Notas iniciais: Oi, queridos! Não vou me prolongar muito aqui, só queria dizer que essa é uma história que eu comecei a escrever em 2018, quando usava o site com mais frequência. Agora com essa quarentena voltei a ler umas histórias aqui e encontrei essa perdida nos meus rascunhos.
Não faço ideia da proporção que isso vai tomar, mas pretendo atualizar os capítulos pelo menos uma vez na semana, ou mais, já que tenho alguns prontos.
No mais, é isso. Espero poder ajudar na quarentena de vocês, como algumas autoras aqui têm ajudado na minha. Boa leitura! <3
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Madison Price's POV
December 5th, 2018.
Montreal, Canada.A breve história por trás de meus passos longos pela Ford Lample na tarde da primeira segunda-feira de dezembro é bem simples.
Eu tenho um encontro.
Não um encontro qualquer. Digo, na verdade não é exatamente um encontro, e eu concluo isso enquanto tento esticar ainda mais as mangas de minha jaqueta jeans numa tentativa fútil de aquecer meus dedos. Mas... Bem, vou conhecer uma criança, um garoto. E eu vou cuidar dele.
Meus pensamentos se embaralham aos meus passos e o som quase inaudível de minha respiração é abafado pelo atrito que meus coturnos de camurça causam ao tocar o chão de pedras. Esse é um dos bairros médios da zona leste de Montreal e eu posso acrescentar que não é tão bonito quanto os que eu estava acostumada a frequentar.
Minutos depois de eu descer do carro que me trouxe do centro até aqui, meu celular vibrou em uma mensagem do meu tio Zac, com todas as informações necessárias para que eu não me perdesse no subúrbio de Montreal. E enquanto me esforço para apressar os passos, também me pergunto como ele reagiria se recebesse uma chamada onde sua sobrinha soaria desesperada demais por não se fazer capaz de sequer encontrar a residência de número 109. Mas, é claro, descarto a possibilidade de tal cena se concretizar depois de reler a mensagem de texto que ele finaliza com um 'boa sorte'.
Boa sorte?
Isso provavelmente significa: eu te dei todas as informações, agora use-as se quiser sobreviver.
Em alguma parte da mensagem ele dizia para virar a direita depois do ponto de táxi, mas... Como eu saberia se ele estava se referindo a minha direita ou a direita dele? E droga, porque ele citava tanto os pontos cardeais? Eu nunca fui extremamente boa em geografia!
E é na primeira segunda-feira de dezembro, às 13h35 da tarde que eu me arrependo por ter dito ao meu tio Zac que queria fazer algo diferente nas férias de fim de ano.
Eu definitivamente estava fazendo algo diferente. Iria cuidar de uma criança de cinco anos e meio e era tudo o que eu sabia sobre o meu compromisso. Isso e que eu estava exatamente cinco minutos atrasada para o primeiro dia em que eu realmente faria algo além de comer e dormir nesse tempo longe da faculdade.
Mal comecei e já posso ser dada como a pior cuidadora de crianças do Canadá!
Vamos lá, não é tão difícil.
105, 107... 109!!!
Paro em frente à enorme casa vitoriana aparentemente antiga e completamente diferente das outras residências do bairro e pondero antes de apertar a campainha, verificando minhas vestimentas e meus cabelos no vidro da porta. Meu vestido floral se alinhava no busto e pendia em camadas soltas ao redor do meu quadril e pernas, a jaqueta jeans, apesar de possuir as mangas um pouco curtas combinam com algumas das variadas cores do vestido e parecia destacar mais meus olhos azuis, enquanto os coturnos delicadas me faziam sentir ainda mais baixa que o normal. Eu parecia apresentável pelo reflexo do vidro.
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Inkheart
FanfictionQuando se recebe algo, se aprende a dar algo. A vida se resume em infinitas moedas que você aprende a trocar ao decorrer dela. De um lado, o exemplo mais puro e doce do que chamamos de ser humano. Madison Price e sua lista interminável de cores e em...