único

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[!!!] ignorem a diferença de idade dos meninos, por favor, boa leitura [!!!]

A escola estava mergulhada  no mais profundo êxtase. Os alunos do primeiro e do segundo ano vivenciavam a felicidade pelo início das férias. Cansados dos professores, dos deveres de casa, das mesmas paredes cheias de quadros de avisos e dos lanches da cantina, aqueles jovens comemoravam a liberdade temporária.

Tratando-se das duas turmas numerosas que constituíam o famigerado terceirão, aquela felicidade era como um suspiro de alívio, porque o ponto era final, não em seguida. O último retumbar da campa estridente era o marco do fim de uma fase repleta de momentos, risadas e emoções. Havia histeria de fato, apesar da névoa de melancolia. Alguns sêniors se agitavam em euforia nos corredores do prédio. Outros, no entanto, se desfaziam em lágrimas tristes e abraçavam os amigos, sensíveis pelas circunstâncias. E haviam aqueles, como Namjoon e o super squad de deslocados, que estavam presos entre os dois extremos. Representavam exatamente as emoções conflitantes que aquele momento gerava.

Eles mantinham expressões vazias no rosto, olhares perdidos e sofriam de uma estranha sensação de vazio.

Recusaram-se a presenciar o rebuliço que a sineta que anunciava o fim das aulas geraria, e, juntos, refugiaram-se na arquibancada do lado leste da área externa da escola. Todos os seus planos de golpes de estado, implantação de uma monarquia e invasão da nasa eram efetuados ali. Viram-se pela primeira vez naquele mesmo lugar, e se havia começado ali, nada mais justo de terminar ali também.

Enquanto observava — sem realmente prestar atenção — Yoongi e Hoseok conversando aos sussurros encostados na grade de proteção entre a área da torcida e o campo de esportes, Namjoon pensava em tudo e em nada. Ele nunca achou que aquela expressão fizesse sentido realmente, mas nada o definia melhor naquele momento. Cada situação com aqueles que eram seus amigos — e até os que não eram muito — passava pela sua cabeça em flashs vívidos de cores estonteantes. Cada conversa séria com Yoongi; cada afago que recebera de Seokjin; cada risada que deu com Hoseok; cada acesso de fofura que teve com Jimin; cada puxão de orelha que deu em Jungkook; cada... Bom, no meio de tudo tinha Taehyung. O mais novo, para Namjoon, era o resumo de tudo o que seus amigos representavam, papos sérios, afagos, risadas, fofura e puxões de orelha, e beijos.

Os beijos eram reservados só para Tae, claro, longe de Nam beijar qualquer um daqueles malucos que chamava de amigos. E, assim como esse terno carinho — que as vezes chegava a ser um tanto quanto pervertido —, Namjoon também reservou todo o seu coração para aquele garoto específico. O garoto.

No começo foi até um pouco cético em relação a isso, apesar de conhecer a linda história de como seus pais se conheceram e se apaixonaram no ensino médio, ficando juntos no final como uma linda família e se amando como se ainda tivessem dezessete anos. Não esperava que nada disso acontecesse consigo, contudo, pensava que seus lances e seu possível amor chegariam apenas na faculdade, vida adulta em diante; não era do tipo que tinha maturidade o suficiente para vivenciar algo tão intenso no auge da sua fase de burradas e idiotices.

Mas Kim Taehyung sutilmente foi tomando seu espaço no coração de Namjoon, e foram meses de aceitação de sentimentos, de aceitação de sexualidade e de aceitação das vantagens e desvantagens de ter achado o amor. Depois os meses que se sucederam, independente de qualquer situação desagradável que chegou a acontecer, foram os melhores meses da curta vida de Namjoon. Não chegavam a ser a sua realização de princesa, que no caso seria bancar um dos jovens desafortunados de skins, mas soavam estranhamente melhor.

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