Em 2014, eu já não ligava mais com o que me acontecia ou com o que as pessoas iriam falar de mim. E foi aí que eu comecei a me vestir como um verdadeiro garoto, mas ainda não tinha me assumido. Tinha raspado um lado da cabeça, usava alargadores e roupas largas. A escola inteira já estava toda comentando, mas que se foda eu não ligava mais. 2015, dei o primeiro beijo em um garoto e engoli a ânsia que tive depois do beijo, o problema não estava no cara, estava em mim. Minhas amigas comemoram tanto que parecia até Natal, eu não estava tão feliz assim.
- Nossa Helena, nós estamos muito feliz por você! Elas disseram, Mas não tinham ideia do quanto eu chorei naquele dia. Nesse mesmo ano comecei a ter lapsos de desejo por mulheres ( um apelido que dei na época.) Foi uma merda eu dava graças a deus por ter pouco corpo ( peito e bunda) e por não ter virado uma "mocinha" ainda. Me sentia um verdadeiro garoto. Mas o tempo foi passando e conheci várias pessoas legais que foram me auxiliando com as dúvidas que eu tinha, como a minha professora de sociologia do Primeiro ano. Eu nunca vou esquecer aquela mulher que me encorajou tanto a ir e tirar a limpo tudo o que eu estava sentindo. No mesmo ano beijei a primeira garota, foi a pior coisa que eu já fiz na vida, sério! Foi imaturo demais. Mas tempo depois ela se assumiu lésbica e eu me senti um lixo. Do tipo. ( Nossa agora ela é lésbica e por culpa minha!) Destruí minha família por que a garota que eu beijei era minha prima. Mas depois da grande revelação ela foi morar em São Paulo e eu continuei na Inglaterra. Mas por outro lado eu gostei de beijar ela. Mas não assumi meu lesbianismo para ninguém, nem para mim mesma.
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Não Convencional
RandomAos 19 anos eu acabo aceitando o que todo mundo já sabia, eu sou lésbica. Por ter nascido em uma família recatada e cristã eu me negava aos meus desejos por outras mulheres. Mas agora eu quero viver tudo o que não vivi por medo do que as pessoas vão...