41 • O regresso

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Quando meti os pés fora do autocarro suspirei de alívio. Finalmente me vi livre do campo de férias. Finalmente estou na minha terra, a caminho de casa.

Mãe - Na próxima vez que quiseres sair, não te esqueças de avisar! Não sabes o susto que eu apanhei quando a monitora me ligou!

Não vai haver próxima vez.

Eu - Não tenho culpa, já não aguentava estar ali fechada.

Mãe - Não sejas tão exagerada, tenho a certeza que não foi assim tão mau! Quando tinha a tua idade nunca tive uma oportunidade dessas...

Eu - Mudando de assunto, como é que correram as coisas em Londres?

Mãe - Foi uma experiência fantástica! Conheci imensas pessoas, aprendi imensas coisas novas e úteis e passeei bastante pela cidade. Um dia volto lá e tu vens comigo!

Eu - Fico à espera disso.

A minha mãe estacionou o carro na garagem e eu dirigi-me à porta, carregando as malas.

Mãe - Eu levo isso, entra.

Abri a porta e dirigi-me à cozinha para ir buscar um copo de água. Quando entrei na sala, não acreditei no que estava à minha frente.

- SURPRESAAA!!

Todos os meus amigos se encontravam espalhados pela sala, a sorrir-me. A Rita veio imediatamente abraçar-me e eu, com algum esforço, lá consegui retribuir o abraço, pois ainda me encontrava bastante surpreendida.

De seguida abracei o Ricardo, a Magali, o André e a Olívia. Quando me afastei da Olívia, após muitos sorrisos e agradecimentos, vi o Diogo encostado ao sofá e paralisei no lugar. O meu coração começou a bater bastante rápido e, naquele momento, acho que me esqueci de como se respirava.

Ficámos alguns segundos a olhar um para o outro, sem dizer nada, até que o Diogo se aproximou de mim. Mesmo sem olhar, eu sabia que todos os olhares estavam em nós.

Diogo - Olá Bianca.

Porque é que o momento está a parecer tão estranho? Não consigo deixar de me sentir culpada por causa da discussão que tivemos na última vez que falámos.

Eu - Olá Diogo.

Não consegui evitar sorrir-lhe. Ele está ainda mais lindo do que antes. Ele passou os dedos pela minha cara e eu senti-me a derreter. Todo o meu corpo estava a ferver e, naquele momento, tudo pareceu certo. Senti-me realmente em casa.

Rita - Pombinhos, eu sei que vocês querem matar saudades, mas nós estamos todos cheios de fome! Vamos lá, ao ataque!

Olhei para a mesa da sala e vi-a repleta de coisas boas, que me fizeram ficar imediatamente com água na boca.

Eu - Não era preciso terem tanto trabalho! Vocês são mesmo uns queridos!

As horas seguintes foram passadas a comer, a conversar, a ver filmes e a jogar. Apenas quando já começava a fazer de noite é que os meus amigos decidiram ir embora.

Entrei no meu quarto e deitei-me na cama, ficando algum tempo a olhar para o teto e a pensar na tarde de hoje. Não tinha noção de ter tido tantas saudades dos meus amigos. E do meu namorado. Agora que penso nisso, não chegámos a ter um momento para falar. Há tanta coisa por dizer...

Nesse momento, ouvi alguém a bater à porta. Quando ia responder, a porta abriu-se, revelando uma pessoa conhecida.

Borboleta Lutadora (✔)Onde histórias criam vida. Descubra agora