Capítulo 7 - Desespero

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Jussara encarava, sem se preocupar em disfarçar, o Gustavo que estava trabalhando. Ele parecia não ter passado por algum problema e muito menos deu a ela uma explicação de sua ausência, apenas chegara ali e começou a misturar os experimentos com precisão e concentração que sempre acompanhava-o em seu setor. Ela queria perguntar o que acontecera com o rapaz, mas estaria criando coragem para tal ato.

Sem outro jeito, terminou de anotar na sua tela, entregou a outra funcionária, e foi até ele colocando a mão no ombro.

— Está tudo bem, Gustavo?

— Tudo ótimo. — Deu um sorriso largo, voltando a colocar o tubo de ensaio junto com outros experimento. Retirou as luvas e colocou sobre a bancada. — Meu trabalho acabou. Com licença.

Piscou incrédula, o comportamento do rapaz estava diferente do que acostumada a ver nas outras vez.

Principalmente quando reparou um brilho azulada no fundo dos olhos castanhos, dando-lhe calafrios.

(...)

Gustavo entrou na sala onde era abarrotado por robôs incompletos, que seria inserido o micro-organismo. Um sorriso malicioso brotou enquanto passava pelas pessoas conhecidas, cumprimentando alguns com manear da cabeça. Parou em frente em um, o primeiro com o liquido azulado que poderia ser visto na cabeça. Era quase a sua altura e estava pendurado na máquina onde um cabo que levava esse liquido para dentro. Era perfeito.

— Ligar.

Um chiado veio antes do robô abrir os olhos, os mesmo de Gustavo tinha: Azul macabro, que lembra uma mecânica, o círculo se fechava numa fenda de luz azul. Afastou-se dele, andando para fora enquanto o mesmo saia dali sem alguma dificuldades.

(...)

Lucas não sabia se encarava a TV ou Samanta empalidecida para o tom de sua pele. Por impulso, coçando a pinta que tinha perto dos olhos para tentar amenizar a tensão que tomava todo o seu corpo, e acabou se levantando bruscamente jogando sua lata já vazia na lixeira perto da poltrona onde estava.

— Mas que merda está acontecendo? — Apontou o dedão para imagem sendo mostrado pelo noticiário,

— Eu... não pensei que fosse acontecer tão rápido.

Ela não acreditava que, seu trabalho em vigiar o Gustavo que tinha uma suspeita pendente, fosse na verdade um clone estranho dele. Estava ainda processando o fato que o Gustavo verdadeiro estava na beira da morte.

Lucas tivera a ideia de pegá-lo e vesti-lo— com ajuda de Samantha xingando-o por dizer coisas pervertidas na hora errada — e leva-lo no departamento onde trabalha. O departamento enorme de quadra com a arquitetura belamente projetada no meio de uma mata densa, plantada para poder camuflar a construção. Todos os funcionários estavam vestidos com uniformes pretos transitavam no grande pátio, e alguns treinavam tiros usando uma tela com o alvo de uma pessoa em 3D. Acabou atraindo atenção das pessoas em volta ao retirar o rapaz de dentro do carro, e o mesmo parecer desacordado.

Entraram no prédio passando no telão para identificar, andou mais rápido quase chegando na enfermaria, se não fosse impedimento de sua líder.

— Lucas, é pra prender ele. — Cruzou os braços como se fizesse posse, seus olhos mortíferas foram em direção da policial logo atrás, e Samanta se encolheu involuntariamente. — O que pensa que está fazendo com ele solto?

— É uma longa história pra contar rapidamente. — Apressou Lucas, empurrando, usando o ombro direito, a porta.

Colocou-o com cuidado e relatou para o médico, que viera prontamente, que Gustavo tinha alguma coisa no corpo que sugava sua vitalidade. O doutor pegou a tela ultrafina e colocou sobre a cabeça do rapaz, e sua expressão assustada já era esperado pelo Lucas.

— Meu deus... é mais grave do que parece ser.

A chefe entrou como um furacão querendo levar juntos tudo que é encontrado no caminho, logo atrás vinha a Samanta tentando manter-se firme e não desabar em choro. Lucas explicou, brevemente, pois não queria levar um tiro de um Pliron da superior.

