amando ainda mais. Queria que você sentisse a mesma coisa que sentir quando me abandonou, mas o meu coração insiste em sempre lembrar de você e dos momentos bons que vivemos. Eu queria sufocar esse sentimento à ponto de não conseguir mais senti ele vivo em mim. Queria poder ouvir aquela música sem precisar me lembrar de você, sem precisar ter saudades suas.

– Você acha mesmo que eu fiquei bem com isso? Acha mesmo que estive feliz até agora? Você não sabe o quanto eu sofri com tudo isso também. Sim, eu fui covarde, eu fugir de você. E eu sinto muito. Mas o pior disso tudo era saber que aonde quer que eu fosse, você sempre estava lá, em mim. Porque você fodeu a porra da minha cabeça e dos meus sentimentos. Obrigada, Damon! – praticamente gritei as duas ultimas frases.

lhe dou as costas, voltando para dentro.

– Então? - Beatriz diz ao me ver.

– Não deu em nada.

– Mas vocês...

– Esquece Beatriz! - grito com a mesma.

Vou até o banheiro e me tranco. Respiro e suspiro, chorando. Lavo o rosto, suspiro novamente. Fico uns cinco minutos trancada. Preciso de ar puro. Saio do banheiro e graças a Deus, não há ninguém por perto. Saio pela porta dos fundos, que me leva para o caminho do lago, próximo a casa da minha mãe. Bem de longe, vejo Chloe, Ethan e Theo, o filho de Elen, próximos a floresta.

– Ei! - grito e eles se viram para mim. – O que estão fazendo ai?

– Nada mamãe. Estávamos falando com nosso novo amigo.

– Amigo? Mas que amigo? - corro até eles.

– Ele fica invisível. Ele está em todos os lugares brincando com a gente. Você nunca o viu? Ele está aqui.

Eles são novos demais pra terem amigos imaginários, por mais que sejam bem espertos com apenas dois anos e meio.

– Tudo bem. Mas eu já disse que não quero vocês por aqui. A floresta é perigosa. Estão me ouvindo?

– Sim, mamãe.

– Ótimo. Voltem pra lá.

Os três voltaram correndo para casa. Olho novamente para aquela floresta escura e não vejo nada.

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