Quando Amelie acordou no fim daquela semana exaustiva, a única coisa que tinha em mente era ir até a biblioteca da cidade buscar algum livro para ler e passar a tarde lendo no Sefton Park, e foi isso que fez, logo tratou de começar o seu dia tomando seu maravilhoso Expresso do Filter and Fox, era apaixonada por aquele lugar, não era tão distante de casa e era muito aconchegante. Enquanto bebericava seu expresso, seu celular vibrou indicando uma nova mensagem de sua melhor amiga Olivia, dizendo que tinha um novo cliente para aquela semana e o sorriso da garota expandiu-se, amava ter clientes novos e ter histórias novas para contar através das lentes de sua câmera.
Assim que terminou de tomar seu café foi em direção à Central Library, iria andando mesmo pois adorava andar e ver lugares, e sempre indo por rotas novas, assim poderia ter ideias de locações para os seus ensaios fotográficos. Chegando ao seu destino foi adentro daquele mundo maravilhoso que eram as estantes infindáveis de livros. Ah, Amelie - ou Elie como gostava de ser chamada - se sentia em casa, literalmente em casa. O cheiro daquele lugar era inconfundível, praticamente viveu ali dentro, havia tempos que quando mais jovem ficava até a biblioteca fechar, viajando e viajando nas aventuras de Harry Potter, ou sonhando com o seu Mr. Darcy. A Sra. Hatway a chamava de filha, depois de tanto tempo de convívio.
E falar em Mr. Darcy, essa seria sua releitura da semana. Ao passar pelas estantes de romance, logo avistou seu alvo, mas no caminho até a bibliotecária, Elie teve uma grande surpresa. Estava sentado no meio do caminho um rapaz cujo os olhos lhe eram possíveis transmitir sua alma, de tão verdes que eram. Benjamin, o nome da sua ruína estava ali em sua frente. A garota de cabelos cacheados teve um relacionamento um tanto conturbado com o moço de cabelos castanhos, houveram vários fatores para o relacionamento do casal ir por água abaixo. Mas isso não vem ao caso, ainda.
Benjamin acabou percebendo Elie estática em sua frente e num ato rápido, tirou seus fones de ouvido e se levantou.
– Elie? – O de olhos verdes indagou meramente surpreso de ver a garota ali. Pensou que nunca mais iria ver o seu amor da adolescência de novo.
– Er... Oi Benjamin. – Amelia um tanto nervosa acenou para o rapaz que ainda se encontrava com cara de pateta por vê-la.
– Uau, é uma surpresa te ver, eu nunca achei que te veria de novo, depois que eu voltei de Nova Iorque eu tentei saber de você, mas parece que você sumiu do mapa. – O coração da moça estava surpreendentemente batendo em uma velocidade em que não deveria bater. Não poderia estar batendo tanto assim, não por ele.
– É, eu me mudei, não moro mais no mesmo lugar, e bem, eu parei de frequentar alguns lugares. – Ela torcia a manga do seu cardigã enquanto olhava para Benjamin.
– Por minha causa? – Perguntou com uma ponta de tristeza em sua voz.
– NÃO, não, não. –Acabou excedendo um pouco a voz. – Apenas porque alguns daqueles lugares não se encaixavam mais comigo, não me traziam nada de bom, então eu apenas parei de frequenta-los. Mas e então como foi a vida em Nova Iorque?
– Estressante para falar a verdade. – O rapaz passava a mão no pescoço enquanto abria um sorriso amarelo. – Meu pai quer que eu assuma a empresa.
– Ah sim. – Foi tudo o que a garota falou enquanto olhava as horas para tentar esquecer um pouco o desconforto.
– Eu estou te atrasando pra algo? – Perguntou ao perceber o desconforto de Amelie, ele a conhecia por um todo, e sabia que aquilo estava sendo um pouco estranho, se ver depois de tudo o que aconteceu.
– É que eu vou na casa da Ol e ela está me esperando. – Mentira. Pensou a garota.
– Ah, claro, claro, não vou mais te segurar. Desculpa. – Benjamin deu espaço para a cacheada passar.
Ellie soltou um "está tudo bem, tchau" e foi até a bibliotecária registrar que pegou o livro e saiu em disparada para fora da biblioteca. Mas ao andar pouco mais de 10 metros escutou alguém a chamando e logo viu que era Benjamin vindo em sua direção correndo.
– Me desculpa, pode ser precipitado e estúpido de minha parte, considerando tudo o que aconteceu, mas eu não quero perder essa chance, você pode me dar o seu novo número? –Colocou as mãos nos joelhos em sinal de cansaço. Ellie se espantou com a atitude de Benjamin , era realmente estranho conversar com ele depois de 6 anos sem se ver, e sentir o seu cheiro característico tão de perto. – Depois de um tempo em Nova Iorque, eu tentei te ligar, mas sempre que eu ligava uma voz do além dizia que o número não existia mais, então presumi que você mudou de número.
– Bem, eu realmente mudei. – Foi tudo o que disse, e se instalou um silêncio constrangedor ao redor dos dois, mas que logo foi quebrado pela garota. – Eu... okay, você tem um celular aí com você? Para que eu possa anotar? – Atrapalhadamente o castanho tirou o celular de sua bolsa e entregou à moça em sua frente, que rapidamente digitou seu número e devolveu o celular. – Eu realmente preciso ir. Até algum dia. – E assim, sem esperar resposta Amelia foi embora, tornando sua mentira em verdade, e correndo para a casa de sua melhor amiga.
VOCÊ ESTÁ LENDO
right back to the past
RomanceTalvez Amelie não esperasse sentir todo aquele amontoado de sentimentos pelo seu passado.