— Esse Gustavo é o verdadeiro. O outro que está na fabrica e levando aqueles robôs medonho é um falsificado.

Teve que deixar os amigos na enfermaria para acompanhar a líder para a sua sala. Nesse caminho, pensou em algum plano e torcia para ser liderado.

— Como? A quantidade é absurda para manda-lo — Todavia, sempre tinha um problema da chefe é a preocupação dos feridos que teria numa guerra. Parecia hipoquita, mas entendia que é difícil ter um agente para trabalhar no departamento, e ainda era secreto.

— Não há como. Preciso de cobertura. — Seria firme até o fim, sabia muito bem que essa missão era muito arriscado, e também que precisava agir o mais rápido possível.

Quase beijou na boca da chefe por ela ter aceitado. Ela tinha que entendido que, dessa vez, Lucas não iria trabalhar sozinho como nas outras missões.

Claro, não podia deixar de pegar seus armamentos. Era a melhor parte das suas missões. Levou sua mão ao identificador ao lado da porta, e segurou-se a respiração antes de ser aberta e seus olhos brilharem.

Aquilo é o seu paraíso.

Passou pelos armários cheios vários tipos de armas, e não perdeu tempo em escolher pois já sabia quais pegar. Glock, granadas, punhal que poderia se transformar em lança. Retornou para a parte de baixo da enfermaria, encontrando a Samanta sentado ao lado da cama de Gustavo e acariciando a mão dele.

— Como ele está? — Sentou na cama ao lado da dele, fitando o rosto pálido do belo rapaz. O rosto de Lucas estava tenso, podia ver pela forma do maxilar estava contraído.

— O médico disse que não se sabe quando ele acordará. Há um micro instalado no seu coração... — A voz da mulher some, Lucas não precisava fazer esforço para entender completamente.

O silêncio foi sepulcral. O bipe no monitor era lento, anotando os batimentos cardíacos fracos do Gustavo que estava morrendo.

(...)

A cópia, assim por dizer, avançava para fora da fábrica acabando com tudo usando seus robôs, dando assim impressão que estava acontecendo uma apocalipse, sério mesmo? Humanos são estranho quando tenta nomear o que está acontecendo, e quando tenta acobertar as loucuras vinda dentro do seu ser, suas crenças absurdas ou matar o próximo para provar sua ideias. Ele pode ver com seus próprios olhos como eles são estúpidos, curiosos e gananciosos para desejar mais e por mais.

Não teve nenhuma dificuldade em construir o corpo sendo daquele homem cientista, muito menos que as identidades que os outros viam nele era idêntica ao o mesmo. Ria-se por dentro para cada conquista sem levantar suspeita, achando-os ingênuos. Ele poderia codificar cada conversas, cada passos trocados em cada ponto, para chegar no seu plano inicial: O ponto 22.

Mesmo que agora possuísse trens que as pessoas pudessem viajar para todos os lugares, o maior aglomeração de pessoas estava naquele antigo estado chamado São Paulo, e onde estava a sede do seu inicio para sua jornada.

Pode repassar todos os passos que o rapaz, Gustavo, viveu até chegar ali. Pode ver suas intrigas, seus medos, seus anseios e o mais interessante: cobiça. Desejava por mais, mesmo que achasse errado, agia com cuidado para que não caísse na própria armadilha, segurava suas opiniões para tal coisa, e também do relacionamento entre Lucas e Samanta.

Soube o que é a tal de amizade, um vinculo estranho como quando alguém começa a namorar. Era necessário sempre manter contato? E a sua volta? O que as pessoas viam na sua concepção?

Sorriu largo ao chegar no coração da cidade, onde ordenou para que começasse sua evolução

"Não precisamos mais de humanidade. Humanos não são unidos e muito pouco importa uns com outros. Robôs sim, melhor que essa raça de carne e ossos."

Gargalhou aos ventos pelos gritos desesperados ecoando a sua volta.

Continua...

Ponto 22Onde histórias criam vida. Descubra agora