ᴄᴀɴᴠᴀs • 2ʜʏᴇᴏɴ

Capítulo único

A tela branca começava a ganhar cores. Uma hora azul, outra amarelo, depois vermelho, verde, até que tudo se tornasse uma linda bagunça. Era o que Yoohyeon era, a mais perfeita e colorida bagunça.

Seu pincel percorria todo o quadro dando forma à pintura. Ela gostava de pintar coisas bonitas como o incrível pôr do sol, um rouxinol cantando em um galho, uma flor desabrochando com a chegada da primavera e uma garota. Ela era sua preferida.

Yoohyeon sorriu quando terminou o quadro. Era a imagem de uma garota de olhos pequenos e bochechas gordinhas, lembrando uma criança. O quadro eras todo colorido o que, para Yoohyeon, deixava ela ainda mais bonita. Pegou a tela e a pendurou em uma das paredes do quarto, onde havia dezenas de quadros também da mesma garota de diferentes formas, cores, tamanhos.

A de cabelo rosa sorriu olhando seu último trabalho. Olhar seus quadros a deixava um pouco feliz dentro daquela clínica onde ela se sentia tão solitária.

Sua mente se voltava para o rosto da garota que nunca viu em nenhum momento mas sonhava com ela toda noite em um bosque cheio de flores e com uma fonte de água cristalina de onde ela sempre surgia. Yoohyeon não sabia o que ela era, então gostava de pinta-la com asas de anjo e outras vezes como uma garota que surgia das águas.

Yoohyeon nunca havia visto ela na vida mas ela era a única que lhe acalmava em suas noites de pesadelos quando do nada ela surgia das águas, com o cabelo negro caindo por seus ombros. Com certeza a coisa mais linda que já viu.

Caminhou até a varanda de seu quarto e repousou por ali. Ela assistia os outros pacientes no jardim da clínica, uns brincavam entre si, outros preferiam ficar sozinhos. Ela fechou os olhos sentindo a brisa do fim da tarde atingir seu rosto então respirou fundo sentindo um aperto no coração. Queria que a garota estivesse ali com ela, na vida real, queria abraça-la, conversar com ela, tocar ela. Yoohyeon não entendia muito bem o que sentia mas era algo bom e, ao mesmo tempo, angustiante. Só queria tê-la ali para sempre.

Acreditava que aquilo era o que chamavam de amor, já que não lembrava de ter sentindo algo parecido. Mas como poderia amar alguém que nunca viu, sentiu ou conversou? Eram perguntas que rondavam a mente dela à procura de alguma resposta.

De longe, duas enfermeiras observavam a garota do jardim, conversando entre si.

— Aquela garota sempre fica sozinha no quarto? — uma delas perguntou.

— Yoohyeon? Sim, ela sempre fica em seu  quarto desenhando o rosto de sua namorada, mas ela não sabe quem é ela. — respondeu a senhora olhando para Yoohyeon que ainda tinha os olhos fechados.

— Mas eu nunca vi ninguém a visitando.

— A mãe dela morreu quando ela era adolescente, o pai não se sabe, já sua namorada morreu afogada em uma viagem em que as duas faziam. O carro perdeu o controle e acabou capotando, Yoohyeon vôo para fora do carro e bateu a cabeça perdendo grande parte de sua memória. Por azar, havia um rio próximo e o carro acabou caindo dentro junto com a outra menina. O corpo nunca foi encontrado. — contou. — Agora só restou ela e suas belas pinturas de uma garota de quem ela não faz ideia de quem seja.

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Quem gostou bate palma quem não gostou paciência rs

Eu amei escrever essa one apesar de ela ter saído um pouco curta. Espero que vcs tenham gostado tbm.

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