Clitch, o Instigado Fantasma Incompreendido

Restos

Eu gostaria muito de dedicar isso à alguém, porém, essa pessoa não existe.

Eu gostaria muito de dedicar meus momentos felizes para apenas uma alma, uma pessoa sortuda o suficiente pra receber absolutamente tudo de melhor que há em mim. Porém, não é assim que funciona. Eu passo os dias dedicando um pouco do que eu tenho de melhor para qualquer um, qualquer amigo, tornando todos eles especiais.

Uma morada onde todo quarto é um sonho não permite desejos antes de dormir.

Você pode percorrer o mundo inteiro sem rumo, pode sonhar o quanto quiser e mentir para si contando a falsa verdade que todos compram: Eu estou exatamente onde queria estar, eu sou feliz e isso é o que me faz sentir vivo.

Não, isso é o que você conseguiu, acomodado em uma cadeira sonhando baixo.

A paz não é resumida em ser bem sucedido para a visão do mundo, é ser bem sucedido para a sua própria visão.

E eu nunca estive tão cego...

A luz não pôde penetrar à escuridão iminente, talvez fosse predeterminado, premeditado, previsível. Nunca sabemos o que esperar, tudo muda em um dia, tudo morre em uma praça, tudo some em uma rápida viagem.

Não é apenas o sol que se põe e some com sua luz todas as noites.

Não é apenas a Lua que vive na luz e na escuridão.

Não são as estrelas que iluminam os céus.
São os seus restos.
Os restos são o que tornam as sobras o mais fácil.

E o mais fácil é sentir-se como um morto vivo, ao invés de viver pelo pobre morto.
O morto que você abandonou.
O morto que você matou.

O morto que foi atropelado pela desilusão;

Você mesmo.