Chama do pecado - Em revisão

Capítulo 10

 Ela precisava saber a verdade sobre minha história com Marina e ali sou eu 100% verdadeiro. Apenas eu. Gilmar sentiu.

Caio na gargalhada quando diz que pensava sobre mim e Mara. Realmente estava fazendo uma confusão sem sentido.

E aí entendo perfeitamente que foi por isso que me tratou tão mal. A culpa é minha, não disse que era minha irmã.

Alguns parentes que moravam distantes, enfrentaram muita dificuldade, e meu pai se ofereceu para ajudar.

Foi então que conheci Marina no primeiro ano do ensino médio. Minha prima. Ela passou a estudar na melhor escola particular. Enquanto eu sempre estive cercada das melhores coisas, das melhores oportunidades.

A garota não se encantou pela beleza, ou pelo dinheiro. Gilmar era indiferente para ela, ou igual, como qualquer outro. E isso o incomodou muito. Era um desafio. Com tantas moças que lhe queriam parecia que este homem gostava de desprezo, mulher que dava atenção demais, ele enrolava.

Era apenas um menino metido, o que lhe parecia fácil não passava de diversão. As garotas que ficavam no seu pé serviam apenas de distração. Um beijo. Uma flor. Eu te amo. Sua cama. Adeus no outro dia e segue sua vida.

Marina era simples e a verdade é que ele conheceu sentimentos, viveu momentos, aprendeu coisas novas e acabou se apaixonando. Não era o seu plano, mas nela encontrou alguém que queira dividir não só a cama, mas também o seu amor e a sua vida. Encontrou alguém que aguentasse seu coração enjoativamente doce, e que suportasse seu humor incrivelmente amargo.

Ela era incrível e isso chamava a atenção. Ela lutava para ter aquilo que Gilmar tinha de graça e não valorizava. Conquistá-la foi uma missão quase impossível, pois não dava oportunidade, para todas tentativas dele, ela tinha uma desculpa mas ele era teimoso e estava decidido a não desistir, ele nunca desistia.

Talvez porque sempre teve tudo, tudo lhe era possível, e quando se deparou com algo que não podia ter, sentiu a adrenalina de conseguir algo pelo seu próprio esforço.

Como ela não dava o braço a torcer, Gilmar precisava se empenhar cada vez mais, então tudo que ele não fez para ninguém, fez por ela e para ela. Ela, como qualquer garota, parou de resistir e se entregou.

Foi quando Gilmar percebeu que não era apenas ela que estava apaixonada. Ela conquistou seu amor, e fez com que ele renascesse de novo. Outra pessoa, uma pessoa melhor, a qual jamais imaginou que seria.

Ele amou ela, assim como ela o amou. E hoje é quem é, por causa dela. Era toda a razão, toda a esperança e todos os sonhos que ele já teve na vida, ele tinha aquela certeza de que independente do que fosse acontecer no futuro, cada dia que estivessem juntos valeria a pena. Seriam os melhores dias de sua vida.

Sentiu que não poderia viver mais sem ela, sem o amor dela. Com ela era tudo diferente, porque ela fazia a diferença. Gilmar nunca havia pensado em como seria uma mulher perfeita para ele, e com certeza, ela era muito mais do que um dia ele poderia imaginar. A mulher que o fazia feliz e que o entendia até mesmo quando ele mesmo não era capaz de se entender.

No último ano em que estudaram juntos, com aquela pressão de formatura, faculdade, pai exigindo coisas, começou a usar drogas constantemente, dias acordados, dias sem comer e Marina permanecia ao seu lado, era como se ela fosse capaz de entender, se recusava a desistir de Gilmar, talvez fosse muito amor. Ele exigiu que mesmo estando ao seu lado não iria se envolver com seu mundo obscuro.

Quando de repente descobriram que seriam pais. Um pouco assustado, pois eram tão jovens, uma vida pela frente e um futuro incerto.

Todo homem um dia, em algum momento da sua vida, pensou em formar uma família, ter uma mulher para amar e ter um pequeno corpo para segurar nos braços e ninar durante a noite. Parece um sonho de família feliz.