Meu Estranho Vizinho

Capítulo 5

A conversa do jantar se resumiu a mim, sim, inteiramente a mim. Como pode? Jhon já havia percebido meu desconforto e tentava segurar, sem sucesso, a risada. Que vontade de mata-lo.

-Então, Katlyn, tem algum paquerinha na escola? – pergunta a mãe de Jhon.

Nesse intante Jhon para de comer e olha para mim com a sobrancelha erguida, eu coro violentamente.

-Er... não, não tenho não – falo enfiando o garfo cheio de alface na boca.

-Minha filha quer apenas se dedicar ao estudo agora – fala minha mãe e eu quase solto uma gargalhada.

Ela sabe muito bem que eu nunca me preocupei com os estudos, mas sempre que conhece alguém novo já começa a falar que eu sou muito inteligente, que estudo demais e tals.

-E o seu filho? Onde ele estuda? – pergunta minha mãe curiosa, tenho que adimitir que também fiquei curiosa para saber.

-Ah... Ele estuda em casa – fala a mãe dele vontando sua atenção para o prato, que até em tão estava praticamente intocável.

Que sortudo! Daria tudo para poder estudar em casa, não precisar viver com aquelas pessoas que só ligam para estereótipo. Eles não percebem o quanto as palavras deles influenciam uma pessoa, já sofri muito no passado por causa das coisas que eles me falavam, entrei em depressão por causa deles, comecei a me automultilar por causa deles, me sinto ridicula por ter feito isso por causa de um bando de sem consciência.

-Sério? Que incrivel – eu falo.

-Katlyn é bem antissocial, odeia a escola e odeia as pessoas que estudam lá – fala minha mãe.

-Não sou antissocial, só prefiro não me relacionar com pessoas escrotas – eu falo.

Depois que acabamos o jantar, minha mãe foi se despedir da mãe de Jhon e e fui me despedir de Jhon.

-Vou sentir saudades – fala Jhon vindo me abraçar.

-Não, nada disso, não gosto de abraços – falo me afastando.

-Só um, por favor – ele fala fazendo cara de cachorrinho que caiu da mudança.

-Isso não vai adiantar nada – eu falo cruzando os braços.

-Você é muito sem coração – ele fala.

-Eu sei, então... até qualquer dia – eu falo abrindo a porta.

-Até daqui a pouco na janela, vou ficar te enchendo o saco até você aparecer lá, se prepare – ele fala.