Por Dulce María
Não consigo entender o porquê dessa reação repentina de Christopher, mas já descendo as escadas do apartamento de Dulce e indo pegar um táxi que me leve a rodoviária mais próxima que é para onde sinto que Christopher vai, Anahí vem atrás de mim.
– Dulce, aonde você vai?
– Já te disse que vou atrás de Christopher na rodoviária.
– Ele vai para onde se não tem onde cair morto? Dulce, ponha os pés nos chão.
– Anahí, não foi você quem ouviu como ele estava no telefone.
– Não queira saber como você vai ficar quando descobrir o porquê disso – Anahí diz baixinho, quase que não consigo escutar.
– O que disse? – Paro no meio da escada e pergunto.
– Ah Dul... Deve ter algum motivo... – Ela arqueia os ombros – Não é?
– Você sabe de algo? – Pergunto.
– Saber de quê?
– Não sei... Você falou como se soubesse o porquê dele estar querendo ir embora.
– Não... Eu só... Sei lá... Acho que deve ser algo sério ou... Ai!! Vocês dois são complicados!
– Tudo bem – Continuo a descer as escadas. O elevador tinha que estar quebrado hoje mesmo? – Mas vou atrás dele.
– Dul, não vá!
– Por que isso? Você não é amiga dele também? Deveria estar interessada em saber o porquê dessa mudança do Christopher repentina.
– Sou amiga dele, mas...
– Então... Vamos? – Pergunto, quando chegamos no saguão e indo para a rua.
– Não vou... E também depois de descer essas escadas estou com um pouco de falta de ar.
– Cuida desse bebê Annie. – Olho para ela com carinho, beijo sua testa e chamo o primeiro táxi que passa. Assim que entro vejo Annie parada me olhando e com seus olhos cheios de lágrimas, e meu coração dói dizendo-me que algo ruim irá acontecer.
Por Christopher
Chego no restaurante por volta das 22h15 e assim que apareço na porta, Mel vem me receber...
– Ia me contar quando? – Ela pergunta indignada.
– Eu... Mel...
– Não sabe nem o que falar não é mesmo? E eu aqui preocupada com você, em como você ia resolver a sua situação e você fugindo como um medroso. É isso que você é. Um medroso idiota! – Ela diz nervosa e quando percebe que se exaltou demais porque a pessoas começam a olhar, ela se recompõe, respira fundo e diz – É melhor mesmo que você vá embora.
– Mel... – Tento falar, mas ela se volta para mim e diz...
– Você ia embora sem me contar Christopher... Você... Eu... Ah! Vai pegar o dinheiro logo e vá embora! – Ela diz e sai bufando.
Nem tento insistir, pois sei que Melissa é dura na queda e não posso demorar muito já que tenho que estar na rodoviária às 23h. Entro, falo com meu patrão, me despeço de alguns amigos e saio sem olhar para Melissa. Criei com ela um vínculo enorme de amizade. Sinto que posso contar com ela em qualquer momento. Ela não é como Annie é para mim, mas cada amigo tem seu lugar na minha vida e Melissa tinha me conquistado rápido. Me dói ir embora "brigado" com ela, mas pensando bem, é melhor que seja assim, porque dessa forma não preciso me explicar, não preciso que ninguém me dê conselhos para ficar, não preciso que ninguém fique me dizendo o que fazer e o que não fazer. Minha decisão está tomada e ouvir meus amigos poderia sim, fazer com que eu repensasse sobre isso, mas eles não estão no meu lugar, não estão sentindo e passando por todas as pressões que estou passando. Enfim, é melhor assim. É melhor que todos fiquem com raiva de mim, Annie, Chris, Mel, Dul, seja quem for, é melhor assim.
(...)
Chego à rodoviária exatamente as 22h56, meu celular não para de vibrar com ligações e mensagens de Dulce. Meu coração dói e hesita a cada minuto que passa enquanto espero o carro com os caras que meu pai mandou para me buscar. Nunca mais abraçarei Dulce, nunca mais a beijarei, nunca mais sentirei seu cheiro, nunca mais verei aquele sorriso que iluminava a minha vida. Agora voltarei a ser aquele Christopher sujo, ganancioso, criminoso e mau caráter que era antes e nunca devia ter deixado de ser.
Quando dá 23h16 fico preocupado se meu pai mandou mesmo alguém para me buscar. Não tenho dinheiro para pagar uma viagem de avião. Não no momento. Mesmo com as minhas economias do pouco tempo trabalhando. Pego meu celular e quando vou enviar uma mensagem para Fabrício um carro buzina para mim e reconheço um dos rostos dentro dele. É Jonathan, que está ao lado do motorista. Ele trabalhava para mim. Como não foi preso?Vou me aproximando do carro e assim que chego perto pergunto:
– Jonathan? Não foi preso?
– Eu fugi antes cara. E procurei teu pai, claro. Entra aí.
Sorrio, balançando a cabeça negativamente, pensando em como eu era quando também era um assaltante, e muito bem renomado, por sinal. Quando abro a porta traseira ouço uma voz conhecida me chamar.
– Christopher!
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Ihhhh quem será???? Hahaha, espero que desfrutem desse capítulo!! Comentem e me digam o que acharam. Beijinhos da thay <3
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Aquele Olhar - VONDY
FanficVocê acredita em amor a primeira vista? Acredita que um simples olhar possa mudar todo o rumo de uma vida? Acredita que exista um tempo e um lugar certo para se apaixonar? Nessa história, Dulce Maria, uma jovem muito bem sucedida em sua vida tanto...