Capítulo 1

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Capítulo 1

Eu estava correndo.

E era muito rápido, a minha volta parecia passar em um borrão, mas eu me atentava a tudo ao meu redor, parecia que o cansaço nunca chegaria, não parava nem mesmo para tomar fôlego, eu simplesmente não precisava. De repente, vejo um grande e majestoso cavalo e outro lobo, o lobo tinha os pelos tão brancos e seus olhos eram de azul piscina fascinante. Ele parou. Ele uiva. E eu também.

Acordo com o barulho do despertado e me sinto péssima, nem mesmo abri os olhos e já sei que  estou atrasada e deixei a sacada aberta porque meu rosto está muito quente do sol que entrou pela janela e encontrou meu rosto. Sinto como se tivesse feito ginástica pela noite inteira.

Percebo que esta quase na hora da minha mãe acordar e tenho que correr para a escola antes que ela me pegue para me obrigar a tomar café, a minha única opção seria desligar o alarme para que eu possa ter um momento de paz antes que comece a cantar parabéns e de como ela esta orgulhosa pela sua filha ter conseguido as melhores notas de uma sala com 10 pessoas onde o seu concorrente mais forte vai ficar nessa ilha para seguir carreira de vendedor substituindo o velho e odiado Bill.

Levanto da cama e olho para os meus pés e percebo que eles estão sujos e que sujou a minha roupa de cama também. Antes que eu posa pensar nisso minha mãe aparece.

- Carolina! Filha querida parabéns pra você –  tenho que sorrir da melhor forma possível tentando tirar ela do quarto para que ela não possa ver a bagunça que eu fiz nos meus livros ontem à noite para meu trabalho e a sujeira dos lençóis

Minha mãe, uma senhora com cabelos loiros e olhos de uma cinza desbotados mostrando que um dia foi uma mulher bonita, mas que hoje só guarda em seu rosto lembranças de sua beleza, como somos diferentes em tudo.

Ela é loira e eu sou morena

Ela é robusta e eu sou reta.

Ela é baixa e eu sou alta.

Ela tem um rosto bonito e o meu só tem sardas.

E quem poderia culpá-la se ela nem mesmo é a minha mãe verdadeira? Eu sempre soube, mas parece que têm certa relutância em falar do assunto principalmente quando eu falo de meus pais biológicos.

Mas hoje é diferente. Hoje é meu aniversário de 17 anos e eu tenho que aproveitar.

- Filha vai descer ninguém faz dezessete duas vezes na vida- pego a minha bolsa e sigo a minha mãe escada abaixo. -

Anteas de fechar a porta do quarto olho uma ultima vez, uma cama de casal envolta de pilhas de livros que ocupam todas as prateleiras e o chão do quarto, uma mesa de estudos com um abajur da minha avó, uma pequena cômoda para as roupas repetidas de todos os dias e um mural de fotos. Fotos de todos os momentos: quando fomos acampar, quando participamos da feira de ciências até mesmo do premio de melhor dente da primeira série.

Vejo o horário no celular e percebo que não tenho mais tempo para café.

- Mãe, eu sinto muito mas não posso ficar para o café tenho que ir para a escola, ok?

-Sim querida tudo bem, mas venha cedo hoje para o jantar

- ok. Beijos mãe! Grito enquanto saio de casa.

     A ida para a escola é rápida e antes que eu perceba eu estou passando pela porta. Sigo até o meu armário que graças a Deus é do lado da sala de aula, assim eu não tenho que andar tanto para chegar. Já que o meu professor de literatura clássica não aceita nem segundos de atraso. 

     De repente sinto algo se aproximando de mim e, instantemente  já sei quem é.

- Karen, eu sei que é você, poupe os seus esforços.

-Meu Deus, como você nunca se assusta?

- Você que deve ser barulhenta demais. já pensou nisso? 

- Mas é que eu nunca vi você se assuntando com alguma coisa. você deve ser algum tipo de super heroína com uma vida dupla tipo o Superman.

Nós duas trocamos olhares por alguns segundos e começamos a rir. 

-Ei,  sabia que tem uma família nova na cidade. Eles são bonitinhos e um deles vai estudar aqui.

- Karen, eu tenho namorado. não fico olhando quem é bonitinho e você devia fazer o mesmo, o Jonathan ficaria irritando.

-Ai como você é sem graça eu tenho olhos não dá para evitar.Olha ele vindo ai

Um cara com uma blusa azul escura, calça jeans e um livro de baixo do braço está andando em nossa direção.

- Amiga, eu estou passando mal.

- É eu também. super gatinho,soube que está na nossa sala.estou quase sem ar.  

sua voz ia diminuindo cada vez mais 

tum, tum, tum

Não, eu estou...estou...passando mal mesmo.

levanto a cabeça para respirar e meu olhar encontra a do menino novo.ele também não parece estar bem....

e tudo se apaga.

-

    





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