Capítulo 8 - Tiros

8 1 7
                                    

Lucas desceu da moto junto dos outros — as rodas eram largas, corpo numa estrutura de um metal inox perfeitamente ilustrado no furta-cor, o guidão perto do identificador de velocidade, temperatura e calor corporal do condutor — pouco quilometro de onde acontecia o massacre. Retirou o capacete de visor aberto e apertou o dispositivo que se encontra no ouvido direito, não tardou para que a imagem nítida, usando as câmeras que o DCC codificado para que, numa altura de 20 cm, Lucas pudesse visualizar a situação. Respirou fundo, ele desejava que seu plano desse certo.

Parecia absurdo e Lucas quase rezava. Coisa que nem era do seu feitio.

Seguiu em frente tomando cuidado para não ser atropelado pela população desesperadas e ensanguentadas, com cortes expostas pelo corpo. Encostou-se no carro com os vidros quebrados, e fez sinal com os dedos para a sua turma se juntar e preparar na retaguarda. Inclinou-se pelo canto e visualizou quatros robôs que, julgado pela sua altura 1,80, tinha quase dois metros; um arrancava a cabeça de uma mulher rasgando a carne deixando o som assombroso acompanhar os outros que dilacerava outras infelizes vítimas. Se não fosse pelo momento, Lucas iria fazer uma piadinha sobre a cena.

Sinalizou que todos corressem para fora, circulando o veículo destruído e fosse atacar com precisão. Com um impulso, pousou no teto do carro, abriu seus braços dando sorriso de um jeito mesquinho.

— Olha eu aqui.

Os robôs se viraram antes de ser atingidos pelas balas azuladas, zumbindo no ar como se fosse enxame de abelhas. Lucas sacou um magnum do compartimento, o brilho azulado no cabo possuía o emblema do departamento, e dispararam repentinamente vários disparos num que estava com a mulher, ele andou letárgico tentando alcança-lo. Guardou-o para pegar duas adagas brilhantes e também azuladas, pôs a correr de encontro com ele pulando para cair encima da cabeça, explodindo-o no final. Limpou o suor da testa usando a manga da camisa e voltou dos outros que matava os humanos.

Do outro lado, o restante do pessoal do departamento estava ocupado com outros cyborgue que, não sabia como, parecia brotar de algum lugar. A líder do DCC estava na frente, tinha previsto que seria mil robôs mas não achou que fosse mais do que isso.

— Comissão, força. — Gritou.

Todos os agentes correram, pegando cada um dos robóticos lutando entre si. A líder pode ver o Gustavo, ou a copia, mais na frente, tinha que manter os olhos nele para não perde-lo de vista.

Samanta atirava a todo fervor na comissão de atiraria, havia conseguido uma patrulha da policia para ajudar, todos armados por baretta e usando a bala projetada do DCC. Torcia para que seu departamento fosse trazer mais ajuda do que as que têm.

Assustou quando os olhos da copia focou nela, como se tivesse perto mesmo longe. Arrepios passaram pelo seu corpo por ver os olhos brilhantes numa fenda pela pupila mecânica.

— Foca, mulher, vai dar tudo certo. — Sussurrou a si mesmo.

(...)

Lucas teve certo trabalho para se aproximar daquele, que apelidou de majestoso e supremo "copiador de imagem". Terminou de pisotear a cabeça que rolara aos seus pés, tomou o fôlego para gritar:

— Ei, gostosão!

O humanoide virou-se para ele franzindo o cenho e inclinando a cabeça para o lado, sua expressão se notava pelo desdém naquele que atrapalhara a visão inovadora.

— O que?

— Você só tem belo rosto, mas não é como o Gustavo.

O outro gargalhou alto, esticou o braço ordenando dois robôs para ir até ele.

— Estúpido como os outros.

Lucas não teve dificuldades para exterminar aqueles e os outros que vieram. Seus olhos sempre estavam no ser cuja gargalhava pela destruição e andava como se estivesse num belo passeio. Ele queria esgana-lo, insulta-lo, mas conseguiu manter a língua dentro da boca.

(...)

Gustavo dirigia a moto que pegou emprestado do departamento, sentindo seu corpo suar pelo o esforço. Havia escapado da sala e de algumas pessoas, ele sabia que tinha que estar naquela batalha. Conseguia até imaginar como seria a teimosia de Lucas.

— Se sair dessa cama, não seremos mais amigos.

— Sua ameaça é irrelevante. Você não suportaria sem a mim.

— Tem razão.

Seu corpo queimava como se entrasse em chamas, sua mente quase perdia o foco quando se distraia com alguma coisa. Chegou naqueles circos de horrores e engoliu seco ao ver sua imagem andando majestosamente entre as destruições causadas pelos cyborgs.

Sentiu vontade de mata-lo, mas sabia que era estupidez, pois o próprio ser consumia sua vitalidade deixando-o vulnerável. Não sabia se o resto dos pontos estava sofrendo aquele massacre, mas parecia que o ser estranho estava planejando avançar outros estados por estar indo ao norte. Gustavo sabia que tinha que agir o mais rápido possível, mesmo que cometa uma loucura.

Correu alcançando a Samantha, assustando a mesma que quase lhe dera um tiro por impulso.

— O que está fazendo aqui, Guto? Era para estar no DCC cuidando da sua saúde! — A voz preocupada transpareceu, os olhos arregalados atrás dos óculos transparentes deixavam claras as emoções desse dia.

Gustavo tampou a boca dela e sinalizou para que ficasse em silêncio. Olhou os outros companheiros que estavam ali e sentiu uma pontada forte da cabeça, fazendo-o piscar várias vezes para dissipar a imagem preta.

Precisava agir.

— Sabe onde Lucas está?

— Ele está na linha de frente. — Resmungou Samanta, que conseguiu acertar na cabeça do robô na distância considerável.

Gustavo já imaginava que ele agiria assim. Agora, lhe restava apenas correr tentando inutilmente se proteger, aos gritos de Samantha.

Continua...

Ponto 22Onde histórias criam vida. Descubra agora