Estava olhando aquela mão grande e áspera se movimentando em cima do meu colo, com uma rapidez surreal. Antes que meu cérebro começasse a imaginar coisas pecaminosas, empurrei gentilmente a mão daquele indivíduo que estava tentando limpar aquela mancha de café. MEU CAFÉ.
Sorrio gentilmente e empurro sua mão, sentindo a falta da hidratação na vida daquele ser. Levanto minha cabeça para fitar seus olhos castanhos escuros, iguais aos meus.- Não precisa, Senhor...- Começo a se pronunciar quando sou interrompida. Olho irrita pra ele.
- Charle Maison. Mil perdões! Quer que eu pague outro? - Disse em tom sério ao mesmo tempo com uma pitada de culpa. Aprecio o sotaque na voz que o deixava sexy.
-Não precisa. S-É-R-I-O. Já estou atrasada para meu primeiro dia de trabalho!
Me levanto rápido e percebo que sou 15 centímetros mais baixa, sorrio cortês indo diretamente pra saída, mas antes coloco uns trocados em cima da mesa redonda de madeira.
Saindo daquele ambiente confortável analiso meu estado no vidro fume, que fica do lado da entrada: saia com mancha, blusa social branca com respingo de café e cabelo bagunçado. Ótimo começo de dia.
Vou andando até meu trabalho e 15 minutos depois consigo chego ao portão, então respiro profundamente. Direciono meu olhar para a faixa da empresa *M&A editora *. Uma sensação esquisita invade meu peito, um aperto e, como todas as vezes, não entendo o que significa.
Dou exatamente 8 passos até a porta giratória, quando entro naquele estabelecimento meu queixo vai ao chão. Era tudo azul e vermelho, literalmente, aquilo consegue ganhar facilmente da empresa do SR. Grey. Pessoas com a gravatas vermelhas ou azuis, recepcionista com terninho azul com a camisa vermelha. Se bobear até às peças íntimas deles devem ser azuis e vermelhas. Com a cabeça entorpecida com todas as essas cores, vou andando devagar pelo extenso hall de entrada que por uma força maior não é azul e, sim, preto. "Alguém tem um gosto muito peculiar para cores" penso.
Chegando no balcão direciono meu olhar para a mulher bem vestida na minha frente , que estava mais prestando atenção na sua lindíssima unha do que acontecia ao redor dela. Pigarreio e consigo chamar atenção dela, a mesma direciona seus olhos azuis para minha direção e analisando de cima a baixa, até eu iria fazer esse olhar para mim pelo estado deplorável que me encontro .
-No que posso te ajudar?- ela diz com uma voz estridente que chegava a ser totalmente irritante.
- Sou Melanie Francis, está marcada uma reunião às 08:00, com o Sr. Jackson.- falo com um sorriso no rosto, alias não quero fazer inimizade logo no meu primeiro dia.
Ela me olha desconfiada e escreve algo em seu MacBook.
- No 16° andar, ao final do corredor a direita.- Sorrio em agradecimento e saio andando.
Olho no meu relógio antigo, preto com um símbolo de um lobo. Presente do meu avô de 18° aniversário. E vejo que estou cinco minutos atrasada. Típico. Preciso me adaptar ao novo horário.
Entro no elevador e aperto o botão 16°, sem olhar para a pessoa que está do meu lado, pois meu estado de nervo está no pico e não quero parecer uma doida, se for uma pessoa importante. Fico batucando o dedo na perna, até que o elevador para no 13° e a porta se abre, a pessoa que estava do meu lado sai e o seu perfume amadeirado invade minhas narinas quando ele passa por mim,me trazendo muitas lembranças de certa pessoa. Olho imediatamente no exato momento que a porta está se fechando e não consigo acreditar no que vejo. Ele me fita com aqueles olhos que me levam ao abismo em menos de 5 segundos e eu só consigo fazer uma coisa; Engasgar.
Filha da puta.
A porta se fecha.(...)
-EU TE AMAVA, ADAMS.
