O dia amanheceu ensolarado e o céu estava bastante azul. Genna havia acordado as cinco, como costumava fazer diariamente, e fez suas higienes matinais.
Era pra ser mais um dia normal na vida de Genna, na verdade,
Era pra ter sido.
[...]
Genna estava sentada no banco de trás de um carro preto, pertencente ao pai de seu melhor amigo, Ethan. Estavam a caminho da casa de ambos, que por coincidência, eram vizinhos.
Os amigos haviam acabado de voltar de uma festa, estavam cansados e um pouco embriagados, no entanto, Ethan dirigia concentrado enquanto ouvia Genna implorar para que a deixasse assumir o volante — por estar um pouco mais sóbria — mas a resposta era sempre a mesma: "não, pirralha!".
Genna se emburrou, cruzando seus braços. A poucos instantes discutia com seu amigo por ter, segundo ela, estragado sua noite; mas volta e meia o assunto vinha à tona.
— É tudo culpa sua. — falou Genna, encarando o vidro ao seu lado.
— Culpa minha? — perguntou Indignado — estava tudo bem até você ter aquele ataque de ciúmes. — Ethan disse, olhando rapidamente pra a garota e depois voltando a atenção para a estrada.
— Ciúmes? não é ciúmes. — ela bufou rolando os olhos em seguida — só estou um pouco chateada. — ela completou — você defendeu ela. Eu realmente não esperava isso de você! — exclamou.
— Já se tocou a dimensão do problema que você tá criando em cima de uma coisa tão insignificante? Daqui á uma semana iremos nos formar, e vamos morar juntos. Eu estou feliz, genn.
— Eu sei. Eu também. — e involuntariamente ela sorriu bobo.
— Então pra quê complicar tudo? E o pior, por besteira.
Genna se manteve calada. Ethan não precisou que ela respondesse com palavras, o sorriso que começava a aparecer em seu rosto já era o suficiente para lhe dizer que aquela pequena discussão havia acabado.
Genna respirou fundo, engolindo todo seu orgulho, e Ethan se virou para ela, pronto para dizer algo — provavelmente fofo — mas parou ao ver a expressão assustada que se formava no rosto da moça.
— Ethan, o carro! — ela gritou.
O garoto virou-se rapidamente para olhar a estrada onde o carro andava descontrolado.
Uma forte luz, provavelmente vinda dos faróis de outros carros que ali estavam — e que agora vai vinham em sua direção — surgiu.
Ethan pisou no freio rudemente numa tentativa de evitar a batida. Porém, o mesmo se encontrava travado.
A tentativa foi falha, e o acidente aconteceu.
O carro capotou, não uma, três ou quatro, mas milhares de vezes.
Genna ainda podia ouvir com muita dificuldade o barulho que o carro fazia.
Ela ainda podia sentir dor em todo seu corpo enquanto estava com o rosto rente ao asfalto.
Ela ainda podia ver, embora não visse nitidamente, todo o sangue escorrendo de seu corpo.
Logo tudo foi ficando turvo e distante.
E então, a escuridão tomou conta de Genna.
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Genna
General FictionGenna Allen não era uma pessoa que costumava falar muito. Pra falar a verdade, Genna tinha o costume de sempre ficar calada durante as sessões. Às vezes até dava uma ou duas respostas monossilábicas. Mas aquele dia não era mais um dia normal. E...