Capitulo 6

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🎶" E daqui pra frente agente vê no que vai dar, e quantos sorrisos agente ainda vai guardar. Me diz quantas lágrimas seu coração pode suportar."🎵

_🌸_

Eu havia prometido ligar para Vinicius se precisasse de algo. Mas é óbvio que não ligaria. Eu sabia muito bem me virar sozinha e também tinha uma amiga que eu sabia que assim que soubesse do ocorrido, não sairia do meu lado. Por nada.

Fechei a porta da sala assim que ouvi o carro de Vinicius se afastando. Segui até a mesinha do telefone colocando lá, o papel que Vinicius me entregará. Ele havia tomado o cuidado de deixar anotado também, algumas poucas palavras. Mas o suficiente para acalmar minha aflição.

" Você não ficará sozinha. Seu anjo da quarda está com você. E eu também.
Me liga! ".

Como em um passe de mágicas, agora eu estava um pouco mais leve. Senti que realmente não estava sozinha, tinha um rapaz que havia me ajudado o dia todo, sem me pedir nada em troca. Ele queria me ver bem. Ele se preocupava comigo. Ele foi meu anjo da quarda por alguns dias.

Olhei ao meu redor e constatei que não sabia por onde começar. Não sabia oque seria pior agora, tudo em volta me lembrava meus pais. Peguei um porta retrato nas mãos, o mais lindo dali. Nele estavam os dois, abraçados e sorrindo na escada. Queria que fosse real, que não fosse um porta retrato, queria que eles estivessem ali, na escada abraçados e sorrindo como na foto.
Devolvi o retrato na estante e segui até a cozinha, não sabia oque estava procurando ou oque estava querendo lá, mais fui mesmo assim.

Estava tudo impecavelmente arrumado. Como minha mãe havia deixado naquele dia. Senti o nó se formar em minha garganta. Estava começando a ficar difícil pra mim, mas não iria deixar o medo me vencer. Iria tratar de ser forte, eu não tinha outra saida.

Quando seguia até meu quarto tive que passar em frente ao quarto deles. A porta estava entre-aberta, e que merda, o nó em minha garganta aumentou de um modo que me faltou o ar. Doeu! Meu Deus, como doeu sentir o perfume dela sem tê-la por perto.

Estava ficando muito dificil pra mim.

Encostei minha mão na porta para abri-la, mais eu não abri. Não tive coragem.
Segui rapidamente para o meu quarto, tirei meus sapatos e minha roupa logo em seguida. Precisava de um banho.
Notei que o ferimento em meu braço estava avermelhado. Acho que isso não era nada bom. Era para a merda daqueles pontos estarem cicatrizando. Mas não estavam.

Entrei no chuveiro e deixei que a água quente caísse sobre meu corpo incansavelmente. Não tinha pressa em sair dali.
Meus olhos se fechavam a cada lembrança que surgia. O primeiro dia de aula, os almoços de domingo, as viagens, até as brigas vieram em minha mente, pois era ali que eu sentia o amor que eles tinham por mim.
Derrepente sinto uma pontada em meu peito, seguida por outra, e outra e outra...

Ficou dificil pra mim. Eu não iria suportar sair daquele banheiro e me deparar com o silêncio de uma casa vazia. Eu era fraca! Fraca e covarde. Fechei o chuveiro enquanto sentia meu peito subir e descer rapidamente, dolorosamente.
Parecia que meu coração estava me pedindo ajuda.

Eu teria que me convencer que não conseguiria sem ele.

Enrolei a toalha em meu corpo e procurei uma roupa qualquer para vestir. Peguei o primeiro shorts que vi na gaveta, coloquei uma blusinha de frio e corri até o telefone.

Eu precisava dele comigo. Eu queria que aqueles olhos estivessem ali quando eu desmoronasse.

Segurei aquele pedaço de papel nas mãos. Olhei para relógio no meu pulso. Vinte horas e quinze minutos.
Li novamente aquelas palavras e não esperei mais nem um minuto.

Liguei.

