As Noites...

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Sentado em sua poltrona confortável de frente para a
sacada de seu prédio podia ver boa parte da cidade.
Tomava um uísque pensando na vida. Como pôde deixar a
melancolia tomar conta do que lhe restava de juventude?
Sabia que era um homem belíssimo, mas havia perdido
o desejo de viver um relacionamento. As mulheres se
jogavam aos seus pés, sabia que facilmente poderia ter
qualquer uma delas desde a mais perfeita até a mais
simples.
Nas ruas os olhares das mulheres famintas por sexo o
despiam. Seu corpo perfeitamente esculpido era desejado
tanto pelas maduras quanto pelas mais novinhas. E de
novinhas entendia muito bem.
Era professor de um bando de adolescentes loucas de
curiosidade. Vivia fugindo de problemas. Aliás, de uns
tempos para cá tinha se tornado um homem tão sério que o
assédio tinha diminuído. O que era muito bom, já que
repudiava qualquer tipo de relacionamento que não fosse o
de professor e aluna em sala de aula. Independente da
idade de suas alunas, não nutriria nenhum tipo de desejo
por elas. Sua postura de homem de respeito não lhe
permitiria.
Analisou por alguns instantes um folheto em sua mão.
Algumas garotas de programa estampadas em poses
ousadas e o telefone de uma casa de acompanhantes.
Pensando mil vezes antes de chamar alguém para
satisfazer-lhe os desejos de macho, mesmo que lhe
parecesse tão primitivo usar outro ser humano para o seu
prazer momentâneo. Sem dúvida vivia um grande conflito
desde que decidiu não se envolver com mais ninguém.
A última mulher a frequentar seu apartamento foi uma
ex-colega de faculdade, Ludmila. Uma bela morena,
engraçada e liberal. Liberal até de mais, diga se de
passagem, afinal enfeitou sua cabeça com um belo par de
"chifres". Terminou um relacionamento de quase dois anos
o chamando de frio e insinuando que não gostava de
mulheres de verdade.
Sempre que lembrava doía um pouco. Não por tê-la
amado, porque nunca a amou de verdade, mas teve seu
orgulho ferido, sua masculinidade questionada. E foi só
lembrar-se disso para que em um impulso amassasse o
papel e desistisse de chamar alguém para lhe prestar algum
serviço, ao invés disso foi ao banho. Uma ducha fria
certamente lhe acalmaria.
No banho, deslizava uma mão sobre o membro ereto,
permitindo-se chegar à satisfação plena. Ali, sozinho, sem
mulher nenhuma para ter que aturar depois do prazer.
Todas as noites eram iguais e, muitas vezes os dias
também. Essa era sua vida e, embora solitária, tinha seus
bons momentos. Deitar na cama saciado, completamente
relaxado e dormir o sono dos justos era muito merecido.
— Boa noite, William. Você é o cara! — Falava a si
mesmo desligando a luz de cabeceira como fazia todas as
noites.

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⏰ Última atualização: Aug 06, 2022 ⏰

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