Perdedor part 2/2

12 0 0
                                    


Não pense que eu sou alguém ruim.

A maior parte da minha vida eu quis parar de priorizar para ser a prioridade e agora que tenho a oportunidade, não a deixarei passar, mesmo que signifique me arriscar.

— Cara, você tem certeza disso? John me
perguntou pela milésima vez. Ele achava aquilo loucura – eu também, não minto.

— Sim, eu tenho certeza – confirmei, confiante.

— Você está pensando na possibilidade dela recusar? – Natalie questionou. Ela e John estão namorando, sim, você não leu errado, eles estão N-A-M-O-R-A-N-D-O.

Não sei ao certo como aconteceu, mas essa é a verdade mais concreta até agora e eles parecem estar muito apaixonados.

— Justin? – Natalie chamou.

— Isso não vai acontecer, aquela garota é louca por mim – eu disse, convencido.

— Exatamente, mas não se esqueça que você é o ídolo dela s independentemente de há quantos anos vocês se falam, ela só conhece perfeitamente o seu lado astro mundial – Natalie disse tudo aquilo como se fosse a coisa mais natural do mundo e no momento a única coisa que eu fiz foi abaixar a cabeça e tratar de me calar.


4 HORAS MAIS TARDE


— Ela está chegando – Alfredo me avisou.

Tudo já estava combinado, aconteceria uma grande surpresa e eu tinha certeza de que a minha garota ficaria super feliz.

Todos estávamos à espera de Eleanor.

Eu inventei um motivo qualquer para que ela caísse e disse para que ela viesse até minha casa. Como sua cidade não é tão longe, ela viria junto com Raphaella de carro. Aconteceria um jantar, como uma comemoração a nós dois, mas para ela se tratava da comemoração de decisão do nome do meu mais novo álbum Purpose –
um álbum inspirado nela... ou para ela.

Ella passou pela porta e eu suspirei – eu estava nervoso. Eu a abracei e sorri largo.

— O jantar está servido – ouvimos Yael e Ella sorriu para mim, parecendo animada.

— Está com fome? – eu perguntei.

— Muita – Raphaella respondeu.

Eu não tinha notado sua presença.

Ela segurou a mão de Ella e a puxou indo para a mesa e eu fui atrás – aquela garota era meio louca. Me posicionei ao lado de Ella e minha mãe, ficando no meio delas e segurando suas mãos. Nós fizemos uma breve oração e depois de um "amém" em coro, todos batemos palmas, animados.

O jantar foi incrível, nós comemoramos e estávamos na sala, conversando. Eu disse a mim mesmo que era a hora e fiquei de pé, suspirando alto e batendo palmas.

— Um minuto da atenção de vocês, por favor – eu pedi, engolindo seco. Suspirei.

— Qual é Justin – John murmurou.

— Ella – chamei e me virei para a garota sentada ao meu lado – Passado, presente e futuro. É esse o estado real da vida, não é mesmo? Durante anos eu fiquei cercado por pessoas mais velhas e alguns amigos interesseiros – falhei um riso irônico – que tapavam meus olhos para a realidade. Eu só queria ter uma vida normal ou apenas um pouco da liberdade que me foi tirada, mas eu jamais pensei encontrar alguém como você, que em poucas horas me fez enxergar a minha verdadeira vida. O meu passado já se foi, mas o meu futuro, Ella, quero viver com você – suspirei, olhando para Ella, que só arregalou os seus olhos.

— Justin – Ella chamou, mas fiz um gesto para que ela fizesse silêncio e continuei:

— Eleanor Marcuzzo, eu não me vejo sem você. Fique ao meu lado, seja o futuro que eu quero ter. Eleanor, casa comigo.

Tarde demais para voltar atrás.

— Justin – começou – Meu Deus, eu não me vejo sem você também – todos nós sorrimos e Ella se levantou, vindo até mim.

— Você precisa responder a minha pergunta – falei e todos deram risada.

— Eu te amo. Mas ainda é muito cedo pra isso – ela abaixou o olhar – J-Justin, eu...

— Isso é um não? – eu perguntei e Ella balançou a cabeça positivamente – Ella, eu... eu não entendo – Scooter que estava com os olhos arregalados balançou sua cabeça, como se não entendesse e eu voltei a olhar para Ella – O que quer dizer?

— Não dá. Desculpa.

E ela saiu correndo para fora de casa.

— Cara, o que foi isso? Você ficou louco? – Rudy me perguntou, se aproximando.

Pisquei os olhos algumas vezes.

Eu estava chorando.

— Que Deus coloque algo na sua cabeça, Justin e que não seja pó descolorante –Raphaella tentou ser engraçada e eu olhei sério para ela. Aquele não era o momento certo e ela me ignorou, saindo de casa.

— Justin, o quê você estava achando?

Ri sarcasticamente.

— Que sua irmã me amava de verdade.

Rudy suspirou.

— Não duvide dos sentimentos de Ella.

— É sério? – eu ri sem humor – Rudy, ela acabou de dizer não para mim na frente de toda a minha família e amigos. Sério?
Se ela me amasse de verdade eu tenho certeza de que ela estaria aqui agora e cara, nós teríamos uma noite daquelas. E bem, ela não está na minha cama agora.

Ele engoliu seco e respirou fundo.

— Cale a sua boca, Justin – grunhiu.

— Me deixe em paz, Rudy – eu murmurei e passei por ele, subindo as escadas. Eu fui seguido por Scooter até minha porta.

— Justin...

— Eu acho que me enganei. De novo – eu murmurei, olhando para ele – Pensei que Ella me amasse de verdade, porque cara, eu a amo ao ponto de me casar e o quê aconteceu? Ela disse não – comecei a rir.

Scooter pareceu ter pena de mim.

— Me desculpe – sussurrou – Me desc...

— A culpa não é sua, Scooter. Eleanor é que é só mais uma... mesmo eu tendo achado que não. Agora eu pude enxergar.

— Não é assim também, garoto, ela só...

— Não pensa em um futuro comigo.

Ninguém conseguiria me entender. Achei que pudesse confiar em Eleanor e que o que sentíamos era suficiente para durar toda uma vida, mas eu me enganei. Ella ter dito não me fez pensar e ver que as coisas talvez não fossem tão recíprocas.

Estava claro.

Eu só não notei antes.

— Me deixe sozinho – eu murmurei.

A Fresh Start / #Wattys2018Onde histórias criam vida. Descubra agora