Halloween Fall

Bem vindo ao inferno

Era época de halloween aqui no Brasil, todas as crianças estavam correndo pelas ruas e pedindo doces nas casas das pessoas como de costume, tudo parecia normal, pessoas felizes e sorrindo, músicas e comidas típicas daquela comemoração, mas eu estava em casa porque não gosto muito de sair para festejar, sou um pouco caseiro, mas nessa noite foi um erro eu ter ficado em casa. Estava assistindo TV no meu quarto, um filme de terror para ser mais exato até que ouvi uma forte batida na minha porta e fui atende-la, era o meu amigo John, ficaria feliz por ele está me visitando se ele não tivesse morrido 3 meses antes daquela noite. Fiquei desesperado e pedi para ele sentar no sofá para conversarmos, ele sentou mas não disse nenhuma palavra, ficou apenas me encarando com cara de assustado, senti ele olhando no fundo dos meus olhos até que senti um leve calafrio passando pelo meu corpo inteiro, pensei em ligar para a polícia e fui pegando o telefone para chama-la, pedi para que John esperasse naquele local até que eu voltasse e fui para a copa fazer a ligação, quando terminei voltei para a sala e me deparei com o sofá vazio, ele não estava mais lá, desapareceu completamente, não sei se aquilo era real, se John realmente estava lá ou se eu estava ficando louco, fui internado em uma clínica depois que não tive argumentos para descrever aquela noite para os policiais e depois de 8 meses fui solto e voltei para a rotina louca da minha vida mas não paro de pensar no ocorrido.

Voltando para casa, fui recebido com uma enorme festa de boas-vindas por minha família: tias e tios, primos, amigos, meus avós, todos foram me prestigiar e me olhar com olhares ameaçadores como s e eu fosse um louco e uma vergonha para a família, logicamente não dei muita importância e subi para o meu quarto, comecei a ler um livro que se chamava "Paranormal", que comprei assim que sai da clínica, até que um primo meu que por sinal é bem enxerido entrou no meu quarto.

-Carl, posso entrar? – Perguntou ele com uma voz tímida.

-Já entrou né? Oque você quer?

-Não énada eu só queria saber se você precisa de alguma coisa? 

-Porque acha eu preciso de alguma coisa? Acha que eu sou louco também?

-Não é qu...

-Sai do meu quarto, não quero a piedade de ninguém!

Como puderam notar, acabei surtando com o meu primo depois disso. Ele saiu assustado do meu quarto e acabou dedurando para meus pais que me deram uma pela bronca, acho que dei uma exagerada mesmo, o coitado só queria me ajudar e eu fui bastante indelicado, não costumava ser assim mas acho que não sou o mesmo desde aquela noite, terminei de ler 50 páginas do livro, apaguei o lustre e fui dormir. Tudo parecia bem até que ouvi um barulho na minha janela, acordei assustado e fui até lá para ver o que era, era uma pedra com um bilhete preso em uma linha escrito:

" Você não é louco Carl, só é mal compreendido, lamento ter causado isso com você e prometo que não vai se repetir".

-John

Fiquei chocado ao ler aquele bilhete, John realmente estava vivo, mas como isso pode ser possível, eu vi o que aconteceu com ele naquela noite da maior tragédia que essa cidade já teve, tragédia que havia matado o John. Fiquei até 3:30 da manhã pensando nisso até que o sono veio e me apagou.

Acordei 12:00 com minha mãe batendo na minha porta e perguntando se eu iria para a escola, disse que não estava preparado para voltar, mas ela insistiu tanto que acabei me levantando e indo. Chegando lá, todos começaram a me olhar diferente com se eu fosse um estranho, mas teoricamente eu era, nem eu mesmo me conhecia mais, estava super desconfortável até que Ed apareceu.

- Ae, não cumprimenta seus amigos mais não? – Diz Ed vindo em minha direção sorrindo.

- Foi mal, é que não estou muito para conversar.

Entreino laboratório de informática tentando ter um dia normal, mas não conseguiaparar de pensar em tudo que me aconteceu nos últimos dias, todos que estavampresentes naquela sala percebeu minha cara de desinteressado, minha professorapor notar minha empolgação me liberou das aulas mais cedo e eu pude voltar paracasa. No meio do caminho, passei pela casa onde John morava e comecei a ouvir uma voz rouca me chamando "Carlos, Carlos Carlos..." chamou 3 vezes e se calou, curioso fui até lá para ver o que era, creio eu que não deveria ter ido pois foi um tremendo choque ao ver John abaixado no canto de seu quarto chorando, me aproximei e perguntei.

- John, é você mesmo?

Não tive resposta, perguntei mais 3 vezes até que tive uma resposta.

- John não está mais aqui. Ele está preso no verdadeiro inferno.

Respondeu com uma voz rouca e baixa, de repente meu coração começou a acelerar e minhas pernas ficaram tremulas, tudo ficou escuro.

Acordei no mesmo lugar, mas teoricamente não era o mesmo, as paredes estavam descascadas e cachoeiras de sangue desciam pelas rachaduras, olhei pela janela e o céu estava vermelho e o sol não estava mais lá, apenas uma lua cinzenta que clareava toda a rua. Sai do quarto e desci as escadas até a porta da saída comecei a andar pelo bairro e tudo parecia vazio, percebi que não estava no meu bairro de fato, cheguei em minha casa e comecei a chamar pela minha mãe, mas a casa estava completamente vazia fui até meu quarto e fiquei meio assustado ao ver que ele estava completamente diferente, tudo revirado e com as paredes iguais ao da casa do John, "será que estou no inferno? " me perguntei várias e várias vezes. Sai da casa e fui andar pela vizinhança quando cheguei perto de uma pequena fazenda perto da rodovia, percebi algo de estranho acontecendo logo a frente, continuei andando e me deparei com uma tocha com um corpo todo carbonizado fiquei encarando aquele corpo até que uma menina murmurou dentro de uma cabana que estava atrás de mim.

- Oi, você sabe onde estou? –Perguntei me aproximando dela.

- Você precisa sair daqui, antes que eles o vejam! – Ela respondeu e saiu correndo.

- Espera! – Gritei

Tentei acompanha-la, mas acabei perdendo ela de vista, entrei rapidamente dentro de uma casa velha que estava próxima ao local que eu havia perdido a garotinha e me assustei ao ver escrito na parede da sala: BEM VINDO Á HALLOWEEN FALL.