Gritei a todos pulmões os sentimentos que tanto repudiava, antigamente. E, por uma infelicidade do destino, estava na sala da pessoa que menos queria ver no momento. Estava descabelada andando de um lado para o outro em sua sala refinada, escutando meu salto bater no assoalho que se bobear dava pra ver seu reflexo de tanto que era brilhante.
- Você tirou a única pessoa que eu amava.-Disse com os olhos repletos de lágrimas, lembrando do tesouro mais precioso da minha vida. *Mon enfant.
Estava com ódio borbulhando em minhas veias, só por lembrar que aquele ser que estava na minha frente era o causador do meu sofrimento.
- Desculpe, mas temos que deixar no passado.- ele disse fitando no fundo dos meus olhos, enquanto se sentava em sua poltrona preta de couro. Como se fosse o dono do mundo. Literalmente, ele era.
-DESCULPA? Isso não vai trazer minha filha de volta!
Consegui pronunciar um frase toda sem voar no pescoço dele. Passo a mão no cabelo ajeitando e respiro fundo para não descontrolar de novo. Penso em ligar para meu amigo que era tenente do exército, só para acabar com a raça dele enquanto vou pensando em mil formas de assassinar Adams sem me incriminar. Assisti muito CSI na minha vida.
Caminho lentamente até sua cadeira empurrando meu corpo para frente fazendo com que minha boca fique a milímetros da sua, coloco uma mão no braço da cadeira e a outra do lado de sua cabeça, e falo lentamente.
- Você vai trazer ela antes das meio dia de amanhã, senão faço questão de tirar o que você mais gosta.- falo pausadamente, mas por dentro estou pegando fogo.
Ele arqueia uma sobrancelha, com cara de desafiador, com aquela cara sexy. Foco. Como se eu não soubesse o que ele mais gostasse.
- Seu império. E, não, não estou falando da sua empresa. Estou falando da sua preciosa que você guarda a sete chaves na sua querida casa em Paris.
Um brilho de pavor passou em seu olhar e foi substituída por raiva.
- Você não teria coragem!- Falou passando a mão no cabelo, nervoso.
- As ações da sua empresa já está 46% no meu nome. Então, só uma pessoa pode me dar o restante. Se você NÃO trazer ela, eu vou fazer uma visitinha na sua casa em Paris. - Mal termino de falar e me assusto com o baque na mesa, que por sinal era de vidro, fiquei até com medo de quebrar.
- VOCÊ FEZ O QUE, MELANIE?- Ele se exalta e vejo uma veia saltar do sue pescoço. Gosto disso
Chacoalho a cabeça e sorrio abertamente, mas por dentro estou tremendo de raiva, sentindo o gosto da vingança. Ele não precisa saber que tem uns dedos da mãe dele no meio disso.
- Isso mesmo que você ouviu.- Passo minha unha com esmalte preto pelos meus lábios tingidos de vinho. Chego a centímetros da sua boca e dou um selinho só para provocar e o deixar mais desestabilizado que já está.
- Ou você trás minha filha, ou você está na rua sem seu império. O que você prefere? - sorrio diabólica, me viro de costa e dou um sorriso de lado falando o meu último pronunciamento.
- Reunião dos acionistas amanhã às 12:00, sem atrasos e com a minha filha presente, Jackson Adams
Por fim, Saio da sala.
** Minha criança
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Boa noite, me chamo Emi!! Como vocês estão?
Espero que vocês tenham muita paciência comigo, pois essa é minha primeira historia.
Vou tentar ao máximo postar um capitulo por semana, pois trabalho e estudo.
Esperem que gostem!! Comentem sobre o que acharam e curtem!! Vai me motivar mais.
Um beijo para vocês

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A Crise dos 20
RomanceMelanie tinha apenas 9 anos quando seu pai morreu, com isso teve que ir morar em Nice- França com sua mãe. Sua mãe, Marie Francis, trabalhava como governanta na casa de uma família muito rica, os Maison's.Mel morava na casa e acabou sendo criada co...