Meu coração acelerava a cada toque daquele telefone. Chamou uma, duas, três, quatro vezes.
E nada.
Talvez eu devesse desistir, enfiar aquele maldito telefone no gancho e me virar sozinha.
Vinicius deveria estar ocupado de mais para me atender e talvez ele nem estivesse falando sério quando disse pra eu ligar pra ele. Bati o telefone no gancho e senti quando uma lágrima escapou do meu olho direito. Não podia ficar sozinha.
Então lembrei da Ana, ela sim me ajudaria de verdade. Ela me atenderia a hora que fosse.

" - Olô. "

" - Oi D.Helena, a Ana está? "

" - Ah... olá Luisa, não ela saiu com o pai. Aconteceu alguma coisa querida? "

" - É que.....nada não..pede pra ela me ligar quando chegar tá bom?"

" - Claro querida, ela não deve demorar. Um beijo, tchau."

" - Tchau D.Helena."

Eu teria que me virar, teria que dar meus pulos para aliviar aquela dor em meu peito, aquele vazio. Como? Como conseguiria sozinha? Eu não sei.

Segui até a cozinha, puxei a cadeira e me sentei. Apoiei meu cotovelo na mesa segurando minha cabeça com as mãos.
Eu queria sair dali. Queria ir pra outro lugar, poderia até ser o morro de Vinicius eu não me importo, estaria menos pior se estivesse com ele.

Desejava o olhar dele congelado no meu, como da primeira vez. Será que eu estava errada demais em querer isso, querer alguém que me entendia por perto?

Não sabia oque estava passando na minha cabeça por penssar assim, acho que estava louca, então rezei para que Ana ligasse logo, ela seria mais segura pra mim.

Respirei aliviada quando o telefone tocou.

Corri até a sala com medo de não conceguir atender a tempo.

Mas não era quem eu pensava.

" - Ana? "

" - Oi Luisa, sou eu, Vinicius, eu vi uma chamada perdida e resolvi retornar. Achei que fosse você."

" - Ah...sim. Foi eu que liguei...é que...eu só...eu preciso de você e me desculpe por ter sido tão teimosa...Vinicius eu não quero mais ficar aqui, me tira daqui! Por ...favor!?"

Agora eu chorava como nunca havia chorado antes. E aquele silêncio do outro lado da linha foi apavorante. Ele ficou por longos segundos sem me responder, só me ouvindo chorar.

" - Você não vem não é mesmo?...olha me desculpe, eu não deveria ter ligado. "

***

Me sentei no tapete da sala e senti quando meu mundo caiu. Entre soluços eu me perguntava o porque, porque comigo? Porque Deus estava fazendo isso comigo? Sim! A culpa era Dele. Ele havia tirado meus pais de mim! Porque então não me levou junto com eles também? Mais preferiu me deixar aqui, não é mesmo!? Me deixar nessa droga de vida.
Sim, eu estava brigando com Deus! Se é que ele existe mesmo.

Abracei minhas pernas e chorei mais um pouco. Meu braço doia bastante mas eu não queria saber. Que se dane essa merda de machucado, na verdade eu queria me machucar mais ainda. Eu sentia vontade de ter varios cortes como aquele por todo o meu corpo. Talvez ajudaria a aliviar minha dor.

Chorei tanto que nem percebi quando adormeci naquele chão.
Só acordei quando senti um toque em meu rosto.

Era ele.

- Luisa? Vamos? Eu vim te buscar.

- Você veio....

- Claro que eu vim! E vou levar você comigo mesmo que não queira ir.

- Eu vou ir com você mesmo que não queira me levar.

Vinicius se aproximou de mim e me abraçou.
Ali, com a cabeça encostada em seu peito foi que eu percebi...Havia um Deus olhando por mim.

- Essa tempestade vai passar meu anjo, eu te prometo que vai passar!







_🙈_

25/07/2017
03:53

_**_

Oiê gentem!
Fala sério esse boy é ou não é um sonho de consumo????
É né, eu sei!!!
E olhem que vocês ainda não viram nadaaaa!

Beijos ✌

Ahhh e a Capa ficou linnnda, obrigada Littlenanne

Inesquecível é VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora