O Encanto da Sereia (Completo)

Quatorze - Enquanto isso: Em Paris.

Jéssabele e Rebecca estavam andando pelas frias ruas de Paris. Aos poucos, cutículas de neve caiam, molhando as roupas das duas irmãs e deixando as populosas ruas da cidade embranquecidas. As duas caminhavam silenciosamente e de mãos dadas, indo em direção ao café mais popular de Paris.

Sentaram a mesa mais distante e mais competida do café. A famosa vista para a Torre Eiffel e para o lago mágico de Andrews. Jéssabele não consegue mais olhar para o lago sem se lembrar da triste infância que ela passou. Todos os problemas que ela teve de passar.

_Você acha que elas estão bem? – Rebecca pergunta para Jéssa, tirando-a dos seus devaneios.

_Sim. Serena sabe se virar no mar, e Jéssica é esperta, vai saber como lidar com os problemas na corte.

_Por que está tão triste, Jéssa?

_Sabe, desde que eu vim para Paris, nunca mais cheguei perto de Andrews, nem da lagoa que envolve nossa cidade.

_E por que você não voltou para casa depois que veio para a Terra?

_O que Foyer disse para vocês?

_Nossa Jéssa. – Rebecca olha para a irmã, com olhar de descrença. – Isso é jeito de chamar o nosso pai?

_Se você soubesse o que eu passei com o seu pai, faria a mesma coisa que eu. Você não respondeu minha pergunta.

_Ele disse que você desistiu da nossa família. Disse para todo o reino que você sempre nos odiou porque seu coração era frio, e você não deixava entrar nem um pouco de amor no seu coração.

_E você acreditou nisso?

_Não. Não no começo. Eu acreditava que você iria voltar. Mas isso nunca aconteceu.

_Nunca aconteceu por que Foyer me expulsou do reino. Ele me disse com todas as letras que depois que eu saísse, não conseguiria mais voltar. E foi o que aconteceu. Casei-me com um humano, que logo faleceu e eu vim para Paris com a minha filha.

_Eu não sabia... – Diz Rebecca, com uma voz de pura pena e as duas deram as mãos por cima da mesa.

_Muita coisa você não sabe. Eu sofri por toda a minha infância. Foi tanta dor por causa daquele... Daquele monstro. – Diz Jéssabele, começando a chorar. – que hoje nem consigo mais chama-lo de pai.

_Mas agora tudo é passado, minha irmã. Eu estou com você. Ninguém mais vai lhe fazer mal.

As duas sorriem uma para a outra, e se viram para a linda vista fora da janela, e para o lago onde toda a dor de Jéssabele começou.