Depois de horas de perseguição o pesadelo ainda continuava.
Wendy finalmente havia chegado nas imensas ruas de Londres, entre becos estreitos e suas grandes construções de Prédios e Armazéns que no momento estavam desertos pelo horário. No entanto se via alguns pedestres ou casais atravessando a rua e carruagens correndo a toda velocidade, todos que passavam olhavam para Wendy como se fosse uma moradora de rua ou uma órfã, o que todavia apartir daquela noite estava começando a se conformar de que era mesmo uma. Mas, pelo que se parecia deserto, através dos olhos de Wendy que os via por toda parte, enchendo as ruas de Londres. Até em cima dos telhados das casas localizava-se pequenas criaturas de orelhas pontudas, corpo acinzentado e olhos brilhantes com pernas longas que andavam e saltavam dos telhados semelhante aos Goblins, alguns a olhavam passar com expressões maliciosas, um deles havia acabado de entrar em uma janela das casas, Wendy sabia o que eles faziam com as vítimas pela noite, desconfiada sem saber o que queriam fechou os olhos com força e apressou os passos. Porém, não era só isso, a mesma também havia avistado fantasmas de lençóis pretos flutuarem pelas ruas, eles não tinham rosto apenas uma boca aberta e enorme como se estivessem gritando, ela distraída por suas aparências acabou se esbarrando em um.— M-me desculpe. — Disse Wendy olhando para a grande boca aberta.
Ela suspeitava que mesmo não identificando o que eram aquelas criaturas, sabia que tinham consciência e os temia sem querer subestimá-los.
A criatura não dando muita importância a Wendy, voltou ao seu rumo. Ela andava olhando para aquelas coisas ao seu redor — as abelhas com caudas de peixe voavam em ZIG-ZAG junto com as cobras de asas de morcego. Além de um pequeno grupo de bolinhas peludas e negras que haviam acabado de passar pelos seus pés, ouvindo também lobos com chifre de unicórnio uivando em cima de prédios, dentre outras criaturas que Wendy não conseguia descrever ficavam rondando as ruas pela noite que parecia sem fim. Ela odiava ir a cidade pois era lá que sempre encontrava milhares deles em um mesmo lugar, mas não são como os outros que viviam atrás dela eles eram maiores e mais assustadores, acostumados a aparecer ao anoitecer sempre a procura de uma coisa, ela. Em todas as suas aparições seu avô estava lá para protegê-la até mesmo em seus próprios pesadelos. Mas desta vez ela estava sozinha, pensando no que fazer. Wendy não queria passar o resto de sua vida fugindo, um dia seu avô havia dito que um dia tudo faria sentido e até lá ela teria que carregar um pequeno pedaço de metal e protegê-lo a qualquer custo, seu pequeno relógio de bolso, sem saber qual era a tão importância daquele objeto. Mas em um mundo em que só ela enxergava tudo havia um sentido.
Wendy ouviu um sino tocar ao longe onde dava para toda a cidade ouvir, era o grande relógio avisando meia noite. Todas as criaturas pararam para ouvir o sino que ecoava ao longe em um silêncio enorme, até que começaram a se retirar em uma velocidade incrível. Wendy observava eles se escondendo na escuridão, se perguntando para onde iriam ao amanhecer do dia e o porque deles se retirarem tão cedo. Quando o sino parou de tocar ela se deu conta que a rua estava deserta e silenciosa, não havia nem mais carruagens ou pessoas passando. Olhando para o fim da rua percebeu que não tinha mais nenhum poste aceso e sentiu um arrepio percorrer pelo seu corpo, avistou um pequeno beco estreito e escuro a sua direita que para ela parecia bem melhor que ficar no meio da rua sozinha e se pôs a andar entre ele.
O beco era no entanto um grande corredor sem fim, que dava para uma rua estreita e irregular, no conjunto de vielas. Enquanto andava, olhava para as janelas que estavam fechadas sem nenhuma luz ou barulho por dentro, se conformando que estava definitivamente sozinha nas sombras. Cruzou os braços com o intuito de se esquentar, mas era em vão, começou a aceitar a ideia de achar um canto para dormir mesmo que seja em uma pilha de jornais. Olhou em direção a rua e avistou um poste que ainda continuava aceso, fixado a uma parede de pedra medieval debaixo de uma pilha de caixas de um armazém. Ela dava passos cansados no sentido do poste e deslizou suas costas na parede se sentando no chão, olhou para o céu estrelado agradecendo por um momento de descanso ou apenas lembrando de sua desgraça, abraçou seus joelhos, enterrou sua cabeça sobre eles e fechou os olhos por miseres minutos. Levantou a cabeça depressa colocando a mão no bolso de sua saia checando seu relógio de bolso, ela o segurou com as duas mãos o colocando sobre seu peito fechando os olhos com força agradecendo por ele estar bem, estava intacto por sorte sobreviveu a longa correria. Wendy o abriu observando os ponteiro vermelhos hipnotizadores dando volta a toda velocidade ao lado contrario em quanto os ponteiros pretos funcionava como um relógio comum, quando seus dedos tocaram a pequena chave de corda presa ao relógio ela não pode esquecer das palavras do senhor Ervin "Quando estiver pronta, der a corda no relógio vai ser quando o seu verdadeiro tempo irá começar." Wendy se perguntou o que significava aquelas palavras. Com as mãos tremulas segurou a chave de corda com medo, seu coração acelerava pela ideia de girar a chave, mas quem sabe aquele seria a resposta para seus problemas? Pensava ela, sua consciência à dizia "Vamos Wendy é só girar, o que mais de mau pode acontecer?"
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A dimensão do Tempo - A GUERRA DOS ANJOS - Livro 1
Fantasy" Se anjos estão lutando por suas guerras, então, quem defende os perdidos na escuridão? Quem os guia para a luz? Quem os entrega a chave para seu destino e sua liberdade? E ao mesmo tempo, envia monstros que podem nos matar?"