Treze - Um estranho encantador

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Quando acordo, percebo que estou deitada em um colchão macio e uma cama confortável de madeira. Passo os olhos pela pequena sala, e vejo móveis decorados. Um quarto bem masculino, e parece ser de solteiro. Olho para mim e vejo que estou apenas de sutiã e uma faixa branca da à volta nas minhas costas e minha barriga. Escuto alguém entrando pela porta e puxando uma cadeira para perto da cama. Não me arrisco a olhar para o lado, e sinto minhas bochechas ficando vermelhas de vergonha pelo jeito que me encontro diante do estranho.

_Que bom que acordou. – Uma voz masculina e suave sai dele, que coloca uma xícara nos meus lábios. – Beba isso. – Abro a boca e deixo o caldo grosso, amargo e meio esverdeado que sai da xícara entrar em minha boca e passar pela minha garganta, me queimando por dentro.

_O que é isso? – Pergunto tirando a xicara e deixando cair um pouco em mim, que eu sinto me queimando.

O estranho a larga em cima do criado-mudo ao lado da cama, pega um pano e passa em mim, secando o líquido quente.

_Isso que eu te dei é um caldo de algas-marinhas. – Começa a dizer ele. – Vai ajudar a te curar mais rápido.

Fico quieta, ainda sem olhar no rosto dele. Tento me levantar, mas dou um grito forte quando sinto minhas costas doerem como se fossem mil martelos me batendo com força. O estranho me deita novamente e coloca a xícara novamente em minha boca, me fazendo tomar um longo gole. Depois que ele a retira, sinto minhas costas relaxarem e a dor passar.

_Você não vai poder se levantar por um tempo. Parece que você quebrou uma ou duas costelas. – Diz ele.

_Por que você está me ajudando? – Pergunto, tentando levantar o rosto para poder vê-lo, mas ainda sem coragem.

_Depois que Estela atacou você, ela disse para mim deixar você ali, sofrendo, e depois te tirar de lá e coloca-la em qualquer canto. Mas quando cheguei em você, fiquei... Como posso explicar, fiquei encantado com a sua beleza, e vi que você era a tal princesa perdida, e uma princesa não merece morrer daquela forma, então te trouxe para minha casa e comecei a cuidar de você. Como estava sangrando muito, tirei sua blusa para limpa-la e cuidar dos ferimentos. Espero que não se importe.

Olho para a janela branca no canto do quarto e vejo que o sol começa a iluminar Andrews. Olho para ele pela primeira vez. Olhos verdes, cabelos loiros bagunçados e um corpo musculoso que aparece pela camisa branca fina e uma calda vermelho sangue. Fixo meus olhos nos dele, que faz o mesmo.

_Obrigada. – Digo para ele.

_Pelo o quê?

_Por salvar minha vida.

_Qualquer um salvaria a vida de uma princesa linda como você.

Penso em John, nas palavras que ele me disse. Mesmo sabendo que tudo tinha sido por causa da magia, quando penso nas palavras dele, sinto como se meu coração estivesse se rasgando. Me perco nos meus pensamentos e acho que ele percebeu, pois me olha com pena e admiração ao mesmo tempo.

_Conheço sua história. O rei John foi um louco ao trocar você por aquela... Bom, nem tenho palavras para explica-la.

_É bom ou é ruim?

_É ruim. – Diz ele olhando para mim, entre risadas. – É muito ruim. Me chamo Stevan.

_Me chamo Jéssica. Mas acho que você já sabe. – Rimos juntos. Não paro de olhar para os olhos dele, toda vez que ele fixa seus olhos nos meus, eles brilham.

_Posso saber... – Ele começa a falar e gaguejar ao mesmo tempo. – O que John disse para você de mais romântico?

_Ele disse que me amaria para sempre. Disse eu te amo diversas vezes.

O Encanto da Sereia (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora