"Puta merda" murmurei assim que o carro do Brant estacionou na frente da mansão que ele costumava chamar de lar. "Não há maneira de eu entrar aí, não vestida assim."
Ele me olhou de cima em baixo sorrindo, meu short de academia grudado nas coxas suadas e uma blusa branca igualmente nojenta não se comparava com a calça jeans do meu namorado combinada com uma camisa polo. "Você está linda Jamie."
Cruzei os braços sobre meus seios quando o rapaz saiu do seu veículo, retornou o carro, abriu a porta do passageiro e me estendeu a mão.
"Meu pai nem deve estar aqui gatinha, vem logo."
Um suspiro pesado saiu dos meus lábios antes de desistir e agarrar seus dedos implorando por proteção a cada passo em direção a grandiosa porta de madeira que dávamos, que foi aberta antes mesmo que pisássemos na soleira. "Sr. Styles" o mordomo cumprimentou com um aceno de cabeça gentil. "Senhorita..."
"Stevens." Sorri transmitindo simpatia.
O moço deixou-nos passar e a casa vez que minhas pálpebras piscavam eu me impressionava com o luxo revestido naquela casa. "Quantos quartos tem esse lugar?"
"O suficiente."
"Huh, eu posso imaginar" murmurei.
Desamarrei o laço do meu cabelo curto que caiu sobre meus ombros, tentava esconder minhas mas vestimentas.
"E o uniforme desses funcionários são comprados onde?" Prossegui indignada quando começamos a subir alguns degraus. "Na Chanel?"
"Não seja exagerada Jamie."
Meus olhos se reviraram ao menos três vezes, certamente elas ganhavam mais do que eu e se vestiam melhor até mesmo de uniforme.
"Tiera?" Meu namorado falou e imediatamente uma moça parou seus afazeres e encarou o patrão. "Onde está meu pai?"
"No escritório, senhor."
Ele assentiu, sem maiores agradecimentos, e continuou seu caminho. Minhas pernas na doíam de tantos degraus que subíamos.
"Achei que teu pai não estava em casa, querido" falou apreensiva e ele sorriu.
"Ele não morde gatinha" garantiu. "E vai amar você."
Concordei ironicamente, ocupada demais reparando no corredor que acabávamos de entrar para discutir com o rapaz.
Foram duas batidas numa porta, um portão, de madeira, o suficiente pra eu escutar uma voz rouca sair de lá. "Eu disse que não quero almoçar."
"Ainda bem pai" Brant gritou de volta antes de girar a maçaneta revelando um escritório maior que meu quarto, mui bem arrumado. "Eu não trouxe nada."
O olhar verde e intimidante do homem se levantou a mim e minhas pernas tremeram. Puta merda.
"Angeline, querida, acho que está na hora de ir embora" o Sr. Styles falou e só então eu vi uma loura se levantar da poltrona, um cigarro pendurado nos lábios carnudos e vermelhos, e sair com seu mini vestido da mesma cor. "Você é?"
A pergunta foi direcionada pra mim, mas não tive condições pra responder por estar hipnotizada.
Uma mesa central de carvalho branco estava posicionada ali com dezenas de papel ocupando seu espaço disponível e apenas uma cadeira, a cadeira do Sr. Styles, o que deixava claro que visitas não eram bem vindas. A parede era decorada com mapas mundi, fotos dos anciões da família e uma destacada.
Era o homem que estava a minha frente com um terno que valeria mais que a minha casa, falando em comparações, ajustado como se fosse feito nele, o que não era improvável.