Faltavam só alguns meses para que eu me formasse da escola, e como todo formando, decidimos fazer um churrasco de formatura, em churrascos como esses sempre toda aquela baboseira de despedida e todo o drama desnecessário. Eu ODEIO drama, mas eu fui né, por que ia ter bebida e comida grátis.
O churrasco começou cedo, mas eu fui chegar só umas 14h, porque eu não sou obrigada a nada, eu fui com a minha Kombi para lá. (Ela é linda, verde agua, estilo retro, eu a amo muito, aliás, eu ainda tenho ela). Chegando lá fui procurar meus amigos e pegar algo para beber. Ao encontrar eles eu notei que um dos meus amigos estava conversando com uma menina que eu nunca tinha visto antes, mas ela é linda (vale citar, que eu sou pansexual (gosto de pessoas independente doa identidade de gênero ou da orientação sexual).
Fui imediatamente perguntar para minha amiga quem era aquela garota, se não sei, era uma crush do meu amigo ou algo do tipo. – Ah, aquela é a Sophia, uma garota do colegial que o Carlos (nome do amigo que estava falando com ela) conheceu quando foi visitar a faculdade, e assim, fica entre nós, mas todos os sinais indicam que ela não é hétero não. Se você gostou vai lá e investe garota – disse rindo, e assim fiz, fui até o Carlos e fiz ele me apresentar para aquela deusa, conversamos à tarde toda, e lá para o meio da tarde eu a levei para "conversar" na minha Kombi. Assim que acabamos de "conversar" recebi uma ligação preocupante do Jake.
-- Ei Lu, o vovô surtou e tá pedindo a chave do armário de armas, ele tá falando que "eles" o acharam. Eu sei que você tá no churrasco, mas será que tem como você me encontrar na casa dele o mais rápido possível, por favor. – Disse ele em um tom despreocupado, já eu respondi que eu estava indo imediatamente, e que eu ia demorar um pouco porque o churrasco era do outro lado da cidade, mas que eu já estava indo.
Todos achavam que o vovô estava ficando louco, mas eu sabia que não. E eu sabia exatamente quem era que tinha achado ele e temia o pior. Os Etéreos tinham achado ele e queriam sua alma peculiar. Papai queria colocá-lo em um asilo, mas eu e Jake sempre ficamos contra essa decisão.
Voei nas ruas até chegar no condomínio bizarro que vovô morava, ele era um labirinto confuso de becos sem saída interligados. Parei na guarita do vigia para me identificar, mas o velho roncava e o portão estava aberto (como de costume) então, em vez de acordá-lo, simplesmente entrei. Parei o carro ao lado do de Ricky (melhor amigo do jake) e assim que sai do carro e fechei a porta escutei sons de tiro.
Na mesma hora sai correndo pra onde eu tinha escutado o tiro, primeiro fui até o quintal, pois achei que o tiro tinha vindo de lá, e nunca que eu iria poder esquecer a composição do lugar que eu me deparei, a porta de tela estava com um corte certeiro, que eu tinha certeza que não tina sido feito por algo comum. Logo soube que não tinha sido de lá o tiro, mas sim da mata que se estendia por cerca de 2 quilômetros. Segundo uma lenda local, a mata estava cheia de cobras, guaxinins e javalis selvagens.
Sai em disparada para dentro da mata, eu não tinha certeza para onde correr, mas como um sexto sentido, algo me levava para o lugar que deveria chegar. Cheguei em uma clareira e vi Ricky de costas, andei mais um pouco e vi Jake desmaiado no chão, e parecia ter algum tipo de liquido escuro nele, logo deduzi que era sangue e comecei a entrar em pânico, mas, assim que ergui um pouco meu olhar, vi o que eu mais temia, foi a pior cena que eu já vi na minha vida.
Deitado lá no chão estava vovô, sem vida, em cima de uma poça gigantesca de sangue, logo percebi que o sangue no Jake não era dele, e sim do vovô. Ele tinha cortes em sua barriga, eram largos e profundos, e estavam sujos de terra, no lugar onde se encontrava, o sangue formara uma lama. Eu não me aguentava de pé depois daquilo, me ajoelhei e comecei a chorar, mas o que me deixava mais inconsolável é que eu não pude ajudar e nem me despedir dele.
Jake ficou muito mal com tudo isso que aconteceu, e os meses seguintes da morte do vovô jake passou em salas de espera e consultórios, pois nossos pais fizeram questão de manda-lo para um psiquiatra. Ele me contou de algo que viu naquela noite na floresta pois, como eu era a única que não ia achar ele louco, ele sabia que podia sempre contar as coisas para mim. Ele disse que naquela noite viu uma criatura que parecia ter saído de seus pesadelos de criança, ela tinha uma boca cria de tentáculos e no lugar dos olhos elas tinham uma substancia negra viscosa. Ele estava convencido de que aquilo havia matado nosso avô e logo viria atrás de dele.
Ele parou de sair de casa. Durante semanas não foi sequer a ir até a entrada da garagem pegar o jornal de manhã. Dormia em uma pilha de cobertores no chão da lavanderia, o único cômodo da casa sem janelas e com uma porta que trancava por dentro. Ele me disse também que as últimas palavras do vovô foram "Vá para a ilha, Yakob. Aqui não é seguro; encontre a Ave. Na fenda. Do outro lado do túmulo do homem velho. Três de setembro de 1940 Emerson... a carta. Conte a eles o que aconteceu"
Assim que ele disse isso, eu tinha certeza que precisava ir até a fenda, mas como fazer isso? Vovô me fez prometer que eu nunca ia contar a ninguém sobre a fenda ou sobre a verdade das peculiaridades. Só me restava esperar e deixar o Jake e nossos pais resolverem isso. Porque, assim que a ficha caiu, no funeral do meu avô, eu não sabia mais o que fazer, não sabia mais de nada, só queria desaparecer. Tudo estava desmoronando na minha frente e eu não tinha o que fazer.
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Peculiar history
FanfictionUma historia sobre os livros do Orfanato da sta. Peregrine para crianças peculiares mas na visão da irmã mais velha de Jacob Portman, porém, mais focada em um romance um tanto quanto peculiar. Emoção, drama, romance, são algumas das sensações que vo...