Capítulo 3

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- Olá, sou a... quero dizer, tu já deves saber quem eu sou, o mais certo é já nos conhecermos... - Respondeu Emily, nervosa. 

- Tu conheces-me? 

- Tecnicamente, não...

- Então, somos estranhas... mas podemos deixar de o ser, se me quiseres conhecer também. - Respondeu Alison, sorrindo. 

Emily sorriu-lhe de volta e acenou que sim com a cabeça. Era a primeira vez que alguém estava a ter uma atitude daquelas com ela e não poderia  trazer melhor sensação do que aquela que ela estava a sentir naquele momento. Finalmente alguém que tenha agido como se tudo fosse um começo. 

Toca a campainha e, automaticamente, todos se começam a dirigir para a sala de aula e a sentar-se no respetivo lugar. Parecia que a campainha tinha uma capacidade paranormal de ativar uma função no cérebro dos estudantes para que todos tomassem o mesmo tipo de comportamento, coisa estranha. Emily olha em volta, contrariamente aos restantes, ela não sabia em que lugar se deveria sentar. 

- Queres sentar-te aqui? - Perguntou Alison, apontando para uma cadeira ao seu lado. 

Emily assim o fez, mas sem dizer uma única palavra, por muito que quisesse dizer algo, as palavras não saíam. Porque é que ela estava assim?Afinal de contas, era apenas uma colega de turma. 

- Não és uma rapariga muito faladora, pois não? - Insistiu Alison, tentando puxar assunto. 

- Sou, só que hoje estou mais nervosa do que o normal. 

- Nota-se, tens as mãos todas suadas! 

Emily olha para as suas mãos e esconde-as de imediato. Já tinha molhado uma das folhas do seu caderno, que vergonha. 

- É nestas alturas que eu gostava de não ter mãos. - Respondeu. 

Alison riu-se. 

- Menina Dilaurentis, por acaso não está interessada em partilhar com a turma o que é que mete tanta piada logo no primeiro dia de aulas? - Perguntou o professor, indignado. 

- Peço desculpa... - Pediu Alison, revirando os olhos assim que este vira as costas. 

Emily fica a olhar para ela. Achava estranho o facto do professor saber o apelido dela, já que ela, supostamente, tinha acabado de entrar no secundário e é raro o aluno que conheça qualquer um dos professores que lecionam nesta etapa. 

- Como é que ele te conhece? Tiveste-o em alguma disciplina do ano passado? 

- Nesta mesmo, mas apenas no início do ano... não o consegui terminar por causa de uma depressão que tive, por isso, estou a repeti-lo. 

- Depressão...? Posso saber o motivo...? 

- A minha mãe suicidou-se... eu e ela nunca tivemos uma relação propriamente boa e acho que isso ainda tornou as coisas mais difíceis para mim. Deixei-a morrer sem saber o quanto eu gostava dela. 

- Bem, eu agora ainda sei menos o que dizer... 

- Não precisas de dizer nada, mudemos de assunto, apenas. - Disse Alison, sorrindo. - Queres jogar um jogo?

- Que jogo? 

Alison olha na direção do quadro, o professor continuava de costas, o que lhe permitiu retirar o telemóvel discretamente da mala. Insere o código e abre uma imagem, onde estavam escritas diversas perguntas. 

- Estava pela internet quando me deparei com esta imagem... tem boas perguntas para nos conhecermos e assim sempre o fazemos de forma diferente e até podemos encontrar coisas que tenhamos em comum, sem batotas. Respondemos agora e a seguir às aulas vamos sair e vemos em conjunto as respostas que demos. 

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